Os bancários mostraram-se esta sexta-feira indignados e revoltados pelo perdão de 94,5 milhões de euros de dívida à Sporting SAD pelo BCP e pelo Novo Banco e pedem explicações imediatas aos bancos.
A federação sindical do setor financeiro reagiu esta sexta-feira à notícia de que o Sporting conseguiu chegar a acordo com o Novo Banco e com o BCP para o perdão de 94,5 milhões de euros que tinha em dívida, uma operação que alivia as contas da SAD e que reforça a posição do presidente Bruno de Carvalho, nomeadamente perante o maior accionista, Álvaro Sobrinho, que dava sinais de contestação à actual direcção.
“A confirmarem-se tais factos, é natural o aprofundamento da deceção e revolta dos trabalhadores face à perda sucessiva de condições de trabalho, à recusa de aumentos de retribuições e à apresentação de propostas de atualizações salariais ridículas, por parte de tais bancos”, afirma a FEBASE.
A organização representativa dos trabalhadores recorda que o BCP congelou e diminuiu rendimentos dos seus trabalhadores, situação que ainda não foi totalmente reposta e reparada, “com a agravante da recusa de aumentos salariais“.
Enquanto o Novo Banco, “recorreu a um despedimento coletivo, cuja impugnação ainda corre nos tribunais, extinguindo muitas centenas de contratos de trabalho eufemisticamente apelidadas de ‘mútuo acordo‘ e continua a ameaçar destruir postos de trabalho em massa e fecho de balcões”, diz a federação.
Acresce ainda no Nove Banco, alega a FEBASE, “uma tentativa generalizada de ameaça de redução das condições dos seus trabalhadores em regime de isenção de horário de trabalho”.
“Atos de gestão danosa como o noticiado perdão têm de merecer veemente condenação por parte dos trabalhadores bancários, sublinhando-se que tornam ainda mais imorais e ilegítimos o agravamento das referidas condições de trabalho e a recusa de aumentos salariais dignos”, considera a FEBASE.
Bruno de Carvalho publicou na segunda-feira um artigo no DN em que afirma que nos últimos meses conseguiu “negociar uma melhoria das condições da reestruturação financeira”, baixando de 135 para 40,5 milhões o valor da dívida ao BCP e Novo Banco, através dos VMOC detidos por estes — operação que até pode ser vantajosa para os bancos, que tinham registado parte dos montantes como imparidades.
Com o perdão da dívida, o Sporting fica a apenas 17,5 milhões de euros de garantir a maioria da SAD, enquanto anteriormente precisaria de 44 milhões para esse efeito.
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