Processo e-toupeira divulgado na Internet. 9 computadores da Justiça em casa de arguido

Paulo Gonçalves, assessor jurídico do Benfica

A Procuradoria-Geral da República (PGR) está a investigar a divulgação online, ocorrida esta sexta-feira, do processo e-toupeira através de um blogue.

“Os factos referidos encontram-se em investigação”, referiu a PGR, numa curta resposta enviada à agência Lusa, depois de questionada sobre se iria adotar alguma providência ou iniciativa processual tendo em conta a notícia publicada esta sexta-feira pelo Expresso.

Segundo o semanário, o documento divulgado no blogue Mercado de Benfica, “em Segredo de Justiça, tem 29 páginas e refere os pormenores da investigação desencadeada nos últimos meses ao assessor jurídico do Benfica, Paulo Gonçalves, e ao oficial de Justiça José Augusto Nogueira da Silva, que está em prisão preventiva por causa deste processo”.

De acordo com o documento do DIAP de Lisboa, entre outros, José Silva teve acesso ao inquérito a Bruno de Carvalho (depois das denúncias da Federação Portuguesa de Futebol contra declarações do presidente do Sporting no programa “Prolongamento”, na TVI24, em 2015). Também acedeu ao processo relacionado com a denúncia anónima contra o Benfica por alegado esquema de corrupção na arbitragem.

Além disso, segundo o Público, o despacho do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa agora divulgado no blogue também mostra que a PJ encontrou em casa da “toupeira” nove computadores, três dos quais plenamente operacionais, dois monitores e uma impressora do Ministério da Justiça.

Os computadores apreendidos em casa do técnico judicial foram um dos argumentos que motivaram o MP a defender a prisão preventiva do funcionário já que, mesmo em prisão domiciliária, poderia continuar a atividade criminosa, escreve o jornal.

10 mil euros suspeitos

Segundo o Correio da Manhã, há fortes suspeitas de que José Silva não tenha sido apenas corrompido com bilhetes para os jogos e merchandising do Benfica. O jornal apurou que a PJ está a fazer “uma exaustiva perícia financeira” para apurar quem fez, no ano passado, um total de 47 transferências e onze depósitos na conta do arguido, na Caixa Geral de Depósitos, no valor de 10 mil euros.

Para além do ordenado de oficial de Justiça, escreve o CM, não são conhecidos a José Silva rendimentos que justifique este valor que lhe caiu, de forma faseada, na conta. Estão a ser levantados os sigilos bancários das contas de origem das transferências e a ser apuradas as identidades de quem lhe fez os depósitos em balcões.

Gabinete de crise já entrou em ação

Desde o último fim-de-semana que o Benfica tem montado um gabinete de crise, que prepara ações judiciais contra os que coloquem em causa o bom nome do clube. Segundo a Visão, os encarnados recorreram ao antigo espião do Serviço de Informações de Segurança (SIS) e secretário de Estado Adjunto de José Sócrates, José Almeida Ribeiro.

À revista, Luís Bernardo, diretor de comunicação do clube que também foi assessor do ex-primeiro-ministro, confirma que o ex-espião do SIS tem sido consultado pelo gabinete mas diz que este apenas participou numa reunião, negando assim a existência de qualquer vínculo com o clube.

De acordo com o Expresso, este gabinete de crise já entrou em ação: o Benfica irá avançar com uma queixa-crime contra Pinto da Costa por difamação porque, no editorial da última revista “Dragões”, escreveu sobre “uma rede de tentáculos”, referindo-se ao “segundo classificado”.

Porém, o dirigente azul e branco não é o único alvo. Fonte próxima do clube encarnado avança ao semanário que também está a ser preparada uma queixa-crime por violação do segredo de justiça contra João Pedro Capitão, contra a YoungNetwork e contra terceiros.

Os encarnados acreditam que João Capitão é o autor do Mister do Café, blogue afeto ao Sporting que tem divulgado documentos no caso dos e-mails e também a “informação de serviço” da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da PJ em que o coordenador Pedro Fonseca especificava à diretora Saudade Nunes uma denúncia anónima que espoletou o caso ‘e-toupeira’.

E porquê a queixa contra a YoungNetwork? Segundo o jornal, João Capitão é colaborador desta empresa de assessoria, que trabalha em regime de outsourcing com o Sporting. Por outro lado, a queixa contra “terceiros” inclui o blogue “Mercado de Benfica”, que a PGR está agora a investigar.

[sc name=”assina” by=”ZAP” source=”Lusa” ]


Comentários

4 comentários a “Processo e-toupeira divulgado na Internet. 9 computadores da Justiça em casa de arguido”

  1. Querem ver que é tudo boa gente, menos os gajos do Benfica, já cheira mal.

  2. …estas e toupeiras estão a estragar-me o jardim!

  3. Avatar de antirouge
    antirouge

    Com tanta toupeira vão os alicerces da catedral abaixo, até parece que o país está a ser governado a partir daí tantos são os suspeitos ligados a tal agremiação.

  4. Assim se vê claramente o funcionamento da justiça em Portugal, se não são os juíses que se vendem são os subalternos. Quem tem algum tipo de poder ou graveto com fartura, javarda lá dentro conforme quer… e já se vê quem sai sempre a perder… os anjinhos que pensam que a justiça faz justiça… rssss

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