Benfica sofreu a quinta derrota noutros tantos jogos no Grupo A da Liga dos Campeões, por 2-0, na visita ao CSKA de Moscovo. Um desfecho que atira as “águias” para fora da Europa e que reflecte o que se passou em campo.
Numa partida sem grande qualidade de parte a parte, o Benfica ainda teve mais bola, rematou, mas a competência ofensiva foi nula e a consistência defensiva muito ténue. E Igor Akinfeev não sofreu golos pela primeira vez em 44 jogos na Liga dos Campeões (do “play-off” em diante).
O Jogo explicado em Números
- Benfica com um início de jogo interessante, a chegar aos 58% de posse de bola nos primeiros dez minutos, em linha com o que tem acontecido, aliás, na actual participação na Liga dos Campeões. Porém, domínio pouco incisivo, pois não conseguiu nenhum remate nesta fase e o CSKA registou um.
- Por isso mesmo, o primeiro golo surgiria aos 13 minutos, e para os russos, com Georgiy Schennikov a surgir isolado e a bater Bruno Varela. A resposta do Benfica foi rápida, com Diogo Gonçalves a amortecer de cabeça para Jonas e este, na pequena área, a emendar… para fora. Ocasião flagrante desperdiçada, com impacto no rating do brasileiro.
- Partida relativamente equilibrada nos primeiros 20 minutos, com posse repartida, CSKA apenas com um remate mais que os “encarnados” (2-1), mas a enquadrar um e a aproveitar uma ocasião flagrante, algo que o Benfica não conseguiu.
- Jogos pobres de Pizzi e Jonas por volta da meia-hora. O médio não passava de um rating de 4.8, sobretudo devido às nove perdas de bola, e Jonas registava 4.0, muito pelo golo que falhou em ocasião flagrante.
- O Benfica não abrandou na procura pelo golo e chegava com a bola ao último terço da partida, mas sem linhas de passe, pelos poucos jogadores para fornecer essas linhas na área e consequente facilidade russa em tapar buracos. Perto do descanso os portugueses registavam apenas três passes para finalização.
- O Benfica chegou ao intervalo a perder por 1-0, um resultado que se ajustava ao perigo que ambas as equipas criaram. As “águias” até registavam mais posse (56%), e três remates (contra seis), mas só enquadraram um e desperdiçaram uma ocasião flagrante.
- O melhor em campo ao intervalo da partida era o autor do golo, Schennikov, com um GoalPoint Rating de 6.7. O russo fez só um remate, mas foi o suficiente, e registou também três intercepções.
- Os “encarnados” entraram melhor no segundo tempo, com 59% de posse, algumas boas jogadas e três remates contra nenhum dos russos, um deles enquadrado. Mas na primeira vez que o CSKA desceu com verdadeiro perigo, aos 56 minutos, acabou por marcar. Vitinho recebeu na área, fugiu a Jardel, rematou, a bola desviou no brasileiro dos “encarnados”, que fez autogolo.
- Aos 57 minutos, Rui Vitória lançou Raúl Jiménez para o lugar de Filipe Augusto. O brasileiro não fez um jogo por aí além, mas quando saiu era o melhor do Benfica, com dois passes para finalização, sucesso em três de quatro tentativas de drible e um rating de 5.8.
- As estatísticas de jogo nos primeiros 15 minutos do segundo tempo eram: Benfica com 58% de posse, quatro remates (três de fora da área), dois enquadrados, contra dois disparos do CSKA (ambos sem direcção), 56% de duelos ganhos.
- Aos poucos o Benfica pareceu assumir a sua impotência para mudar o rumo dos acontecimentos. Pouca profundidade e ideias expressa, nos primeiros 30 minutos do segundo tempo, em 56% de posse de bola, nove remates, quatro enquadrados, mas apenas uma ocasião flagrante desperdiçada e somente 16 interacções com bola na grande área contrária em toda a partida. Muito pouco.
O Homem do Jogo
Num jogo pobre do lado benfiquista, tinha de ser um jogador do CSKA a ganhar a distinção de MVP da partida. Não foi o autor do golo, mas sim o dono da assistência para o 1-0, Bibras Natcho.
O médio israelita não só presenteou Schennikov com a entrega para o seu golo, como terminou com três passes para finalização, oito duelos ganhos em 13, dez recuperações de posse e cinco desarmes – um GoalPoint Rating bem interessante de 7.3.
Jogadores em foco
- V. Berezutski 6.9 – Uma parede. O central russo atacou (dois remates, desenquadrados), mas foi na defesa que não deu hipóteses, com três intercepções, oito alívios e 16 recuperações de posse, o máximo da partida.
- Salvio 6.5 – O melhor do Benfica, de longe. O argentino fez três remates, tentou dez vezes o drible, com eficácia em nove (máximo da jornada até ao momento), ganhou 14 de 23 duelos e registou ainda três desarmes.
- A. Almeida 5.8 – O segundo melhor dos “encarnados”. O lateral fez um dos remates mais perigosos do Benfica, fez seis cruzamentos, um eficaz, interagiu com a bola 101 vezes, só atrás das 113 de Pizzi, e ganhou seis de sete duelos.
- Pizzi 5.2 – Jogo estranho do médio. Pizzi foi quem teve mais bola (113 toques), colocou 12 vezes a bola na área contrária (o dobro dos segundos melhores), foi quem acertou mais passes (80), mas para além de um passe para finalização, pouco ou nada fez ofensivamente.
- Jonas 4.2 – Jogo para esquecer de Jonas. O brasileiro rematou três vezes, apenas uma esquadrada, falhou uma ocasião flagrante e andou errante pelo campo, desamparado e só entre os defesas do CSKA.
Resumo
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