Um alerta bancário esteve na origem da investigação que levou às buscas ao clube da Luz e à constituição de seis arguidos.
As suspeitas de crimes fiscais e branqueamento de capitais, que levaram à realização de buscas no Estádio da Luz e à constituição de seis arguidos, tiveram origem num alerta bancário.
Os bancos são obrigados a reportar as operações financeiras que possam ser consideradas suspeitas, segundo a lei de combate ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo. Assim, os movimentos de quase 1,9 milhões de euros, com origem da Benfica SAD e na Benfica Estádio SA, para uma empresa de informática e posterior levantamento em numerário ativaram o alerta do banco.
O alerta foi depois dirigido à Unidade de Informática Financeira da Polícia Judiciária e ao Ministério Público, que realizaram as buscas esta terça-feira. Segundo o Jornal de Notícias, o banco terá estranhado o montante creditado ao cliente, acima do volume de negócios habitual.
Depois de as buscas terem sido noticiadas, o Benfica emitiu um comunicado no qual informava que iria avançar com uma queixa-crime por difamação, dado que a investigação sobre branqueamento de capitais e fraude fiscal visava apenas entidades que prestam serviços ao clube e não a própria instituição.
“O Sport Lisboa e Benfica confirma que, no âmbito de uma investigação que envolve empresas terceiras, foi solicitada e recolhida informação junto dos serviços do clube pelo facto de serem entidades que nos prestam serviços”, lê-se no comunicado.
O clube negou estar a ser investigado “por suspeita de fraude fiscal e branqueamento”, denunciando “uma violação grosseira do segredo de justiça, desvirtuando factos e procurando centrar no Benfica a investigação”.
Pouco tempo depois, a Procuradoria-Geral da República emitiu também um comunicado no qual informava que entr os mandados de busca não domiciliária se incluíam “dois às sociedades Sport Lisboa e Benfica SAD e Benfica Estádio Construção Gestão Estádios, SA”.
“Indicia-se suficientemente nos autos que estas sociedades, a coberto de uma suposta prestação de serviços de consultoria informática, realizaram várias transferências bancárias para uma conta titulada por uma outra sociedade, num valor total de 1.896.660,00€, montantes esses que acabavam depois por ser levantados em numerário”, lê-se.
“Esta última sociedade terá sido utilizada com o único propósito de retirar dinheiro das contas do Benfica”, consta no comunicado da PGR.
As mais recentes suspeitas juntam-se a outras quatro que recaíam sobre o clube: emails, e-toupeira, Lex e aliciamento de jogadores.
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