O atleta francês do salto com vara recebeu a medalha de prata em lágrimas, depois de ter sido novamente assobiado no Estádio Engenhão.
Depois de ter sido vaiado na passada segunda-feira, durante a disputa pela medalha de ouro, Renaud Lavillenie, campeão em Londres 2012, ficou em lágrimas durante a cerimónia do pódio.
A entrega das medalhas aconteceu ontem e a audiência voltou a assobiar o vice-campeão olímpico do salto com vara, que se mostrou claramente desgostoso com a reação do público.
O presidente do Comité Olímpico Internacional, Thomas Bach, considerou as vaias inaceitáveis.
“Comportamento chocante do público que assobiou Renaud Lavillenie no pódio. Inaceitável nos Jogos Olímpicos“, lê-se na mensagem reproduzida na conta oficial do COI no Twitter.
Um fotógrafo da AFP captou o momento depois da entrega das medalhas em que o brasileiro Thiago Braz, que conquistou a medalha de ouro, consola o atleta francês.
Pole-vaulter Renaud Lavillenie consoled by Thiago Braz and Sergei Bubka after he was booed at medal ceremony pic.twitter.com/BrMoF3KGA0
— IOC MEDIA (@iocmedia) August 17, 2016
Na segunda-feira, já depois do brasileiro ter surpreendentemente superado a fasquia a 6,03 metros, Lavillenie, quando se preparava para tentar 6,08, foi brindado com uma vaia por parte do público presente e maioritariamente brasileiro.
O recordista mundial da especialidade condenou a conduta dos espetadores, comparando-a ao tratamento prestado ao norte-americano Jesse Owens, nos Jogos Olímpicos Berlim 1936, em plena época nazi.
“Em 1936, o público estava contra Jesse Owens. Nunca assistimos a isto desde então, mas temos de lidar com isto”, afirmou Lavillenie depois da prova.
O francês viria a desculpar-se por estas declarações, considerando que a comparação era despropositada, justificando-as com o facto de ter sido feitas a quente.
“Realmente perturbou-me, senti a maldade do público e pratico um desporto em que nunca se vê isto”, referiu.
Depois da segunda vaia, a organização dos Jogos já admitiu que o público brasileiro ultrapassou os limites.
“Como cidadãos brasileiros e como adeptos do desporto não achamos que vaias sejam a atitude certa, mesmo quando estão frente a frente e um jovem brasileiro tem a hipótese de bater um campeão do mundo”, afirmou o porta-voz do Rio 2016, Mario Andrada.
O representante assegurou que a organização “pretende intensificar o diálogo com os adeptos brasileiros nas redes sociais, para que se comportem de forma adequada e elegante, sem perderem a paixão pelo desporto”.
/Lusa
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