Portugal garantiu a passagem aos oitavos-de-final do Mundial 2018, onde vai defrontar o Uruguai, vencedor do Grupo A, no próximo sábado, às 19h00.
Os campeões da Europa, porém, tiveram de sofrer bastante para garantir a passagem e não foram além de um empate 1-1 com o Irão, com o golo da equipa de Carlos Queiroz a aparecer apenas nos descontos, e de grande penalidade.
Pelo meio, realce para um penálti desperdiçado por Cristiano Ronaldo, que ficou assim em branco nesta partida. O domínio português foi intenso, mas não o suficiente para ser efectivo na frente e somar os três pontos.
O Jogo explicado em Números
- Portugal pegou de imediato no jogo, em busca de criar situações de perigo. O Irão apresentou-se um pouco mais adiantado do que o fez nos jogos anteriores, o que dava mais espaço de manobra à formação lusa. Nos primeiros dez minutos, Portugal registava 75% de posse de bola e dois remates, apenas um enquadrado, realizado por Cristiano Ronaldo.
- A pressão ofensiva lusa era intensa, com cinco remates registados aos 20 minutos, mas a fraca pontaria continuava. Melhor estava Portugal no passe, com 89% de eficácia nesta fase. O guarda-redes iraniano, Alireza Beiranvand, mostrava-se muito inseguro nas saídas, mas registava a única defesa no encontro, o tal remate perigoso de Ronaldo.
- A meia-hora chegou sem golos, com Portugal a registar 80% de posse e a realizar 56% dos seus ataques pelo lado esquerdo. As intenções ofensivas portuguesas também se notavam pela quantidade de cantos, com cinco por esta altura, contra nenhum dos iranianos.
- Até que, aos 45 minutos, aconteceu a arte de Quaresma. Num ataque pela direita, o “Mustang” combinou com Adrien Silva e, à entrada da área, rematou de “trivela” para um golo de bandeira.
- Ao intervalo, jogo complicado para Portugal, perante um Irão a ocupar bem os espaços, mas sem descurar o ataque, colocando 12 vezes a bola na área de Rui Patrício, contra as 17 que os campeões da Europa lançaram na área contrária.
- Ainda assim, Portugal, com 75% de posse de bola, dominou por completo, registando também nove remates, três deles enquadrados, 90% de eficácia de passe e cinco cantos contra nenhum da equipa de Carlos Queiroz. O melhor em campo nesta fase era Ricardo Quaresma, com um GoalPoint Rating de 6.5, pelo golo extraordinário que marcou, 94% de eficácia de passe.
- Jogo muito movimentado logo no arranque do segundo tempo, com o árbitro a assinalar grande penalidade para Portugal, por falta de Saeid Ezatolahi sobre Cristiano Ronaldo na grande área. No entanto, passava o minuto 53, o capitão luso permitiu a defesa a Beiranvand.
- Portugal continuava a dominar, com 73% de posse por volta dos 70 minutos, e três remates, um enquadrado. O Irão, por seu turno, não registava qualquer remate desde os 34 minutos, muito por culpa da boa prestação de Pepe. O defesa-central registava, nesta fase, um rating de 6.5, sendo o melhor português, com um registo de cinco duelos aéreos ganhos em nove e oito acções defensivas, inclusive um corte decisivo.
- A equipa das “quinas” continuava a dominar, mas pairava a ideia de que não tinha o controlo do jogo. Perto do fim, a equipa nacional permitira apenas um remate ao seu adversário, e sem a melhor direcção. Mas ao segundo, já nos descontos da partida, o Irão empatou.
- O árbitro assinalou penálti, por mão de Cédric na área, e Karim Ansarifard não desperdiçou. E aos 94, Mehdi Taremi teve nos pés a vitória iraniana, mas atirou às malhas laterais. Era tarde demais para os iranianos.
O Homem do Jogo
Perante o domínio de Portugal, a superior quantidade de remates e o penálti de Cristiano Ronaldo defendido na segunda parte, o melhor em campo acabou por ser o guarda-redes Alireza Beiranvand.
Apesar de ter começado algo intranquilo nas saídas, o guardião melhorou, ganhou confiança e terminou com três defesas, uma delas a tal grande penalidade. Algo que lhe garantiu um GoalPoint Rating de 7.0.
O melhor português foi Pepe, imperial nos duelos aéreos – seis ganhos em 12 – e 11 acções defensivas. Foi um verdadeiro esteio, terminando com um rating de 6.3.
Jogadores em foco
- Cristiano Ronaldo 6.1 – Consegue terminar acima dos seis pontos de rating, mesmo falhando a grande penalidade que o levaria ao mesmo número de golos neste Mundial que Messi soma em três torneios. Sinal de que continua a ser a referência maior (única?) no ataque português, com uma participação no jogo bem superior ao que nos foi habituando nas últimas épocas em Madrid. Não só foi o mais rematador (5), ainda que sem pontaria, como brilhou em algo que também é raro: quatro dribles eficazes em sete tentativas.
- José Fonte 6.2 – Não ficou longe de Pepe, no esforço de garantir em vão a “folha limpa” para Patrício. Ganhou os sete duelos aéreos defensivos que travou e terminou com 89 acções com bola.
- Ricardo Quaresma 6.0 – Sacrificado durante a segunda parte acabou por ser decisivo, fruto do grande golo que marcou. Acabou por falhar noutros capítulos que provavelmente motivaram Fernando Santos a retirá-lo de campo, como falhar os sete cruzamentos de bola corrida que efectuou e perder a posse em 20 ocasiões.
- Adrien 5.5 – Assistiu o golo e fez um jogo com números exuberantes, sendo quando caiu que Portugal acabou por mais sofrer. Terminou com 100 passes certos em 107 tentativas mas perdeu a posse em 12 ocasiões e consentiu três dribles.
- Jogador 5.4 – Terminou melhor o jogo do que o começou mas está claramente longe do seu melhor. Recuperou a posse 9 vezes mas perdeu-a em 14 ocasiões, somando apenas um desarme e uma intercepção. Acertou 85% dos seus passes. Já o vimos fazer bem mais.
Resumo
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