Há novos dados em torno da chamada “Operação Cashball”, que investiga um alegado esquema de suborno de árbitros e jogadores de futebol e andebol em benefício do Sporting. O “saco azul” que garantiria esses pagamentos seria financiado pelos bilhetes das claques.
Os investigadores da “Operação Cashball” estão certos de que os 60 mil euros que foram apreendidos no gabinete de André Geraldes, director-geral do Sporting que está no centro do processo judicial, são propriedade do clube.
O Correio da Manhã teve acesso a dados da investigação e aponta que as autoridades acreditam que esse montante faria parte de um “saco azul” que o Sporting usaria para pagar os tais subornos.
O “saco azul” seria financiado pelo dinheiro proveniente da venda dos bilhetes que são habitualmente distribuídos às claques, refere o CM.
Sob suspeita estão vários jogos do campeonato nacional de futebol, bem como desafios da Liga de andebol.
André Geraldes é o principal suspeito do caso, estando impedido de exercer funções no Sporting e de frequentar as instalações do clube. Perante a juíza do Tribunal de Instrução Criminal do Porto, onde foi inquirido, recusou-se a dar quaisquer explicações quanto ao dinheiro.
Movimento apela à destituição de Bruno de Carvalho
Entretanto, continuam as dúvidas em torno do futuro do clube devido à instabilidade na direcção. Os órgãos demissionários do Sporting, Assembleia Geral e Conselho Fiscal, e o Conselho Directivo estiveram reunidos durante cerca de quatro horas, na segunda-feira à noite, sem chegarem a conclusões.
Foi, assim, reagendado um novo encontro para quinta-feira, onde ficará decidido “no concreto e com objectividade aquilo que mais importa para os destinos do Sporting”, sublinhou Jaime Marta Soares, presidente demissionário da Mesa da Assembleia Geral, aos jornalistas, no fim da reunião.
“Foi uma reunião de reflexão e muita serenidade”, disse ainda Marta Soares. O encontro contou com a participação de Bruno de Carvalho que saiu sem prestar declarações à comunicação social.
Enquanto isso, há um movimento de sócios que defende a destituição de Bruno de Carvalho e que está a recolher assinaturas com vista a exigir a convocação de uma Assembleia Geral, para colocar essa ideia a votação. Bastam mil assinaturas para conseguir esse objectivo, para que a Assembleia Geral possa “ser realizada no prazo de 30 dias”, aponta o Expresso.
A publicação teve acesso ao documento que aponta como razões, para essa destituição do presidente, a “sucessão de actos lesivos para o clube, a desprestigiante actuação pública dos membros do Conselho Directivo, a postura constante de divisão do Clube, as suspeitas e investigações de corrupção no desporto, o incentivo a actuações agressivas e anti-desportistas e a demissão massiva dos membros dos vários órgãos sociais, o afastamento de parceiros de longa data e a preocupante degradação do património do clube”.
Uma sucessão de casos que “exigem uma reflexão urgente e conjunta dos sócios do Sporting”, conclui este movimento de sócios sportinguistas.
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