O Sporting voltou a demonstrar que saber sofrer também pode ser uma arte. A formação de Alvalade bateu o Moreirense pela margem mínima e com um golo aos 92 minutos, dias depois de ter vencido o Tondela também nos descontos.
Sem várias das suas principais unidades, os “leões” demonstraram grandes dificuldades para levar de vencida um Moreirense atrevido, especialmente após o vermelho mostrado a Petrovic, aos 61 minutos.
O golo do triunfo, apontado por Gelson Martins, acabou por ter um sabor agridoce, uma vez que o extremo português se deixou levar pelos festejos e viu o vermelho por tirar a camisola, ficando, assim, de fora do “clássico” de sexta-feira frente ao FC Porto.
O Jogo explicado em Números
- Primeiros 15 minutos da partida pautados por uma surpreendente igualdade e sem que nenhuma das equipas tenha conseguido fazer um único remate à baliza. O Moreirense mostrava que tinha a lição bem estudada, apresentando uma eficácia na distribuição de 80% – invulgar para uma equipa de menor dimensão a jogar diante de um “grande” e na casa deste.
- No conjunto cónego havia um jogador em clara evidência, o lateral-esquerdo Rúben Lima. O jogador português chegou aos 25 minutos com cinco acções defensivas e a liderar a sua equipa em interacções com a bola (25), duelos (sete, seis dos quais ganhos) e passes (12, nove deles no meio-campo adversário).
- À entrada para os últimos cinco minutos, o Sporting continuava a ter apenas um remate enquadrado, de autoria de Bryan Ruiz, que era ainda líder na sua equipa em passes para finalização (dois) e em duelos disputados (13), dos quais vencera apenas cinco.
- Primeira parte algo desinteressante e com um Sporting a rematar muito mas mal, o que resultou em três ocasiões flagrantes desperdiçadas para os “leões” que, apesar de terem colocado a bola na área adversária em 20 ocasiões, só conseguiram pôr o guarda-redes Jhonatan Luiz à prova uma vez.
- Apesar de ter sido um dos jogadores que desperdiçaram ocasiões flagrantes, Bryan Ruiz surgia à cabeça dos GoalPoint Ratings, com nota 6.1, muito por culpa dos três passes para finalização que somava, dois deles para situação flagrante.
- Na equipa visitante, o destaque ia para Rúben Lima 6.0, com sete acções defensivas, seis duelos ganhos (três deles pelo ar) e um drible eficaz.
- O Moreirense reentrou na partida bastante atrevido e esteve perto do golo aos 56 minutos, quando André Micael obrigou Rui Patrício a uma grande defesa. Ainda assim, o sinal mais no início do segundo tempo pertenceu ao Sporting, que teve mais bola (61%) e rematou cinco vezes, duas delas à baliza.
- A tarefa da equipa “leonina” ficou ainda mais complicada quando, aos 61 minutos, Petrovic viu o cartão vermelho por acumulação de amarelos. No tempo em que esteve em campo, o sérvio falhou apenas três dos 28 passes que fez, cometeu cinco faltas e realizou uma acção defensiva.
- Em vantagem numérica, o Moreirense foi crescendo na partida com o passar dos minutos, chegando aos 25 da segunda parte com maior eficácia de passe do que o adversário (82%-75%) e ligeira desvantagem em termos de posse de bola (49%-51%). Em termos ofensivos, o destaque ia para Tozé e Zizo, ambos com dois passes para finalização.
- Volvidos 35 minutos desde o início da segunda parte, Doumbia somava apenas um toque na área contrária. Gelson Martins era líder neste capítulo, com cinco na área do Moreirense desde o intervalo, sendo ainda o “leão” com mais remates enquadrados, dois, ambos no segundo tempo.
- O camisola 77 do Sporting acabou por ser recompensado ao apontar o golo do triunfo, já nos descontos, num remate de “trivela” desviado por André Micael. O internacional português, que somou três dos quatro remates à baliza da sua equipa, acabaria por ver o cartão vermelho ao tirar a camisola nos festejos, falhando, assim, a visita ao Dragão, na sexta-feira.
O Homem do Jogo
Noite inglória para Rúben Lima, que merecia melhor sorte após uma grande noite em que quase tudo lhe correu de feição. O lateral-esquerdo do Moreirense foi o autor de 13 acções defensivas, dando nas vistas sobretudo nos desarmes e nas intercepções (cinco cada).
Para além disso, venceu nove das 14 disputas em que esteve envolvido, colocou a bola oito vezes na área contrária e foi feliz na única vez que arriscou o drible. Tudo somado, Rúben Lima deixa Alvalade com a nota mais alta nos GoalPoint Ratings, 6.4.
Jogadores em foco
- Gelson Martins 6.3 – Apontou o golo decisivo, num dos três remates à baliza que fez, e acabou por ver o vermelho nos festejos. Pela positiva, somou ainda dois passes para finalização (um deles para ocasião flagrante), seis dribles eficazes e oito duelos ganhos em 17 disputados.
- Dramé 6.1 – Esteve apenas 19 minutos em campo, tempo suficiente para fazer um remate enquadrado, nove passes (todos eficazes), conseguir três dribles eficazes e vencer cinco duelos.
- Bryan Ruiz 5.7 – Ninguém fez mais passes para finalização (três) ou criou mais ocasiões flagrantes (duas) do que ele. No entanto, venceu apenas cinco das 16 disputas em que esteve envolvido, foi desarmado cinco vezes e falhou uma ocasião flagrante.
- Doumbia 4.7 – Rematou duas vezes, ambas de forma desenquadrada, foi feliz em apenas uma das suas cinco tentativas de drible e venceu apenas três dos 15 duelos em que participou. Para além disso, cometeu três faltas e controlou mal a bola quatro vezes.
- Arsénio 4.1 – Teve a pior nota da noite. Disputou 11 duelos, vencendo um, falhou três desarmes, cometeu duas faltas e não conseguiu nenhum drible eficaz, em três tentativas.
Resumo
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