A Polícia Judiciária está desde o início da manhã a fazer buscas na SAD do Sporting, em Alvalade, relacionadas com suspeitas de atos de corrupção. As buscas envolvem elementos da Unidade nacional de Combate à Corrupção.
Segundo o Correio da Manhã, já há quatro detidos: o diretor de futebol, André Geraldes, Gonçalo Rodrigues, funcionário que ontem suspendeu funções, o “corruptor” Paulo Silva e o intermediário João Gonçalves.
Desde o início da manhã que a PJ está a fazer buscas à SAD leonina, assim como na residência do empresário que denunciou todo o esquema ao jornal, numa operação batizada de Cashball. “A operação, que envolveu 40 elementos da Polícia Judiciária, incluiu cerca de uma dezena de buscas domiciliárias e em clube desportivo”, revela a PJ.
Na terça-feira, a Procuradoria-Geral da República confirmou que o Ministério Público estava a investigar um alegado esquema de corrupção relacionado com a compra de árbitros no andebol, que garantiram o título da modalidade na época passada.
Porém, de acordo com o diário, a investigação ao alegado esquema de corrupção também inclui jogos de futebol. Um dos jogos sob suspeita é o Vitória de Guimarães-Sporting da época passada, que terminou com a vitória leonina por 5-0.
De acordo com o Jornal de Notícias, outros jogos sob suspeita são os realizados com equipas como o Feirense, Chaves, Tondela, Aves e Estoril. Há jogadores que poderão ter sido pagos para facilitar vitórias dos leões em jogos da época passada e do início deste campeonato. Os valores poderão ter atingido 12.500 euros.
O empresário entregou ao MP mensagens em que comenta com os dois interlocutores o comportamento dos jogadores de futebol alegadamente comprados, tendo sido dadas instruções no sentido de darem “espaço ao Bas Dost”, cita o JN.
Esquema no andebol
Segundo a edição desta terça-feira do CM, o alegado esquema de corrupção no andebol envolvia “a compra de equipas de arbitragem, quer para os leões ganharem, quer para o Futebol Clube do Porto, com o qual disputaram o campeonato até ao fim, perder” e abrangeu a época de 2016/17, ganha pelo Sporting.
O CM citava conversas e trocas de mensagens de voz entre empresários, no WhatsApp, e que segundo o jornal “mostram como André Geraldes, hoje diretor de futebol do Sporting, coordenava toda a batota”.
O jornal publicou ainda uma entrevista com Paulo Silva, que confessou ter alinhado no esquema de corrupção “ao serviço do seu clube do coração” e disse que recebia 350 euros por cada árbitro de andebol que corrompia.
A Federação de Andebol de Portugal (FAP) também anunciou que ia denunciar ao Ministério Público a alegada corrupção a equipas de arbitragem por parte do Sporting, remetendo ainda o processo para o Conselho de Disciplina (CD).
A FAP emitiu um esclarecimento sobre a notícia avançada pelo Correio da Manhã a propósito do alegado esquema de corrupção para favorecer os leões na época 2016/17, quando o Sporting conquistou o título de campeão nacional, após 16 anos de jejum.
Gonçalo Rodrigues autossuspendeu-se
Por sua vez, o Sporting apelou à celeridade das autoridades, considerando-se um “alvo a abater” por continuar a “lutar e a querer transparência e verdade desportiva”.
“O Sporting confia na Justiça e no Estado de Direito e deseja que a alegada investigação anunciada pelo Ministério Público seja célere e que vá até às últimas consequências no apuramento da verdade“, lê-se no comunicado.
Nesta mesma nota, o clube diz tratar-se do “primeiro capítulo de uma campanha, mais uma, que visa exclusivamente denegrir a imagem da instituição Sporting”.
“Não nos revemos em qualquer prática que desvirtue a verdade desportiva ou que sejam ética, moral e socialmente censuráveis”, prosseguem os leões, que dizem desconhecer agentes e empresários citados e admitem tomar medidas para “que sejam responsabilizados nas instâncias competentes”.
No mesmo dia, fonte oficial do clube disse à Lusa que a “a administração chamou o funcionário Gonçalo Rodrigues sobre o seu alegado envolvimento neste caso, que respondeu que nada tinha feito, estava de consciência absolutamente tranquila”.
“A administração decidiu abrir um processo de inquérito para apurar qual o seu envolvimento no que veio publicado no Correio da Manhã. Na sequência disso, Gonçalo Rodrigues autossuspendeu-se de funções enquanto durar o processo de inquérito”.
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