Guimarães vs Sporting | Golos são como o ketchup

O Sporting está bem e recomenda-se. A equipa de Jorge Jesus “vingou-se” do amargo empate europeu a meio da semana com uma goleada das antigas frente ao Vitória de Guimarães, por 5-0, no D. Afonso Henriques.

Após dois ou três jogos em branco, Cristiano Ronaldo disse um dia que não havia razão para preocupações. “Os golos são como o ketchup, a gente bata, bate, parece que não sai nada, e quando sai, é tudo de uma vez”. O Sporting provou este sábado do ketchup de Ronaldo, goleando em Guimarães por expressivos 5-0.

Bruno Fernandes e Bast Dost bisaram na partida, com Adrien Silva a fechar a “manita” já perto do fim, numa partida de sentido único e em que os da casa simplesmente nada puderam fazer para contrariar o caudal ofensivo do adversário.

O Jogo explicado em Números

  • A partida arrancou com uma verdadeira “bomba” de Bruno Fernandes, indefensável para o guarda-redes Miguel Silva. O golo do médio português, a passe de Piccini, permitou ao Sporting contrabalançar a pressão inicial exercida pelo Vitória, chegando aos 15 minutos de jogo com 61% de posse e já dois remates, ambos do número oito leonino, que disfarçava o pouco envolvimento de Bas Dost, que levava apenas dois toques e um passe nesta etapa inicial.
  • Pois bem, Bas Dost fez questão de desfazer todas as dúvidas sobre a sua presença em campo com dois golos “de enfiada”. O primeiro, aos 21 minutos, surgiu num cabeceamento certeiro após um livre batido por Acuña. O segundo, apenas dois minutos depois, resultou de uma jogada de contra-ataque que terminou num cruzamento rasteiro de Fábio Coentrão para o holandês.
  • À entrada para a meia-hora de jogo, os “leões” mostravam eficácia máxima, com três passes para finalização a resultarem em assistências e três remates enquadrados a resultarem em golos. Mas não fosse o marcador e podíamos dizer que estávamos na presença de uma partida equilibrada, pois o Vitória liderava em posse de bola (51%-49%), número de passes (124-116) e até eficácia na distribuição (82%-79%).
  • Terminada a primeira parte, os números mostrava que o Vitória tinha tido mais bola (58%-42) e melhor eficácia de passe (85%-78%), embora não tivesse conseguido rematar uma única vez à baliza de Rui Patrício. Do lado do Sporting, dos quatro disparos enquandrados, três tinham resultado em golo, um registo que contrastava com a baixa eficácia demonstrada pelos “leões” frente ao Steaua.
  • Bruno Fernandes, o autor do primeiro golo “leonino”, liderava os  GoalPoint Ratings, com nota 7.6, seguido por Bas Dost, 7.1, que pouco tinha feito além dos golos. Do lado do Vitória, o jogador com melhor nota era Zungu, 5.3, que levava um drible eficaz e uma eficácia de passe de 93%.
  • Início do segundo tempo fulgurante por parte dos “leões”, que dilataram ainda mais a vantagem com um novo golo de Bruno Fernandes, que surgiu solto no meio-campo adversário e rematou para o fundo da baliza de Miguel Silva, novamente de meia distância.
  • O golo era a recompensa pelo forte arranque do Sporting, com 70% de posse nos primeiros 15 minutos, embora o próprio Vitória tenha estado perto de marcar, num remate de Paolo Hurtado defendido por Rui Patrício depois de um erro clamoroso de Piccini.
  • O avançado peruano parecia ser o único jogador interessado em remar contra a maré. Aos 75 minutos, Hurtado tinha dois dos três remates enquadrados da sua equipa e somava ainda dois passes para finalização – mais do que qualquer outro jogador vitoriano.
  • Aos 81 minutos, Bruno Fernandes esteve perto de assinar o “hat-trick” mas viu a barra da baliza negar-lhe o “chapéu” a Miguel Silva, que acabaria por sofrer o quinto golo pouco depois, num remate rasteiro de Adrien Silva a passe de Iuri Medeiros.
  • Era o carimbo final numa vitória “sem espinhas” por parte dos “verde-e-brancos”, frente a um Vitória que continua a mostrar graves problemas no sector mais recuado, com 10 golos sofridos para apenas três marcados – o pior registo da Liga.

O Homem do Jogo

Se dúvidas houvesse acerca da qualidade do remate de Bruno Fernandes, estas foram desfeitas neste jogo. O reforço do Sporting teve um papel influente na goleada com dois golos de meia distância de bela execução, um em cada parte.

O camisola 8 leonina, que ainda enviou uma bola à barra, poderia ter alcançado uma nota memorável nos GoalPoint Ratings, mas acabou por ficar-se “apenas” por um 8.3 devido a alguns problemas na distribuição , tendo apenas sido feliz em 18 dos 28 passes que fez (64%, eficácia baixa para a função que ocupa), sendo que nenhum deles foi um passe para finalização dos colegas. Seja como for… jogo para recordar.

Jogadores em foco

  • Fábio Coentrão 7.2 – Rubricou uma bela exibição. Criou uma ocasião flagrante de golo, que resultou numa assistência e fez ainda mais dois passes para finalização. Foi feliz em oito dos 11 passes longos que executou, venceu 11 dos 16 duelos que disputou e somou seis desarmes.
  • Bas Dost 7.2 – Apontou dois dos cinco golos da sua equipa nos únicos dois remates que fez. Venceu ainda quatro dos sete duelos aéros em que esteve envolvido.
  • Miguel Silva 5.9 – Sofreu cinco golos, é certo, mas ainda assim foi o melhor da sua equipa, graças às quatro defesas que realizou, três delas a remates de dentro da área.
  • Iuri Medeiros 4.7 – Criou uma ocasião flagrante de golo (que resultou no 5-0) mas falhou uma outra. O único drible que tentou foi eficaz.
  • Hélder Ferreira 4.3 – Teve a pior nota da tarde. Falhou três desarmes e um drible, perdeu a posse 12 vezes e não venceu nenhum dos seis duelos que disputou.

Resumo

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