Telma Monteiro rejeita distinção da federação de judo

A judoca portuguesa Telma Monteiro
A judoca portuguesa Telma Monteiro

A judoca portuguesa, que ganhou a medalha de bronze no Rio 2016, considera que merecia uma distinção mais elevada e rejeitou a graduação de 5.º ‘dan’ que lhe foi atribuída pela federação.

A judoca Telma Monteiro declinou a graduação de 5.º ‘dan’ que lhe foi atribuída pela Federação Portuguesa de Judo (FPJ), considerando que merecia sim a distinção de 6.º ‘dan’.

“Recentemente a federação atribuiu a alguns judocas – que contribuíram para o desenvolvimento do judo português – o 6.º ‘dan’ por mérito. Hoje, a federação atribuiu-me o 5.º ‘dan’, talvez fosse esperado que ficasse feliz, mas confesso que fiquei surpreendida e triste – o que mais teria de fazer para também merecer a distinção do 6.º ‘dan’? -, por isso, humildemente, reneguei essa honra”, escreveu a atleta na sua página do Facebook.

As graduações no judo, nomeadamente os 10 ‘dan’, representados genericamente pelo cinto negro, podem ser alcançadas através de exames ou por mérito.

Telma Monteiro, que ganhou o bronze nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, foi cinco vezes campeã da Europa e quatro vezes vice-campeã do mundo, sendo, aos 30 anos de idade, a judoca mais medalhada de sempre em Portugal.

“Se aceitasse ser 5.º ‘dan’, teria de ter oito anos esta graduação. Iria olhar para a minha cintura e ficar triste por ter aceite algo inferior ao que já foi atribuído. Logo após a cerimónia informei a federação da minha decisão. Quem me conhece bem, não ficará surpreendido. Todos os dias luto para ser a melhor e não para ganhar prémios, mas também acredito que quando são atribuídos devem sê-lo de forma justa. Prometo que, mesmo sendo 3.º ‘dan’, continuarei a honrar orgulhosamente o judo português”, completou.

Na sua página oficial, a FPJ anunciou a entrega do diploma de graduação de 5.º ‘dan’ e da Medalha de Honra a Telma Monteiro no sábado, durante o campeonato nacional de equipas seniores, numa nota ilustrada com uma fotografia do momento da homenagem e com uma declaração da atleta.

“Este é um reconhecimento que aceito com humildade. Acho que tenho dado muito ao judo e à família do judo e tenho conseguido perpetuar os valores da modalidade, que é o mais importante. Estou orgulhosa do meu percurso, a medalha olímpica só me veio enriquecer mais. Não precisava da medalha para me valorizar como atleta, apenas torna tudo mais especial. Agora vou trabalhar para conquistar mais medalhas pelo judo nacional”, disse a atleta, citada pela FPJ.

/Lusa

 


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