A França conquistou o seu segundo Campeonato do Mundo. Na final frente à Croácia, os gauleses foram felizes na primeira parte, somando dois golos, um na própria baliza por Mario Mandzukic, e outro de penálti, no único remate que realizaram antes do intervalo.
No segundo tempo, apesar do domínio da formação dos Balcãs, os franceses foram muito eficazes no contra-ataque, aproveitando a velocidade de Kylian Mbappé para desequilibrar a defesa contrária e construir um resultado robusto.
A Croácia ainda reduziu, mas não havia forças para mais e a França sucede à Alemanha. Caso para dizer que os “les bleus” aprenderam a lição com o campeão do Euro 2016.
O Jogo explicado em Números
- A final começou de forma muito táctica, de estudo mútuo. Ambas as equipas tentavam perceber se a outra apresentava alguma surpresa na estratégia inicial. Ainda assim, os croatas não renegaram a sua identidade e, nos primeiros dez minutos, registavam 65% de posse de bola. Um domínio que não permitia situações de ataque aos franceses. Mas os gauleses também não o consentiam.
- Porém, a França voltou a fazer das suas. Aos 19 minutos, num livre da esquerda apontado por Griezmann, Mandzukic, fez autogolo – o primeiro em finais de Mundiais -, colocando os gauleses na frente quando ainda não registavam qualquer remate. Um tento que ainda ninguém justificara até à altura e que obrigou a Croácia, mais uma vez, a ir atrás do prejuízo.
- A Croácia sentiu um pouco o tento francês, caindo a posse para 59%, mas não desistiu de pressionar em busca do empate. E conseguiu-o, aos 29 minutos. Num lance de insistência, com muita luta no futebol aéreo, a bola sobrou para Ivan Perisic, este trabalhou bem à entrada da área e rematou cruzado para um grande golo. Um tento que surgiu ao terceiro disparo da formação dos Balcãs, primeiro enquadrado.
- Contudo, num canto da direita, o próprio Perisic colocou mão na bola na grande área, e o árbitro assinalou grande penalidade para os franceses, após recurso ao VAR. Antoine Griezmann, aos 38 minutos, recolocou os franceses na frente, no primeiro remate que a França conseguiu realizar nesta final.
- O descanso chegou com a França na frente, mas com a sensação geral de injustiça no marcador. A Croácia esteve sempre por cima, com 67% de posse de bola nesta fase, sete remates, dois deles enquadrados com a baliza de Hugo Lloris.
- Aliás, os croatas chegavam com alguma facilidade à área gaulesa, faltando alguma tranquilidade na hora de rematar. Os comandados de Didier Deschamps fizeram apenas um remate no primeiro tempo, muito pouco, mas ainda assim deu golo, o 2-1, de penálti.
- A França chegava a esta fase na frente com alguma fortuna, sem ter feito muito por isso, mas o que conta são mesmo os golos.
- Apesar de ter sido ele a cometer a grande penalidade, Ivan Perisic era o melhor ao intervalo, com um GoalPoint Rating de 6.1, fruto do golo que marcou, de um passe para finalização e de dois duelos aéreos ofensivos ganhos em três.
- Melhor a Croácia no arranque do segundo tempo, com muita bola (69% aos 59 minutos), procura de variação de flanco para abrir o jogo e apostar nos cruzamentos. A França colocou Kylian Mbappé bem encostado ao flanco direito, travando as subidas de Strinic e aproveitando o seu eventual desgaste.
- A velocidade do jogador do PSG começou a fazer-se notar e, precisamente aos 59 minutos, uma arrancada de Mbappé terminou num cruzamento, a bola chegou aos pés de Paul Pogba e este rematou em zona frontal para o 3-1.
- Um golo ao quinto remate gaulês no segundo tempo, terceiro enquadrado, cinco vezes mais disparos em 14 minutos da segunda parte do que em toda a etapa inicial.
- O jogo sofreu um golpe quase decisivo, pois o golo de Pogba quebrou a formação croata. E, aos 65 minutos, Mbappé aproveitou a passividade contrária para, em zona frontal, rematar para o 4-1. Cheirava a goleada, mas no futebol, tudo pode ainda acontecer.
- Mandzukic aproveitou, aos 69 minutos, um erro tremendo de Hugo Lloris para reduzir para 4-2, interceptando uma tentativa de finta do guarda-redes. Isto numa altura em que a Croácia registava ainda 62% de posse de bola e quatro remates, dois deles enquadrados. Lloris, que estava a liderar os ratings, com 6.4, viu-se assim ultrapassado por Pogba, com 6.6.
- A Croácia nunca desistiu, há que o dizer, mas apesar do domínio e da facilidade de troca de bola, as forças faltavam aos homens dos Balcãs, pelo que a França geriu bem a vantagem até final. Vinte anos depois, os gauleses voltam a ser campeões do Mundo.
O Homem do Jogo
A França é campeã do Mundo e, no jogo decisivo, a estrela de Paul Pogba surgiu finalmente. O médio foi o melhor em campo na final de Moscovo, no triunfo gaulês por 4-2.
Muitas vezes criticado por desaparecer nos momentos decisivos, o jogador do Manchester United apareceu quando foi necessário, realizando uma bela exibição ante uma Croácia dominadora, mas fisicamente desgastada.
Pogba terminou o jogo com um GoalPoint Rating de 6.9, fruto de um golo, dois dribles eficazes em três tentativas, um passe para finalização, quatro desarmes e duas intercepções. Desta vez Pogba também foi um jogador comprometido com as tarefas defensivas.
Jogadores em foco
- Antoine Griezmann 5.7 – Este não foi um jogo com exibições individuais exuberantes. Os ratings reflectem isso mesmo e Griezmann, o segundo melhor gaulês, teve uma nota discreta. Mas foi um jogador importante na ocupação dos espaços e na forma como soube segurar a bola e esperar pelos colegas de equipa. O avançado fez um golo, de penálti, dois remates, dois passes para finalização e ganhou os três duelos aéreos ofensivos em que participou.
- Mario Mandzukic 5.6 – Um jogo agridoce para o avançado. Após tornar-se no primeiro jogador a fazer um autogolo numa final de um Mundial, o atleta da Juventus marcou, após um erro de Lloris, e terminou com um passe para finalização e quatro desarmes.
- Luka Modric 5.6 – Dá gosto ver o médio jogar. O organizador croata voltou a estar muito em jogo, registando 89 acções com bola, apenas atrás das 112 de Brosovic e das 90 de Vrsaljko. Para além disso, registou 90% de eficácia de passe, teve sucesso em dois dribles, fez dois passes para finalização e recuperou a posse de bola em oito ocasiões.
- Kylian Mbappé 5.4 – O jovem de 19 anos tornou-se no segundo jogador abaixo dos 20 anos a marcar na final de um Mundial, depois de Pelé. Apesar do rating relativamente modesto, o extremo foi muito importante na estratégia gaulesa, em especial no segundo tempo, colado à direita para aproveitar o desgaste de Strinic. Para além do golo que marcou, o atacante completou quatro das oito tentativas de drible.
- Lucas Hernández 5.2 – O lateral-esquerdo de França foi muito importante, em especial em termos ofensivos. Se na retaguarda não foi além de seis acções defensivas, na frente registou uma assistência para golo e concluiu dois dribles em quatro tentativas.
Resumo
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