Relvado do Maracanã tem “mãos portuguesas”

Estádio do Maracanã, Rio de Janeiro, Brasil
Estádio do Maracanã, Rio de Janeiro, Brasil

O relvado do estádio do Maracanã, Brasil, onde vai ser disputada a final do campeonato mundial de futebol este ano tem ‘mãos portuguesas’, já que contou com a tecnologia e o ‘know how’ da empresária Ana Caldeira Cabral.

A presidente executiva da Vasverde, empresa portuguesa que opera na produção de tapetes de relva, foi escolhida pela ‘joint-venture’ entre a espanhola RoyalVerd e a brasileira Greenleaf para prestar consultoria em alguns dos estádios onde vão ser disputados os jogos do campeonato mundial de futebol que se realiza no Brasil.

Em declarações à Lusa, Ana Caldeira Cabral disse que foi contratada para “prestar consultoria” na área de tapetes de relva, o que inclui a produção e a monitorização da qualidade dos mesmos.

Actualmente, a relva do estádio do Maracanã, no Estado do Rio de Janeiro, resulta da “tecnologia de produção Vasverde” e o tapete foi colocado pela Royal Verd.

O Maracanã será palco da final do mundial de futebol, pelo que Ana Caldeira Cabral classificou de “emocionante” este projecto.

Além deste estádio, adiantou a empresária, os estádios do Recife e Brasília também estão equipados com relva produzida segundo a tecnologia da empresa portuguesa.

Além de acompanhar a produção destes relvados, Ana Caldeira Cabral é responsável por “garantir as perfeitas condições” dos mesmos.

Para a empresária, este foi um trabalho interessante, mas “muito cansativo”, já que durante o ano passado estava uma semana por mês no Brasil, “correndo de um aeroporto para o outro”, dadas as distâncias dos Estados brasileiros.

“Foi um desafio muito grande. Agora estamos a monitorizar” a relva, acrescentou.

Em relação à Vasverde, que produz e comercializa tapetes de relva para estádios e jardins, a empresária adiantou que no ano passado a facturação ascendeu a 1,3 milhões de euros, o que compara com 1,2 milhões de euros no ano anterior.

Dentro de dois anos, a empresária tem como objectivo “chegar aos dois milhões de euros” de volume de negócios.

Mas para atingir aquela meta, disse Ana Caldeira Cabral, é necessário “aumentar a área [de produção] em mais 20 hectares”.

Com uma área de plantação de 63 hectares, num terreno que pertence à Casa do Cadaval, a executiva procura agora terrenos próximos daquela área para poder rentabilizar o negócio e manter os custos no mesmo nível.

“Tenho a perfeita convicção de que há mercado, é preciso é ter produto”, sublinhou, razão pela qual quer chegar perto dos 90 hectares. Com uma área maior é possível produzir mais e alargar o negócio para fora de Portugal.

“Se encontrar os terrenos em 2014 isso vai ter um impacto [no negócio] no final deste ano e ainda maior no próximo”, previu a empresária.

A área da relva dos estádios não tem um peso grande no negócio, mas é um projecto que dá mais notoriedade.

A Vasverde, além da produção e comercialização de relva, também presta consultoria. Actualmente, a empresa está a desenvolver um sistema integrado de gestão para “exportar ‘know how’”, disse.

Em relação à internacionalização, Ana Caldeira Cabral está a tentar entrar em Marrocos “através de uma parceria local”, mas a prioridade é alargar a área de produção.

/Lusa


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