Os “dragões” não foram além de um empate por 1-1 em Moreira de Cónegos, e estiveram a perder até ao minuto 92, altura em que Héctor Herrera respondeu ao golo inicial que havia sido apontado por David Teixeira.
O FC Porto vai na quinta temporada consecutiva sem ganhar em Moreira de Cónegos.
Os campeões nacionais foram superiores em quase todos os detalhes do jogo, mas o facto de quase não terem conseguido rematar no segundo tempo – ao contrário do Moreirense – acaba por explicar este empate, que teve muito mérito pela organização dos homens da casa.
O resultado pode agora aproximar o Benfica do primeiro posto, caso os encarnados consigam vencer o Nacional da Madeira este domingo.
O Jogo explicado em Números
- Domínio forte do Porto no primeiro quarto-de-hora, com 65% de posse de bola e quatro remates, mas todos desenquadrados. Os cónegos sentiam muitas dificuldades para se soltar, muito por culpa dos 58% de eficácia de passe nesta fase. Das poucas vezes que conseguiram chegar junto da baliza de Iker Casillas, os homens da casa só realizaram um remate, para fora.
- Vida complicada para os “dragões” encontrarem espaços para criar perigo. Dos cinco remates portistas à meia-hora, dois foram realizados de fora da área, sendo que o jogo continuava sem nos fornecer um disparo enquadrado, quer dos anfitriões, quer dos visitantes. Soares, apesar de muito marcado e sozinho na frente de ataque portista, era o mais rematador, com duas tentativas de alvejar a baliza, ambas de dentro da área do Moreirense.
- A primeira ocasião flagrante surgiu aos 36 minutos, e para o Moreirense. Chiquinho serviu Heriberto na esquerda e este, isolado, não conseguiu bater Casillas, que saiu muito bem da baliza e bloqueou o remate. Nesta fase já os cónegos registavam quatro remates, todos desenquadrados; o Porto, seis, sendo o único em direcção à baliza da autoria de Soares, aos 37 minutos.
- Grande pressão do FC Porto nos minutos finais da primeira parte, em grande medida à procura da cabeça de Soares. Ao todo, os “dragões” registavam 12 cruzamentos de bola corrida instantes antes do intervalo, mas os homens da casa iam dando conta do recado, com Halliche em destaque, a ganhar os três duelos aéreos defensivos em que participou.
- Nulo no final da primeira parte em Moreira de Cónegos, muito por culpa da forma fechada com que os anfitriões entraram em campo.
- O FC Porto, com Soares sozinho na frente, nunca se conseguiu libertar das marcações adversárias, apesar do domínio claro em todos os principais detalhes de jogo, da posse ao remate – embora só com um disparo enquadrado.
- O melhor em campo nesta fase era Fábio Pacheco. O médio-defensivo dos da casa registava um GoalPoint Rating de 5.8, fruto acima de tudo de nove acções defensivas, número muito elevado para um médio a meio do jogo.
- Perante as dificuldades que persistiam, Sérgio Conceição lançou, de uma assentada, Otávio e Fernando Andrade, fazendo sair Pepe e Óliver Torres, com o intuito de tornar o Porto mais impositivo na área contrária. A verdade é que por volta da hora de jogo, os “dragões” registavam 65% de posse de bola mas apenas um remate (desenquadrado) desde o intervalo, pelo que alguma coisa tinha de ser feita.
- O Moreirense ia conseguindo soltar-se um pouco mais, geralmente com a condução das jogadas a caber a Chiquinho, pelo que nesta fase os homens da casa somavam já cinco disparos no segundo tempo, embora com a mesma eficácia (ou falta dela) dos “azuis-e-brancos”.
- O minuto 70 chegou sem grandes alterações ao figurino da partida. Muito Porto (63% de posse de bola), mas pouca ou nenhuma capacidade de criar verdadeiro perigo, registando o “dragão” apenas dois remates desde o intervalo, ambos desenquadrados. O cenário mudou um pouco em relação aos cruzamentos, com os visitantes a não irem além dos três no segundo tempo, para os oito dos cónegos nesta fase.
- Conceição colocou “a carne toda no assador” aos 75 minutos, com a entrada de André Pereira para o lugar de Yacine Brahimi. E aos 77 a bola acabou mesmo por entrar na baliza do Moreirense, precisamente num cabeceamento do recém-entrado ponta-de-lança, mas o golo foi anulado por fora-de-jogo.
- Só que logo a seguir, o Moreirense marcou. Canto da direita, Halliche cabeceou à barra e, na recarga, David Teixeira “fuzilou” Iker Casillas. Um golo ao décimo remate dos cónegos no segundo tempo, primeiro enquadrado desde o intervalo (segundo no jogo). Pairava no ar a surpresa.
- O Porto tinha de partir atrás do prejuízo, mas as dificuldades mantinham-se, sem capacidade para derrubar a muralha defensiva do Moreirense, que ia resolvendo as situações com maior ou menor dificuldade, sem problemas para recorrer ao alívio puro. Mas nada pôde fazer aos 92 minutos.
- Numa jogada de insistência, Otávio despejou para a grande área e Herrera surgiu ao segundo poste para fazer o empate, ao terceiro remate portista na segunda parte, primeiro enquadrado. E no último suspiro, Jhonatan negou o 2-1 a Fernando, em lance à entrada da pequena área.
O Homem do Jogo
Jogo de muita luta e de alguns destaque individuais, em especial pelo que deram aos momentos defensivos. Neste contexto, é natural que o melhor em campo tenha sido um jogador da retaguarda.
O argelino Rafik Halliche foi o MVP, com um GoalPoint Rating de 7.1, relevante para um defesa-central.
À primeira vista salta o cabeceamento à barra que acabou por dar possibilidade a David Teixeira de fazer o 1-0, mas o defesa foi bem mais que isso.
Ao todo registou impressionantes 19 acções defensivas, sendo 11 delas alívios, a forma mais prática de afastar o perigo, e ganhou três de quatro duelos aéreos defensivos. Um grande jogo de Halliche.
Resumo
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