Várias delegações relataram problemas ligados com acabamentos e falta de limpeza no complexo que vai servir de morada aos atletas que chegaram ao Brasil para competir nos Jogos Olímpicos.
As queixas começaram com a comitiva australiana que chegou, no domingo passado, à Aldeia Olímpica, situada na zona da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
O cenário negro começou a ser descrito pela Chefe de Missão australiana, Kitty Chiller, que afirmou mesmo que os atletas foram retirados do complexo.
“Devíamos ter ido para a aldeia a 21 de julho mas temos ficado em hotéis nas redondezas, porque a aldeia, simplesmente, não está segura ou pronta”, explicou.
Em comunicado, a representante descreveu a existência de “casas de banho trancadas”, “canos rotos”, “água a escorrer do teto e a empoçar”, “curto-circuitos elétricos” e “um forte odor a gás”.
O anúncio gerou uma troca de farpas com o Prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que decidiu ironizar as queixas, dizendo que ia providenciar um canguru para fazer a delegação australiana se sentir em casa.
A resposta da comitiva australiana não tardou a chegar: “Não precisamos de cangurus, precisamos de canalizadores para arranjar os vários lagos que encontrámos nos apartamentos”, cita a BBC.
Seguiram-se queixas de outras delegações como, por exemplo, a britânica, a neozelandesa, a argentina ou a sueca. Todas se queixavam dos mesmos problemas, ou seja, os acabamentos e a falta de limpeza.
As delegações dos Estados Unidos, Itália e Holanda decidiram, por sua vez, contratar trabalhadores para refazer os serviços nos apartamentos que lhes eram destinados.
No caso de Portugal, vários apartamentos da delegação ainda não tinham água e estavam sujos mas nada de grave comparado com o espaço de outras delegações.
Entretanto, o Chefe da Missão portuguesa, João Garcia, anunciou à agência Lusa que os problemas “foram ultrapassados”.
“Tivemos um problema com um ralo e um problema com gás num dos 77 apartamentos. Não me parece que seja minimamente digno de registo”, disse.
Depois das várias denúncias, o comité organizador contratou 500 pessoas para resolver rapidamente estes problemas e espera-se que fique tudo pronto ainda esta semana.
No total, são esperadas 18 mil pessoas na aldeia, apoiadas por cerca de 13 mil funcionários e voluntários.
Lutador neozelandês sequestrado
Além dos problemas dentro do complexo que vai servir de morada aos atletas a competir nas “Olimpíadas”, a falta de segurança no exterior também está a dar que falar.
O lutador de jiu-jitsu neozelandês, Jason Lee, denunciou através das redes sociais ter sido sequestrado no fim-de-semana por vários homens vestidos com uniformes de polícias.
Segundo o texto publicado no Facebook, o atleta foi abordado por homens fardados e ameaçado de prisão, caso não entrasse na viatura.
De seguida, os homens exigiram que levantasse “uma grande quantidade de dinheiro” de uma caixa multibanco para ser libertado.
Segundo Jason, o episódio aconteceu fora do Rio de Janeiro, quando estava a regressar de uma competição em Resende, na zona sul fluminense.
“Não sei o que é mais deprimente: o facto destas coisas acontecerem com estrangeiros tão próximo dos Jogos Olímpicos ou o facto dos brasileiros terem de viver numa sociedade que permite estas situações diariamente”, escreveu.
De acordo com o jornal neozelandês NZ Herald, o lutador está há dez meses no Brasil para aprimorar as suas técnicas de jiu-jitsu, já que o país é uma referência nessa modalidade.
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