O Benfica ainda esboçou qualidade a espaços, mas um Aubameyang endiabrado, autor de três golos, deitou o sonho “encarnado” pelo chão.
O Benfica saiu da Liga dos Campeões com estrondo. A espaços deu ideia de poder discutir a eliminatória, mas dois golos em dois minutos da segunda parte destruíram o sonho “encarnado” de chegar aos quartos-de-final, mercê de uma goleada de 4-0 que teve como grande figura, nos alemães, o avançado Aubameyang, que alcançou um “hat-trick”.
O Jogo explicado em Números
- Benfica com meio-campo reforçado, com André Almeida, Samaris e Pizzi, mas tudo começou mal, com Aubameyang, aos quatro minutos, a cabecear para o 1-0 e o empate da eliminatória, após canto da direita. Por esta altura o Dortmund tinha 79% de posse de bola.
- A incapacidade benfiquista para pressionar era notória ao quarto-de-hora, altura em que não tinha qualquer remate, apenas 34% de posse e somente quatro recuperações de bola entre todos os seus jogadores, excluindo Ederson.
- O primeiro remate do Benfica, e enquadrado, surgiu aos 24 minutos, por Cervi, na melhor fase das “águias” desde o início, chegando aos 39% de posse. Porém, enquanto os alemães somavam 87% de passes certos, os “encarnados” não passavam dos 76%.
- Toada idêntica na meia-hora de jogo. Luisão e Cervi os melhores do Benfica, com destaque para o argentino, que somava três desarmes nesta fase e quatro de cinco duelos ganhos. Aos 32 minutos, Luisão conseguiu o segundo remate, e enquadrado, do Benfica, de cabeça – na Luz a “águia” fez apenas um, o do golo.
O descanso com tudo em aberto para o segundo tempo. A entrada de rompante do Dortmund trouxe-lhe um golo cedo e muita posse de bola, mas aos poucos o Benfica equilibrou-se, ajustou posicionamentos e acabou com três remates, dois deles enquadrados (6-2 para os alemães) e 42% de posse de bola. Aubameyang era o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 6.5, graças ao seu golo e a um passe para ocasião, isto em apenas oito toques na bola. O melhor benfiquista era Luisão, com 6.0, tendo ganho os quatro duelos que disputou (três pelo ar) e realizado duas intercepções, para além de um remate enquadrado.
- Bom arranque de segundo tempo, com o Benfica, primeiro, e o Dortmund, a seguir, a criarem perigo. O remate de Cervi, aos 46 minutos, bloqueado por um defesa dos alemães, levava selo de golo.
- O jogo estava partido, o Benfica estava perigoso, mas no contra-golpe o Dortmund também. E apesar de Ederson estar a aguentar bem as investidas, com algumas boas defesas, aos 59 minutos Pulisic acabou por marcar o 2-0, ao nono remate alemão, quarto enquadrado – 6-2 para o Benfica. E aos 61, Aubameyang bisou.
- Por volta dos 70 minutos o Benfica tinha mais bola – no período desde o descanso -, com 51% de posse, mas falhava no ataque, onde registava três disparos no segundo tempo, nenhum enquadrado, contra os cinco do Dortmund (três à baliza). Aubameyang continuava a compensar os adeptos pela exibição da Luz, com dois golos em quatro remates (três enquadrados), dois passes para ocasião. Nesta altura apenas Luisão e Cervi tinham rating positivo nos “encarnados”.
- A dez minutos do fim o Dortmund tinha o jogo sob controlo, com uma excelente ocupação dos espaços, e aos 85 minutos, Aubameyang completou o “hat-trick” com facilidade. De realçar que, dos 13 remates do Dortmund, dez aconteceram na grande área do Benfica e seis levaram a melhor direcção. Perante estes números há pouco mais a dizer.
O Homem do Jogo
No quer toca ao homem do jogo, não há discussão possível. Após a desastrosa exibição no Estádio da Luz, Aubameyang redimiu-se com a obtenção de um “hat-trick” em apenas cinco remates, quatro deles enquadrados. Fez ainda dois passes para ocasião, numa partida em que apenas precisou de tocar 25 vezes na bola. Uma exibição que lhe valeu um GoalPoint Rating de 9.1.
Jogadores em foco
- Luisão 6.4 – O único que fugiu verdadeiramente à mediania do Benfica. Até no ataque, onde fez dois remates, um enquadrado, e colocou a bola quatro vezes na área. A defender esteve seguro, com oito acções defensivas – três desarmes, três intercepções e dois alívios.
- Cervi 5.6 – A surpresa no “onze” do Benfica e pode-se dizer que não desiludiu. Cumpriu bem a sua função de ajudar a fechar o flanco esquerdo, ao conseguir sete desarmes. E ainda fez dois remates.
- Pulisic 7.6 – Tornou-se no mais jovem jogador a marcar na Liga dos Campeões, com um “chapéu” a Ederson. Fez dois remates, ambos com boa direcção, registou uma assistência e acertou três de seis tentativas de drible.
- Castro 6.7 – Foi o cérebro da construção ofensiva do Dortmund. Acertou 88% dos seus 76 passes e foi quem mais vezes tocou na bola, 99. Ganhou ainda oito de 13 duelos e recuperou oito vezes a bola.
- Bartra 6.5 – Uma muralha. Mostrou uma segurança enorme no trio de defesas, ao ganhar nove de 17 duelos, e a apresentar um registo de 11 alívios. Com ele não houve facilidades.
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