https://www.youtube.com/watch?v=mGa-lRzOla4
Foram divulgadas novas imagens captadas pelo sistema de video-vigilância da Academia do Sporting, em Alcochete, que revelam como decorreu a invasão de 15 de Maio de 2018, que culminou com a agressão de jogadores e equipa técnica.
O Correio da Manhã (CM) e o Diário de Notícias revelam estas novas imagens registadas por nove câmaras de video-vigilância do centro de estágios do Sporting.
Nos vídeos, é possível ver um grupo de encapuçados em correria, um deles segurando um cinto, e outro a agarrar o que parece ser uma pedra do chão. Também se vê o arremesso de tochas para o interior do edifício e que danificam várias viaturas estacionadas no local.
Noutro vídeo, aparece Jorge Jesus, ex-treinador do Sporting, a falar com os agressores. Já noutro momento dos vídeos, o técnico corre atrás de alguns deles, quando estes estão de saída do balneário onde agrediram vários jogadores.
Nas imagens também aparecem Manuel Fernandes, da equipa técnica dos leões, e Frederico Varandas, actual presidente do Sporting, que passam pelos invasores sem serem agredidos.
Processo concluído à pressa, mal-estar entre PJ e PGR
O ataque à Academia de Alchochete implica 44 suspeitos, 38 deles em prisão preventiva, acusados de 4400 crimes, entre os quais ameaça agravada, sequestro, dano com violência, posse de arma proibida e terrorismo.
Testemunhos e telefonemas foram essenciais para imputar responsabilidades a Bruno de Carvalho, ex-presidente do Sporting, como o autor moral do ataque, a par do líder da Juventude Leonina, Nuno Mendes, mais conhecido por “Mustafá”.
No processo do Ministério Público (MP), refere-se inclusive que Bruno de Carvalho marcou presença numa reunião de planeamento na véspera do ataque.
O Expresso avança que a Procuradora do MP responsável pelo caso, Cândida Vilar, “teve de fazer um contra-relógio para acabar a acusação antes que se cumprissem seis meses desde que os primeiros 23 suspeitos foram detidos”.
Essa pressa leva a Procuradora a assumir que a “investigação não está totalmente concluída”, como cita o Expresso. O MP não conseguiu, nomeadamente, aceder às telefónicas efectuadas a André Geraldes, ex-braço direito de Bruno de Carvalho no Sporting, no âmbito do processo Cashball, onde é arguido por suspeitas de corrupção.
Apesar de ter solicitado à Polícia Judiciária (PJ), esta “não transmitiu qualquer informação sobre o conteúdo dos telefonemas e mensagens“, frisa Cândida Vilar, de acordo com o semanário.
Assim, as suspeitas contra André Geraldes foram arquivadas. Isto apesar de Bruno Jacinto, ex-oficial de ligação do Sporting aos adeptos e também arguido no caso da invasão a Alcochete, ter garantido aos investigadores que avisou Geraldes de que o ataque estava iminente.
O facto de a PJ não ter “software que permita ter acesso a mensagens apagadas no Whatsapp“, onde terão sido combinados os ataques, não permite comprovar a eventual responsabilidade de Geraldes, segundo o Expresso.
Entretanto, a Visão dá conta de divergências entre a PJ e a Procuradoria Geral da República (PGR), designadamente no âmbito da acusação de terrorismo.
“A Judiciária não compreendeu a incriminação de terrorismo que estava a ser feita”, revela uma fonte citada pela revista.
Contudo, a Procuradora Geral da República, Lucília Gago, “interveio e autorizou a estratégia acusatória” engendrada por Cândida Vilar, em parceria com a Procuradora Geral Distrital de Lisboa, Maria José Morgado, conforme assegura a Visão.
Assim, a PJ foi posta de lado, inclusive nas investigações que foram feitas pela GNR e pela PSP, apesar de ter a competência exclusiva nos crimes de terrorismo.
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