Pinto da Costa foi reeleito para o seu 13.º mandato como presidente do FC Porto num processo polémico que leva adeptos como o empresário Manuel Serrão a lamentarem que não havia privacidade, nem “quadradinho para se fazer a cruz”.
Manuel Serrão, o conhecido adepto portista que é comentador de futebol na televisão, é o rosto mas mediático da revolta com o modo como foi feita a reeleição de Pinto da Costa com 79% dos votos.
“Nesta eleição não havia nenhum sítio recatado para votar. Qualquer pessoa que andasse pela sala conseguia ver quem estava a anular o voto e estava lá toda a gente do FC Porto a ver. Com este regulamento e com uma lista única, não valia a pena haver eleições. Os boletins não tinham quadradinho para se fazer a cruz na lista de Pinto da Costa, bastava dobrar o boletim”, considera o empresário em declarações ao Correio da Manhã.
O jornal explica que os votantes recebiam uma folha azul em que não era preciso colocar qualquer cruz para votar na lista do presidente Pinto da Costa, que avançou com a única lista a sufrágio. Bastava dobrar a folha a meio e o voto seria contabilizado – isto graças a uma alteração no regulamento eleitoral que decidiu que os votos em branco devem ser contabilizados a favor da única lista concorrente, quando assim se verifica, conforme explica o CM.
Para anular o voto, em protesto, era preciso escrever algo, mas os sócios portistas “não tinham qualquer espaço privado, uma vez que não existiam cabines”, segundo o CM.
Pinto da Costa não reagiu a estes reparos, mas disse que a maior parte dos 21% de votos nulos contabilizados incluíam mensagens de apoio de adeptos.
E na sua primeira entrevista depois da reeleição, ao Porto Canal, o presidente portista reafirmou a confiança no treinador José Peseiro e garantiu que Jorge Jesus não está nos seus planos.
“Isso não está no nosso horizonte, nem no dele, porque é óbvio que não vai sair do Sporting, depois de ter sido empurrado do Benfica”, disse Pinto da Costa sobre Jorge Jesus, acrescentando que no FC Porto estão “muito satisfeitos com José Peseiro. “Ele é o treinador que queremos na próxima época”, sublinhou ainda.
Pinto da Costa também recusou a ideia de “limpeza de balneário” para a próxima época e disse que o objectivo será antes, contratar “jogadores certos para os lugares” que tenham a titularidade garantida. E admitiu que “via com bons olhos o regresso” de jogadores como João Moutinho, Bruno Alves ou Pepe, mas lembrou que “ganham mais de cinco milhões de euros limpos” e que, por isso, não pode “dar certezas”.
Finalmente, o presidente portista recusou apontar um nome para a sua sucessão, considerando que o FC Porto tem gente “capaz de ser presidente no futuro, daqui a um mês, a um ano ou quatro anos” e que se falasse nalgum nome “toda a gente iria cair em cima, pois, fosse quem fosse, estaria tramado porque passaria a ser um alvo”.
ZAP
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