A claque Irriducibili, conhecida pelas suas ligações à extrema-direita e batizada como uma das mais perigosas do mundo do futebol, colocou na bancada dos adeptos da AS Roma uma imagem de Anne Frank com uma camisola da equipa.
No passado domingo, no Estádio Olímpico de Roma, ultras da Irriducibili, a principal claque da Lazio, deixaram na bancada dos adeptos do clube rival fotomontagens de Anne Frank com uma camisola da AS Roma.
A provocação antissemita originou uma onda de indignação em todo o país, não só na esfera do futebol mas também na política, com o Presidente italiano, Sergio Mattarella, a definir esta atitude como “um ato desumano”.
A direção da Lazio também condenou o incidente e, esta terça-feira, dirigiu-se até à Sinagoga de Roma, onde entregou uma coroa de flores. “Queremos reafirmar a nossa posição com um gesto claro e inequívoco: ninguém pode usar a Lazio. A maioria dos nossos seguidores está ao nosso lado, contra o antissemitismo”, garantiu Claudio Lotito.
Hoje, durante o aquecimento antes da partida contra o Bolonha FC, os jogadores vão utilizar uma camisola com a fotografia da jovem alemã. O dirigente da equipa romana também já confirmou a intenção de o clube pagar uma viagem a 200 adeptos ao campo de concentração de Auschwitz para manter viva a memória do Holocausto.
Por sua vez, a Federação de Futebol italiana (FIGC) anunciou que todas as equipas das primeiras três divisões vão respeitar um minuto de silêncio no início dos encontros das próximas duas jornadas, no qual se lerá ainda um excerto do Diário de Anne Frank.
A polícia italiana já identificou 16 ultras da claque, conhecida pelas suas ligações à extrema-direita, que estarão ligados a este incidente. Deste número, que poderá ainda subir, há “duas ou três pessoas” cuja idade está entre os 13 e os 16 anos.
A identificação só foi possível depois de a polícia ter analisado os vídeos das câmaras de videovigilância do Estádio Olímpico, campo utilizado pelos dois clubes da capital italiana.
Anne Frank escreveu o seu famoso diário, entre junho de 1942 e agosto de 1944, quando vivia escondida num anexo em Amesterdão, na Holanda. A jovem e a família acabaram por ser descobertos e enviados para campos de concentração, onde Anne morreu em 1945.
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