O encontro entre o Sport Rio Tinto e Canelas 2010, da 3.ª jornada da fase de subida da Divisão de Elite da Associação de Futebol do Porto, durou apenas dois minutos, depois de um jogador da equipa gaiense ter agredido um atleta da formação da casa e o árbitro.
Segundo fonte do Rio Tinto, “num dos primeiros lances da partida, o jogador Marco, do Canelas, agrediu um jogador da equipa da casa e imediatamente o árbitro mostrou o cartão vermelho”, a partir daí gerou-se a confusão.
“Depois de ter recebido a ordem de expulsão, o jogador rodeou o árbitro e agrediu-o com violência, com uma joelhada, atirando-o ao chão. O juíz da partida foi socorrido de imediato, e ele próprio chamou o INEM para ser assistido no local, pois ao que tudo indica terá partido o nariz“, esclareceu ainda em declarações à agência Lusa.
A polícia entrou em campo para serenar os ânimos, acompanhando Marco na saída do rectângulo de jogo. Segundo a RTP, o jogador foi detido e levado para a esquadra de Rio Tinto, devendo ser presente a tribunal esta segunda-feira.
Na sequência da agressão, o árbitro terá que ser submetido a uma intervenção cirúrgica.
Também contactado pela Lusa, Luciano Gonçalves, presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol, classificou o ato como “vergonhoso” e alertou que situações como esta não devem voltar a acontecer.
“O que aconteceu é vergonhoso para o futebol e não pode voltar a acontecer. As instâncias têm que pôr mão nisto de alguma forma. Estas situações estão a passar o âmbito desportivo e têm que terminar. Porque corremos o risco que um dia apareça um árbitro morto num qualquer relvado”, começou por dizer o dirigente.
Luciano Gonçalves explicou ainda que situações como esta têm sido recorrentes e que a necessidade de agir com “medidas severas” tornou-se imperativo.
Em outubro do ano passado, 12 clubes da divisão de elite da Associação de Futebol do Porto recusaram jogar contra o Canelas com medo dos Super Dragões e decidiram não comparecer aos jogos com o Canelas.
A onda de protesto foi na altura justificada por reiterados episódios de violência por parte de jogadores e adeptos do clube de Vila Nova de Gaia, cujo plantel inclui vários membros da claque Super Dragões, do FC Porto, nomeadamente o seu líder Fernando Madureira.
Em causa estão queixas de coacção, ameaças e agressões e os clubes envolvidos falam mesmo de um clima de terror que se estende aos árbitros que dirigem os jogos do Canelas, o que condiciona a sua acção.
“Sinto que estão a querer desvalorizar um assunto muito grave e, atendendo à gravidade das questões que têm vindo a acontecer, é necessário procurar em todas as instâncias soluções para colocar um ponto final nisto de uma vez por todas”, esclareceu ainda Luciano Gonçalves.
Após o incidente, ficou definido que não estavam reunidas as condições de segurança para que o jogo continuasse.
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