Dois indivíduos, envergando roupa dos Super Dragões, interpelaram esta quinta-feira o árbitro Artur Soares Dias no Estádio Municipal da Maia, mas o líder da claque do FC Porto nega ter sido um ato organizado.
Dois indivíduos deslocaram-se, esta quinta-feira, ao Estádio Municipal da Maia, centro de treinos dos árbitros profissionais, para deixar uma mensagem a Artur Soares Dias que, no próximo sábado, vai apitar o jogo dos dragões contra o Paços de Ferreira.
Alguns órgãos de comunicação social noticiaram que os dois homens, que estavam vestidos com roupa dos Super Dragões, ameaçaram o árbitro e prometeram regressar na segunda-feira, caso o juiz da associação do Porto não fizesse bem o seu trabalho.
Em reação a estas notícias, o líder da claque portista, Fernando Madureira, já negou que tenha sido um ato organizado.
“Não foram os Super Dragões que organizaram isto. Pode ter sido algum elemento dos Super ou alguém do FC Porto descontente com toda esta situação, como eu estou e milhares devem estar”, afirmou.
No entanto, o conhecido ‘Macaco Líder’ apelou “a todas as entidades – arbitragem, federação, Liga” que “para o bem do futebol estas arbitragens e atuações sempre a prejudicar o FC Porto, e quarta-feira também o Sporting, e a favorecer o Benfica têm de acabar, pois as pessoas começam a ficar revoltadas e algo mais grave pode acontecer“.
Madureira, que esteve presente no recinto maiato para dar a cara pela claque portista, disse ser amigo de Soares Dias e, por isso, caso se venha a confirmar ter sido um membro dos ‘Super’, afirmou que vai “pedir desculpa”.
‘Macaco’ aproveitou ainda o momento para comentar a nomeação do árbitro Nuno Almeida, “que todos conhecem como o ‘Ferrari vermelho’“, para o próximo jogo do Benfica.
“Andamos a brincar com isto? Queremos serenidade e vão nomear o ‘Ferrari vermelho’? As pessoas da arbitragem andam a brincar e a atirar achas para a fogueira. É hora de as pessoas se sentarem, refletirem e pensar no que estão a fazer”, criticou.
Árbitros com segurança reforçada
Artur Soares Dias já apresentou queixa na polícia e, na sequência deste incidente, houve uma reunião de emergência no centro de treinos, onde esteve presente José Fontelas Gomes, presidente do Conselho de Arbitragem.
Segundo o Jornal de Notícias, o Ministério da Administração Interna criou um esquema de segurança reforçada para os árbitros portugueses da primeira categoria.
Está ainda marcada, para a próxima terça-feira, uma reunião do Conselho de Arbitragem na qual estão convocados todos os clubes da I e da II Liga, para debater o clima de instabilidade e suspeição, escreve o Diário de Notícias.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol, Luciano Gonçalves, lamenta o atual ambiente de tensão e afirmou que a “arbitragem não está ao serviço de ninguém”.
“Estão a acontecer erros da mesma forma que sempre aconteceram. O que está a acontecer é um fenómeno crescente que faz com que os erros sejam analisados com muito mais escrutínio do que no passado. Como os resultados das equipas de relevo não estão a ajudar, é óbvio que os árbitros estão a ser muito mais escrutinados”, observou Luciano Gonçalves.
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