Em causa está a campanha de apoio à seleção portuguesa que, de acordo com o deputado socialista, considera ignorar os cinco milhões de emigrantes portugueses.
O deputado Paulo Pisco alertou hoje que a campanha de apoio à seleção nacional de futebol lançada pela Federação Portuguesa de Futebol ignora os cinco milhões de portugueses emigrantes, o que disse ver “com uma certa irritação”.
A campanha que pretende apoiar a equipa portuguesa durante o Euro2016, que decorre em França a partir do próximo dia 10, tem o lema “Não somos 11, Somos 11 milhões”.
O socialista, eleito pelo círculo da emigração na Europa, considera assim “uma desconsideração” para com os cinco milhões de emigrantes portugueses.
“Torna-se quase uma desconsideração esquecer que a nação portuguesa não é apenas composta pelos 10 milhões que habitam dentro das nossas fronteiras, é muito mais vasta e inclui os cinco milhões que estão espalhados pelo mundo, sem contar com aquelas que são as segundas e terceiras gerações, que fazem muito mais apoiantes da seleção portuguesa”, disse à agência Lusa.
“Precisamos do apoio de todos, sem nenhum tipo de exclusão, e deveremos estar unidos. Seria importante que fossem considerados os 15 milhões de portugueses e não apenas os 11 milhões de que a Federação Portuguesa de Futebol fala”, afirmou Paulo Pisco, que espera que o organismo ainda corrija a sua campanha.
Pisco lembrou que este é “um erro que volta a ser cometido” e que já em 2008, quando o campeonato europeu de futebol decorreu na Suíça e na Áustria, “uma marca, muito conhecida, disse que havia 10 milhões de portugueses a apoiar a seleção”.
Na altura, “isso provocou reações nas nossas comunidades, porque houve cinco milhões de portugueses que, na altura, se sentiram excluídos” e “não faz sentido que tenha voltado a haver este esquecimento”, lamentou o deputado do PS.
Pisco salientou que, na Europa, os “grandes apoios que a seleção nacional tem [nos jogos] são dos portugueses que residem nesses países”.
O deputado socialista alertou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, para esta questão, esta quarta-feira, durante uma audição na comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas.
/Lusa
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