A marca de material desportivo Speedo anunciou esta segunda-feira o fim do patrocínio ao multicampeão olímpico Ryan Lochte depois das falsas alegações de ter sido roubado com arma apontada no Rio de Janeiro, história que depois admitiu ser “exagerada”.
“Embora tenhamos desfrutado de uma relação vencedora com o Ryan durante mais de uma década e ele ter sido um membro importante da nossa equipa, não podemos tolerar um comportamento que é contrário aos valores que esta marca defende há muitos nos”, justificou a companhia australiana.
Do previsto apoio ao atleta, que soma 12 medalhas olímpicas na carreira, seis de ouro, a empresa vai doar cerca de 50 mil dólares (cerca de 45 mil euros) à associação Save the Children, para apoiar projetos com crianças no Brasil.
“Apreciámos muito as suas conquistas e esperamos que ele avance e tenha aprendido com esta experiência”, acrescenta o agora ex-patrocinador.
Além do patrocínio da Speedo, Ryan Lochte perdeu, esta semana, o apoio da Ralph Lauren, Airweave e Syneron Candela, com um prejuízo total de cerca de um milhão de dólares, de acordo com as estimativas da imprensa norte-americana.
Lochte, de 32 anos, e três colegas da equipa de natação, todos com medalhas de ouro no Rio 2016, contaram, depois de uma noitada com álcool, que foram assaltados por ladrões fingindo ser polícias.
O caso ganhou proporções à escala mundial e logo gerou controvérsia quando a polícia negou os factos, revelando que, na verdade, ele e os colegas tinham vandalizado um posto de venda de gasolina, supostamente com Lochte, embriagado, a liderar o desacato.
Mais tarde, o campeão olímpico admitiu ter “exagerado algumas partes da história”, disse que esqueceu “alguns detalhes” e assumiu que ainda estava embriagado quando revelou o incidente, admitindo que tinha “desapontado” a sua equipa.
Depois do incidente, Lochte voltou aos Estados Unidos, enquanto Gunnar Bentz, Jack Conger e Jimmy Feigen permaneceram no Brasil.
Na quinta-feira, a polícia revelou imagens do circuito de televisão em que se vê os atletas, embriagados, a parar num táxi e a usar o WC às primeiras horas da manhã. O quarteto vandalizou a área junto aos sanitários e, de acordo com o responsável, urinaram nas paredes.
Confrontados por um segurança, tentaram ir embora, mas o comportamento dos atletas levou o guarda a pegar na arma e obrigá-los a sentar no chão. Depois de pagarem cerca de 45 euros de compensação pelos estragos, puderam voltar à Aldeia Olímpica.
Um responsável da polícia civil do Rio de Janeiro, Fernando Veloso, disse que “não houve qualquer roubo reportado pelos atletas”.
/Lusa
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