Jesus quer Jamor verde, 30 notáveis pedem pacto de sangue

O treinador do Sporting, Jorge Jesus

O técnico Jorge Jesus pediu hoje aos adeptos do Sporting que no domingo “pintem de verde” o Jamor e que se “foquem na paixão” pelo clube.

“A força do Sporting é a massa associativa. Gostava que o Jamor estivesse praticamente todo pintado de verde, pensando os adeptos que vêm ver o clube deles, que se foquem na sua paixão e não olhem para as rivalidades. Os rivais são o nosso adversário“, disse o técnico do Sporting.

“Que possam desfrutar e continuem com as suas formas de comunicação com a equipa, a que estamos habituados, para que os jogadores do Sporting se sintam mais seguros e mais fortes para fazer um bom jogo”, afirmou Jesus.

As declarações do treinador ‘leonino’ fazem parte de um vídeo que a Federação Portuguesa de Futebol publicou no seu sítio oficial e que serve de antevisão ao embate de domingo, no Estádio Nacional, em Oeiras.

Esta foi a primeira vez que Jesus falou publicamente, após os incidentes na Academia de Alcochete, na terça-feira, em que cerca de 50 adeptos, alegadamente do Sporting, invadiram o complexo e agrediram jogadores e equipa técnica.

Jesus não abordou esse episódio e falou apenas da final da Taça de Portugal, assumindo que tem todos os jogadores disponíveis para o embate com o Desportivo das Aves.

“O Aves já ganhou um título muito importante, que é chegar à final, que é onde todos os treinadores e jogadores querem estar. A equipa está super motivada. Nas finais, o fator favoritismo não conta. Qualquer equipa pode ganhar e tudo pode acontecer, mas nós estamos prevenidos que vai ser complicado, referiu o técnico ‘leonino’.

No mesmo vídeo, o treinador do Desportivo das Aves assumiu que o Sporting é favorito naquele que vai ser o jogo da vida dos seus jogadores.

“Pela frente, vamos ter um grande coletivo que tem jogadores que fazem a diferença. Espero um jogo muito bem disputado e vamos ter que estar a um nível muito bom para podermos ganhar a taça”, disse José Mota.

A final da 77.ª edição da Taça de Portugal tem inicio agendado para as 17:15.

Bruno de Carvalho não vai à Final da Taça

O presidente do Sporting acredita que não estão reunidas as condições necessárias para ir ao Jamor, e por isso, não estará presente no jogo da final da Taça de Portugal, que se disputa no domingo, entre o Sporting e o Desportivo das Aves.

Não, não vou ao Jamor. Não acho que estejam criadas as condições para ir ao Jamor. Não mereço o que se está a passar, não mereço, mas pelo Sporting, pela festa, não vou ao Jamor. Não vou com muita mágoa, pena e frustração”, afirmou Bruno de Carvalho em conferência de imprensa, no Estádio José Alvalade, em Lisboa.

O ambiente de crise no Sporting agudizou-se na terça-feira, antes do primeiro treino para a final da Taça de Portugal, quando a equipa de futebol foi atacada na Academia de Alcochete por um grupo de cerca de 50 alegados adeptos encapuzados, que agrediram técnicos e jogadores.

A GNR deteve 23 dos atacantes, que foram já presentes ao juiz do Tribunal do Barreiro e que devem conhecer as medidas de coação no domingo ou segunda-feira.

Paralelamente, a Polícia Judiciária deteve na quarta-feira quatro pessoas na sequência de denúncias de alegada corrupção em jogos de andebol, incluindo o diretor desportivo do futebol, André Geraldes, que foi libertado sob caução e impedido de exercer funções desportivas.

O cenário agravou-se com as demissões na quinta-feira da Mesa da Assembleia Geral, em bloco, e da maioria dos membros do Conselho Fiscal e Disciplinar, instando o presidente do Sporting a seguir o seu exemplo, mas Bruno de Carvalho anunciou ao fim do dia que se irá manter no cargo.

Carta aberta ao plantel enviada por “notáveis”

Mais de 30 “notáveis” do Sporting enviaram uma carta aberta aos jogadores do Sporting, aos quais pedem «um pacto de sangue, verde de esperança».

“A nossa história precisa e merece o vosso contributo e responsabilidade. Dentro, mas também fora das quatro linhas. O futuro desta grande instituição centenária não está nos vossos pés, está nas vossas e nas nossas mãos. Juntas, unidas e coesas. Ajudem-nos a ajudar-vos para iniciarmos, juntos, um novo ciclo, um novo caminho de sucesso para que possamos construir um novo futuro para o Sporting”, lê-se na carta.

Estes ‘notáveis’ pedem aos jogadores que “não virem as costas ao clube” e “demonstrem uma vez mais que têm o ‘Sporting no sangue’, na sequência de “vários e sucessivos acontecimentos de enorme gravidade”, que os deixaram “profundamente chocados”.

Sabemos que viveram um momento único e talvez o mais difícil das vossas vidas, certamente extensível a todos quantos vos são queridos, e que este é um momento ingrato, injusto e muito doloroso. É por isso que estamos aqui, solidários com todos vocês mas também empenhados em agir de imediato, deixando uma mensagem de confiança no futuro”, prossegue a missiva.

Considerando a existência de “um presente triste e negro”, apontam ao futuro, evocando os “sócios, adeptos e simpatizantes espalhados pelo mundo, dos mais humildes aos mais bem posicionados”, com “Sporting no sangue”, que “tudo farão para salvar o Sporting Clube de Portugal desta situação”.

Nesse sentido, deixam um apelo ao coração, à responsabilidade, ao reconhecimento e respeito pelos sportinguistas: “Uma família que nunca vos deixou nem nunca vos deixará sozinhos. O Clube que representam, e o leão que trazem ao peito, precisa hoje, mais do que nunca, de todos”.

“Não virem as costas ao nosso clube. Demonstrem uma vez mais que têm o ‘Sporting no sangue’. Porque este é um sangue de força, de energia, de rejuvenescimento, de vontade de ganhar. É um sangue de valores éticos, morais e sociais que voltarão a fazer do Sporting o grande Sporting Clube de Portugal”, remata a carta assinada.

O documento é assinado por antigos governantes como António Pires de Lima, Bernardo Trindade, Carmona Rodrigues, José Vera Jardim, Nuno Fernandes Thomaz, Paulo Núncio, Paulo Portas e Pedro Santana Lopes, um dos dois antigos presidentes do clube, tal como Filipe Soares Franco.

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