Santa Clara vs Benfica | Águia vence com mira desalinhada

O Benfica saiu da visita aos Açores e ao Santa Clara com os três pontos. Mercê de uma exibição dominadora, a formação de Bruno Lage venceu por 2-0, golos de Haris Seferovic e Jardel.

O resultado poderia ter assumido outros contornos. Perante uma formação da casa reduzida a dez elementos desde o final do primeiro tempo, os “encarnados” criaram muitos e bons lances de perigo, mas não tiveram a competência necessária para dar volume ao resultado.

Ainda assim, subiram ao segundo lugar, no final da primeira volta.

O Jogo explicado em Números

  • Benfica entrou a tentar dominar logo os acontecimentos, com cerca de 61% de posse de bola no primeiro quarto-de-hora. Contudo teve pela frente uma formação açoriana compacta, que ia conseguindo tapar os caminhos para a sua baliza e aproximar-se com perigo da de Odysseas. Nesta fase apenas dois remates, um para cada lado, ambos desenquadrados.
  • Mas o golo acabou de surgir e para os visitantes. Aos 22 minutos, André Almeida fez um passe longo, a defesa do Santa Clara hesitou (Fábio Cardoso escorregou) e Haris Seferovic aproveitou para isolar-se e, frente a Serginho, atirar para o fundo da baliza. Este foi o sétimo golo do suíço na Liga NOS, ao quarto remate dos “encarnados” no encontro, primeiro enquadrado.
  • Uma vantagem que reflectia a maior pressão benfiquista na primeira meia-hora, embora nem sempre da forma mais esclarecida. Por esta altura, o domínio continuava a ser da “águia”, com 60% de posse, 81% de eficácia de passe e os tais quatro disparos, todos de dentro da área dos homens da casa.
  • Pouco mudou até aos 40 minutos, altura em que o árbitro assinalou falta de Fábio Cardoso sobre Pizzi e grande penalidade. Porém, na análise do VAR, a decisão mudou para livre directo, mesmo no limite da área, ao mesmo tempo que o central do Santa Clara viu cartão vermelho directo.
  • O descanso chegou com o Benfica na frente, fruto de um só golo e de um domínio e pressão superiores ao que o Santa Clara conseguiu ao longo destes primeiros 45 minutos.
  • As “águias” remataram mais, mas nem sempre com a melhor competência, sendo que se notou alguma falta de ligação do meio-campo ao ataque, facto que se explica, em parte, com a pouca intervenção de João Félix no jogo, somente com 13 acções com bola (ainda assim, suficientes para criar uma ocasião flagrante).
  • O melhor nesta fase era André Almeida, com um GoalPoint Rating de 6.1, em grande parte por ser o elemento mais em jogo (43 acções com bola) e ter saído dos seus pés a assistência para o único tento do desafio até ao momento.
  • O jogo recomeçou praticamente com o 2-0. Logos aos 48 minutos, na sequência de canto da direita cobrado por Pizzi, Jardel saltou mais alto que todos e cabeceou com êxito. Um tento ao primeiro remate da segunda parte, oitavo no jogo para as “águias”, terceiro enquadrado.
  • Aos 53 minutos, várias jogadas de insistência do Benfica, muito bem desenhadas, deram a sensação de golo em diversos momentos, mas a grande quantidade de jogadores açorianos na área e a pouca calma dos avançados visitantes impediu o dilatar do resultado. E aos 57, Pizzi isolou Seferovic, que acertou nas malhas laterais.
  • Por volta da hora de jogo a superioridade benfiquista já era total. Nesta altura, os “encarnados” tinham 65% de posse de bola, 90% de eficácia de passe e cinco remates desde o intervalo, mas apenas um enquadrado. O resultado só não era mais dilatado por clara ineficácia benfiquista no ataque, já com duas ocasiões flagrantes desperdiçadas, ambas por Seferovic.
  • Para além do domínio, o Benfica controlava também as operações, chegando aos 70 minutos sem sobressaltos no segundo tempo – o Santa Clara registava apenas uma acção com bola na grande área benfiquista desde o intervalo, por Dennis Pineda. O primeiro remate do Santa Clara (enquadrado) no segundo tempo surgiu aos 72 minutos apenas, por Patrick Vieira. Aos invés, os visitantes chagavam aos nove disparos, mas somente um com boa direcção.
  • Contudo, os “encarnados” começaram a desacelerar e os açorianos aproveitaram para atacar, surgindo com algum perigo nesta fase final do jogo. Num curto espaço de tempo, Odysseas foi chamado a intervir com qualidade a dois disparos enquadrados, chegando aos 80 minutos a liderar os ratings, com 6.8, fruto de quatro defesas.
  • Contudo, já não havia tempo para uma reacção anfitriã. O Benfica garantia a segunda vitória seguida na Liga e a subida ao segundo lugar, graças à superioridade em quase todo o jogo, que originou bastantes oportunidades, mas esbarrou na própria desinspiração ofensiva.

O Homem do Jogo

O brasileiro Gabriel ainda não havia convencido verdadeiramente os adeptos benfiquistas desde que foi contratado, mas nesta visita do Benfica aos Açores, o médio recebeu a confiança de Bruno Lage e, apesar do início de jogo tímido, acabou por ser o melhor em campo. Perante o domínio total dos “encarnados”, que puderam trocar a bola tranquilamente, em especial no segundo tempo, e sem lutarem contra uma grande pressão, o ex-Leganés registou um GoalPoint Rating de 6.9. Ao todo registou 103 acções com bola, 89% de eficácia de passe, completou 11 de 15 passes longos (máximo do jogo) e ainda recuperou a posse nove vezes e fez cinco desarmes. Uma agradável surpresa.

Jogadores em foco

  • Jardel 6.9 – O central brasileiro parece recuperar, aos poucos, a confiança. Intransponível pelo ar – ganhou os cinco duelos aéreos defensivos em que participou -, não teve grande trabalho na retaguarda, com apenas uma acção defensiva, mas recuperou a posse sete vezes e subiu no terreno para marcar um golo.
  • Odysseas Vlachodimos 6.9 – O terceiro jogador com o mesmo rating, embora algumas centésimas abaixo. O guardião benfiquista teve mais trabalho no final do jogo e acabou por registar cinco defesas, embora apenas uma a remates na sua grande área
  • André Almeida 6.8 – Jogo seguro do lateral-direito, driblado apenas uma vez e com um registo defensivo de quatro desarmes e oito recuperações de posse. Na frente acabou por ser decisivo, realizando uma assistência (a sua quinta na Liga) e cinco cruzamentos, embora só um eficaz.
  • César Martins 6.4 – O melhor dos açorianos foi o central brasileiro, ex-Benfica. Ao todo registou 14 acções defensivas, com destaque total para os oito alívios, e ainda recuperou quatro vezes a posse de bola.
  • Haris Seferovic 6.4 – O avançado suíço poderia ter realizado uma partida para recordar. Mas ao invés, desperdiçou em demasia. O ponta-de-lança fez o 1-0, mas apesar de ter realizado sete remates, enquadrou somente três e desperdiçou duas ocasiões flagrantes.

Resumo

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