Jesus no centro do debate entre os candidatos à presidência do Sporting

Bruno de Carvalho, presidente do Sporting
Bruno de Carvalho, presidente do Sporting

O candidato à presidência do Sporting, Pedro Madeira Rodrigues, disse esta quinta-feira, durante o debate com o atual presidente, Bruno de Carvalho, na Sporting TV, que a saída de Jorge Jesus vai ser “limpinha, limpinha”.

“Não vamos pagar qualquer indemnização, a saída dele vai ser ‘limpinha, limpinha‘ (expressão usada por Jorge Jesus, quando era treinador do Benfica, para qualificar a arbitragem de um dérbi, que foi contestada pelos ‘leões’). Acredito que saia pelo seu pé. Se não fizer? Quem está identificado com leis percebe que temos muitos trunfos!”, disse Madeira Rodrigues, que esteve particularmente acutilante a atacar o atual presidente.

O candidato visou particularmente Bruno de Carvalho na gestão do futebol profissional: “Se eu não fizer o Sporting campeão nos próximos quatro anos, nem sequer me recandidato. Você convidou Jesualdo Ferreira e Leonardo Jardim para continuarem e eles recusaram. Esta época contratou 15 jogadores que foram um fracasso total, com exceção de Bas Dost. O Rúben Semedo é melhor do que os 12 centrais que você contratou desde que chegou ao Sporting”, acusou.

Por seu lado, o dirigente leonino acusou Madeira Rodrigues de ter dito a Jorge Jesus, com quem se cruzou num restaurante, que era o melhor treinador do mundo e que gostaria muito de trabalhar com ele, mas o candidato negou que alguma vez o tenha feito, porque “não alimenta o ego de um treinador egocêntrico”.

O atual presidente invocou como mérito da sua gestão o saldo positivo de 82 milhões de euros entre compras e vendas de jogadores, a média de 3,49% de comissões pagas nas transferências feitas ao longo dos últimos quatro anos, da qual diz orgulhar-se, os primeiros lugares nos escalões de juniores A e iniciados A de futebol, as vitórias em torneios internacionais nos escalões de formação em quatro continentes e a construção de mais campos de futebol na Academia de Alcochete.

Madeira Rodrigues “apontou a mira” para os resultados no futebol profissional, nomeadamente o desempenho desastroso nas competições europeias, a eliminação frente ao Legia de Varsovia, que impediu o Sporting de alcançar a Liga Europa e o facto de o mandato de Bruno de Carvalho ser marcado por vitórias e títulos do Benfica.

Questionou também Bruno de Carvalho sobre a venda de Montero, um jogador que estava de “pé quente” numa fase crucial do campeonato, o tratamento dado a figuras do clube, como o antigo futebolista Manuel Fernandes e a grande referência do atletismo português, Carlos Lopes, a perda de 25% da SAD e o risco de perda da maioria do capital desta por causa das VMOC”s (Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis).

Bruno de Carvalho lembrou que o Sporting estava em pré-falência quando tomou conta do clube e acusou o seu rival de não ter tido, nessa altura, a coragem de avançar para a presidência e de ter mentido, ao afirmar que a reestruturação financeira tinha sido “herdada” da gerência de Godinho Lopes.

O candidato ripostou que o Sporting jamais acabará e acusou o atual presidente de chamar cobardes a 32 mil sócios do Sporting, que é o número de associados que estava em condições de se candidatar às eleições vencidas por Bruno de Carvalho.

Elogiou o lote de sportinguistas que fazem parte do seu elenco, prometeu trabalhar em equipa, ao contrário do seu opositor, e explicou que o coordenador para o futebol que escolheu, Laszlo Boloni, o último treinador campeão pelos ‘leões’, vai ser o responsável por todo o futebol profissional e de formação.

Já Bruno de Carvalho destacou a manutenção da sua equipa diretiva, que leva quatro anos de experiência e conhecimento dos dossiers e se revê no projeto em curso, e atacou a de Madeira Rodrigues, nomeadamente o seu vice-presidentes Vítor Ferreira, que integrou a atual direção, e Mário Saldanha, além do presidente indigitado para a Mesa da Assembleia-Geral, Rui Morgado.

Revelou que Vítor Ferreira foi expulso do clube e da SAD por decisão unânime dos seus membros, mas não quis revelar as razões, limitando-se a dizer que constavam das atas das reuniões em que a expulsão foi decidida.

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