A polémica entre Quaresma e Queiroz tem ciganos, burros e coices

Ricardo Quaresma

O jogador e o ex-selecionador portugueses têm estado no centro de uma polémica, depois do empate entre Portugal e Irão, que tem ciganos, burros e coices à mistura.

Tudo começou na conferência de imprensa do selecionador do Irão, Carlos Queiroz, depois do empate com Portugal (1-1) que ditou o fim da passagem dos iranianos pelo Mundial de futebol da Rússia.

O ex-selecionador português criticou a arbitragem e a prestação do VAR, considerando que o árbitro paraguaio Enrique Caceres não assinalou uma alegada grande penalidade de William de Carvalho e que deveria ter mostrado o cartão vermelho a Cristiano Ronaldo, que apenas viu o amarelo na sequência de um lance polémico.

No entanto, também foi duro nas palavras relativamente à seleção das quinas, recordando que apenas três jogadores o cumprimentaram no final do jogo, entre os quais Adrien, Bruno Alves e Beto, e que, depois do Mundial 2010, no qual levou Portugal aos oitavos de final, estava habituado a “um país contra um treinador e um treinador contra um país”.

Questionado sobre as declarações do antigo selecionador, Ricardo Quaresma, que marcou o único golo de Portugal com uma ‘trivela’ que deu a volta ao mundo, o extremo português afirmou que “poderia ficar horas a falar sobre o treinador” e disse apenas que o ex-selecionador deveria mostrar mais respeito pelos portugueses.

Foi então que Queiroz decidiu contra-atacar. “O Quaresma ainda vai ter de jogar pela minha seleção e não vou tecer muitos comentários. Mas se todos os treinadores que ele teve falassem dele ficariam alguns anos a falar. Todos, desde o Sporting ao FC Porto”, respondeu numa entrevista ao jornal Público.

“Se tiver de dizer alguma coisa sobre mim, que tenha coragem e diga agora. Dizer que eu não respeitei os jogadores portugueses. Como é que eu não os respeitei?”, questionou.

A resposta do “Harry Potter” não se fez esperar. Através da sua conta no Instagram, o jogador do Besiktas partilhou um ‘meme’ onde é possível ler: “O Queiroz disse… Já chega, o que interessa agora é o Uruguai”.

Na legenda, o futebolista afirmou estar “habituado a sofrer de preconceito ao longo da vida” e talvez isso o tenha feito “mais forte e um ser humano melhor” porque a resposta “sempre foi trabalhar mais, lutar mais, para chegar onde sempre sonhou chegar”.

“Amigos, se é verdade que o povo diz que se deve ter sempre um olho no burro e outro no cigano também é verdade que vozes de burro não chegam ao céu. Agora, vamos lá jogar, apoiar a seleção, concentrados para ganhar ao Uruguai”, concluiu.

Estou habituado a sofrer de preconceito ao longo da vida, talvez isso me tenha feito mais forte, talvez isso me tenha feito um ser humano melhor. A minha resposta a esse preconceito sempre foi trabalhar mais, lutar mais, para chegar onde sempre sonhei chegar. Sei de onde vim, o que passei para aqui chegar e para onde quero ir e não quero ir sozinho, quero ir com a equipa toda, ser um entre todos. Amigos, se é verdade que o povo diz que se deve ter sempre um olho no burro e outro no cigano também é verdade que vozes de burro não chegam ao céu. Agora, vamos lá jogar, apoiar a seleção, concentrados para ganhar ao Uruguai.

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Entretanto, Carlos Queiroz também recorreu às redes sociais para voltar a responder a Ricardo Quaresma. No Facebook, o treinador português escreveu que, também no seu mundo e cultura, “aos burros o que é dos burros (dar coices), aos Ciganos o que é do grande e nobre Povo Cigano (nomeadamente a bravura e hombridade)”.

“Quaresma escolheu e acha-se no direito de dar coices no meio de um par de trivelas. Faltou-lhe a bravura e hombridade para explicar de que forma, no exercício da minha função de selecionador do Irão, faltei ao respeito para com os Portugueses. Como se conclui facilmente, Deus é grande e até os coices dos burros chegam ao céu”, pode ler-se.

“Recomendo, vivamente, que Quaresma se informe junto de João Pinto sobre quem é Carlos Queiroz, como ajudei muitos jogadores da Seleção a aprender o Hino Nacional, ou como trabalhei ao longo de 12 anos, pela Federação e pelo País, para criar muitas das condições para que hoje possa, com os seus colegas, envergar da melhor forma a camisola de Portugal. A ignorância não ofende e não é qualquer burro que me dá um coice. Votos de grandes trivelas. E a melhor sorte para Portugal”, conclui.

Polémicas à parte, Quaresma até tem uma certa razão. O que interessa mesmo é o jogo com o Uruguai, que se realiza no próximo sábado, em Sochi, a partir das 19h00, e que pode dar passagem aos quartos-de-final da prova.

Os uruguaios terminaram no primeiro lugar do grupo A graças às vitórias sobre o Egipto (1-0), Arábia Saudita (1-0) e Rússia (3-0). A seleção uruguaia, que tem a dupla Edinson Cavani e Luis Suárez no ataque, marcou cinco golos e não sofreu nenhum.

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Comentários

2 comentários a “A polémica entre Quaresma e Queiroz tem ciganos, burros e coices”

  1. Ninguém pode tirar mérito ao q Carlos Queiroz fez por certos jogadores e por Portugal, mas isso não lhe dá o direito de se ACHAR a ultima bolacha do pacote. Do Quaresma a gente espera de tudo agora do Carlos Queiroz?? Só lhe fica MAL esta troca de ofensas entre as 2 partes. O desprezo é o melhor dos remedios p/ certas pessoas e assuntos…

  2. Este Queiróz ainda consegue ser mais palerma do que aparentava!..
    O Quaresma respondeu muito bem!!

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