O braço direito de Bruno de Carvalho terá montado um esquema para comprar os árbitros para garantir o título de andebol da época passada, conquistado pela primeira vez ao fim de 16 anos.
Segundo uma investigação do Correio da Manhã, o Sporting terá montado um esquema de corrupção com a compra de equipas de arbitragem para ganhar o título de andebol da época 2016/17.
Em declarações ao jornal, Paulo Silva revelou ter subornado árbitros não só para os leões ganharem jogos, mas também para que outras equipas perdessem, tudo a mando de André Geraldes, atual diretor de futebol mas que, até à época passada, coordenava todas as modalidades do clube.
De acordo com o Expresso, que cita o exclusivo do CM, o jornal teve acesso a muitas conversas entre empresários, no WhatsApp, que mostram como o agora braço direito de Bruno de Carvalho coordenava este esquema.
Em causa estão várias mensagens que relatam casos de compra de árbitros por dois mil euros como, por exemplo, a derrota do FC Porto frente ao Benfica, para que o Sporting ficasse isolado no primeiro lugar.
Paulo Silva, que recebia comissões de cerca de 350 euros, diz que nunca falou diretamente com Geraldes mas sim com João Gonçalves, outro dos intermediários que acertava os valores. Ao CM, afirma ter feito isto pelo seu “sportinguismo” e espera que a justiça tenha clemência uma vez que está a colaborar com as autoridades.
O Jornal de Notícias avança que o Ministério Público já está a investigar o alegado esquema de corrupção. O matutino apurou ainda que os pagamentos podiam ir dos 1500 aos dois mil euros por jogo e que os árbitros menos colaborantes eram ameaçados.
Fonte da Procuradoria-Geral da República também confirmou ao Público a existência de um inquérito sobre o caso dirigido pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) do Porto e que está atualmente em segredo de justiça.
Sporting quer apuramento da verdade
O Sporting apelou hoje à celeridade das autoridades na averiguação à alegada corrupção no campeonato nacional de andebol de 2016/17, considerando-se um “alvo a abater” por continuar a “lutar e a querer transparência e verdade desportiva”.
“O Sporting confia na Justiça e no Estado de Direito e deseja que a alegada investigação anunciada pelo Ministério Público seja célere e que vá até às últimas consequências no apuramento da verdade“, lê-se no comunicado do Sporting.
Nesta mesma nota, o clube diz tratar-se do “primeiro capítulo de uma campanha, mais uma, que visa exclusivamente denegrir a imagem da instituição Sporting”.
“Não nos revemos em qualquer prática que desvirtue a verdade desportiva ou que sejam ética, moral e socialmente censuráveis”, prosseguem os leões, que dizem desconhecer agentes e empresários citados e admitem tomar medidas para “que sejam responsabilizados nas instâncias competentes”.
Assumindo-se “disponível para colaborar em todas as diligências”, o Sporting admite ser “um alvo a abater porque é o único clube que, genuinamente, continua a lutar e a querer transparência e verdade desportiva em Portugal”.
Na sequência da notícia do Correio da Manhã, a Federação de Andebol de Portugal (FAP) anunciou a denúncia deste caso ao Ministério Público, que já tinha confirmado a existência de “um inquérito relacionado com a matéria”.
O Sporting arrisca-se a perder o título conquistado pela primeira vez ao fim de 16 anos.
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