Rui Patrício é mais eficaz a defender penáltis se o público estiver contra

Investigadores portugueses desenvolveram um projeto de inteligência competitiva no desporto, um algoritmo que acaba com o mito de que os penáltis são uma lotaria, por exemplo.

Um grupo de investigadores portugueses desenvolveu um projeto de inteligência competitiva no desporto, a que deram o nome de ALphawin, que já indicou várias conclusões acerca de Portugal no Mundial 2018: o algoritmo ditou que o lado esquerdo da defesa é o mais vulnerável, por exemplo.

O algoritmo é uma ferramenta com base científica que permite auxiliar os jogadores e treinadores a explorar as fraquezas dos adversários e potenciar os seus pontos mais fortes, explica o Diário de Notícias.

“A estatística descritiva é mais usada, mas não contabiliza o índice comportamental. O Alphawin diferencia-se por estabelecer algumas correlações. Ou seja, nós fazemos um levantamento de variáveis e correlacionamo-las e ao fazer isso vamos ter determinadas tendências ao nível da eficácia“, explicou ao jornal Alexandre Real, um dos mentores do projeto.

Segundo explica, a ideia surgiu durante os quartos de final entre Portugal e a Polónia, no Europeu de 2016. Quando a seleção ganhou nos penáltis, Alexandre começou a questionar os jogadores como treinavam os penáltis. “Escolho à sorte” ou “decido na hora”, foram as respostas.

Nessa altura, contratou Pedro Zorro, coordenador da área técnica, e João Fialho, coordenador científico, e, mais tarde, Rodrigo Silva, responsável pela pesquisa técnica e recolha de dados. A equipa, então completa, começou a testar o algoritmo tendo como base a marca dos 11 metros.

Numa base de dados, reuniram milhares de visualizações de lançamentos de penáltis de modo a criar um algoritmo que permitisse adivinhar ou antecipar o comportamento dos jogadores na hora da marcação.

O algoritmo foi alargado e melhorado e, avança o DN, tem ainda em conta as variáveis comportamentais. Exemplo disso é o caso de Rui Patrício, que é muito mais eficaz a defender penáltis quando tem o público adversário por trás da baliza do que quando tem o seu próprio público.

Embora o algoritmo tenha associada uma margem de erro que “depende do jogador e do contexto da jogada”, há sempre um conjunto de vícios que todos os jogadores têm “conforme o lado para onde atiram o penálti“, por exemplo.

Há ainda alguma desconfiança por parte dos profissionais, admite Alexandre. No entanto, essa desconfiança diminuiu quando obtiveram 100% de eficácia na antevisão das grandes penalidades do Portugal-Chile da Taça das COnfederações em 2017.

[sc name=”assina” by=”ZAP” ]


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *