Um relatório independente divulgado esta segunda-feira pela Agência Mundial Antidopagem (AMA) conclui que o Governo russo dirigiu um programa de dopagem no desporto com apoio estatal, com participação ativa do ministro dos Desportos e dos serviços secretos.
O relatório do professor canadiano Richard McLaren refere que o programa “à prova de falhas” foi colocado em prática pelos responsáveis russos, inclusivamente durante os Jogos Olímpicos de Inverno Sochi 2014.
De acordo com o documento, o ministro dos Desportos da Rússia, Vitaly Mutko, teve “participação ativa” neste sistema, que teve a assistência dos serviços secretos nos laboratórios antidopagem de Moscovo e Sochi.
A AMA já pediu a exclusão dos atletas russos de todas as competições internacionais, incluindo os Jogos Olímpicos Rio 2016, na sequência da divulgação do relatório.
“A AMA pede ao movimento desportivo que impeça a participação de atletas russos em competições internacionais, enquanto o país realizar mudanças profundas”, refere o organismo em comunicado.
Para já, a suspensão em bloco está limitada ao atletismo, devendo os atletas de outras modalidades serem avaliados individualmente pelas respetivas federações internacionais, por indicação do COI, para poderem ser considerados elegíveis para participarem no Rio 2016.
A Rússia foi suspensa em novembro de 2015 pela Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF) depois da divulgação de um demolidor relatório independente da AMA, em que se denunciava um esquema de doping institucionalizado na Rússia.
No início de maio, a IAAF nomeou o canadiano Richard McLaren para dirigir a equipa que investigou as novas acusações de dopagem sobre desportistas russos que participaram nos Jogos Olímpicos de inverno Sochi 2014, feitas por um antigo chefe do laboratório antidopagem russo.
Grigory Rodchenkov, que se demitiu do cargo em novembro de 2015, afirmou à imprensa norte-americana que os atletas russos nos Jogos de Inverno de 2014 beneficiaram de um sistema de dopagem supervisionado pelo governo russo, estimando que vários atletas russos, nomeadamente 15 medalhados olímpicos, beneficiaram desse sistema.
ZAP / Lusa
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