Quatro jogadores do Rio Ave foram constituídos arguidos, esta quarta-feira, no âmbito de uma investigação da Polícia Judiciária sobre viciação de resultados.
Segundo a SIC, os jogadores foram aliciados para perder jogos, nomeadamente na visita ao Feirense, um encontro da 20.ª jornada do campeonato disputado em 6 de fevereiro, que terminou com vitória da equipa da casa, por 2-1, e que na altura levantou suspeitas que motivaram a suspensão das apostas no jogo Placard.
O Departamento de Jogos da Santa Casa da Misericórdia justificou a decisão devido ao “volume atípico de apostas registado e o risco financeiro envolvido”.
A SIC acrescenta que a PJ do Porto está a investigar o caso há quase um ano e que tem fortes indícios de prática de crime. Os jogadores, que já foram ouvidos pelo Ministério Público e constituídos arguidos, terão recebido avultadas somas de dinheiro para adulterarem o resultado do encontro.
Ainda segundo o canal televisivo, a Polícia Judiciária tem estado a investigar outros jogadores da I Liga por eventuais práticas ilícitas nas últimas épocas. As autoridades acreditam que os intermediários que abordaram os jogadores são especializados na prática do “Match Fixing”.
A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) disse que requereu a sua intervenção como assistente no processo judicial. “O processo judicial encontra-se em segredo de justiça, tendo a Liga já requerido a sua oportuna intervenção como assistente, razão pela qual irá continuar a aguardar tranquilamente o desenrolar do mesmo”, lê-se em comunicado divulgado pela LPFP, que organiza os campeonatos profissionais.
“A Liga jamais irá imiscuir-se naquilo que diz respeito aos órgãos de Polícia Criminal e aos órgãos de disciplina desportiva. Por fim, não pode deixar de manifestar a sua total confiança nas instituições e nas sociedades desportivas, nomeadamente no Rio Ave FC, sempre consciente de que a integridade é um dos valores fundamentais para as competições profissionais”, conclui a mesma nota.
Por sua vez, o clube nortenho reage com “espanto e indignação” à notícia da SIC, reconhecendo que foi “aberto um processo que corre os seus termos na Policia Judiciaria, no qual todos os elementos notificados pertencentes aos quadros do Rio Ave prestaram toda a colaboração solicitada, há seis meses”, mas acrescentando “não saber mais nada” sobre o desenvolvimento do mesmo.
“Esse processo encontra-se em segredo de justiça e sobre o mesmo não temos qualquer informação. Estranha-se que seja tratado na comunicação social quando não temos qualquer informação sobre o mesmo, nem tão pouco os visados na noticia”, pode ler-se num comunicado publicado no site do clube vila-condense.
No mesmo texto, os responsáveis do emblema da foz do Ave lamentam que “o simples teor de uma notícia tenha repercussões ou um tratamento desmesurado pondo em causa a integridade moral de uma instituição e dos seus profissionais”.
Lamentam, ainda, que “à simples palavra arguido lhe seja atribuída uma conotação tão pejorativa, subtraindo-lhe a presunção de inocência“.
Ainda assim, o Rio Ave garantiu que, tanto a instituição como os seus elementos, estão “ao dispor para qualquer esclarecimento das autoridades judiciárias e para uma total colaboração no desenrolar do mesmo processo”.
“O Rio Ave sempre se regeu pelos melhores princípios de nobreza e honestidade jamais poderá ser posta em causa. Manteremos a total confiança nos intervenientes bem como o desejo de ver esta situação resolvida, indo até às últimas consequências para que a verdade seja totalmente apurada”, pode ler-se no comunicado.
O clube vila-condense reiterou, por fim, “o orgulho de ter nos seus quadros atletas e profissionais íntegros e competentes, acima de qualquer suspeita, que diariamente são, como é do reconhecimento público, excelentes agentes promotores do desporto e do futebol em Portugal, bem como exemplos de cidadania”.
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