O FC Porto não vacilou e regressou às vitórias na Liga NOS. Na recepção ao Vitória de Setúbal, os “dragões” venceram por 2-0, num jogo que esteve longe de ser espectacular e que valeu pela grande superioridade dos “azuis-e-brancos” ao longo dos 90 minutos, como a posse de bola, aliás, o demonstra.
Os sadinos pouco ou nada fizeram no ataque, não registando sequer um remate enquadrado, nas três tentativas. Héctor Herrera e Tiquinho Soares marcaram os golos, mas foi um defesa a brilhar mais intensamente que todos.
O Jogo explicado em Números
- O FC Porto iniciou a partida a dominar intensamente. Os “dragões” registaram 79% de posse de bola nos primeiros 15 minutos de jogo e chegaram à vantagem precisamente em cima do primeiro quarto-de-hora. Após marcar em Moreira de Cónegos, Herrera voltou a facturar, desta feita de cabeça, em recarga a um primeiro remate de Adrián López, uma das novidades da noite.
- A formação da casa chegava à vantagem ao primeiro remate enquadrado, num total de quatro disparos, três deles realizados dentro da área sadina, e chegava a esta fase com relevantes 92% de eficácia de passe.
- Aos 29 minutos, contrariedade para o FC Porto, obrigado a substituir Danilo Pereira por Óliver Torres, por lesão do português. Nesta fase do jogo, chegada a meia-hora continuava a só dar Porto, com 75% de posse de bola, sete remates, três enquadrados, contra apenas um disparo (sem a melhor direcção) do Vitória.
- O guarda-redes vitoriano, Cristiano, começava a destacar-se dos demais, fruto do grande volume de trabalho a que estava sujeito. O Porto somava já quatro remates enquadrados em nove por volta dos 40 minutos e o guardião já registava três defesas. Do lado portista, Alex Telles era o principal municiador de lances de ataque, em especial através de cruzamentos.
- Vantagem portista na primeira parte totalmente justificada pelo intenso domínio da equipa da casa, expresso em posse de bola, remates e eficácia de passe, perante um Vitória de Setúbal muito encolhido e a falhar muitos passes (67% de eficácia), o que impedia o lançamento de transições rápidas, claramente a estratégia da equipa.
- Herrera marcou o golo, mas Alex Telles era o melhor em campo ao intervalo. O brasileiro registava um GoalPoint Rating de 6.4, fruto, essencialmente, de três passes para finalização, três cruzamentos (um eficaz) e dois desarmes.
- Tarefa mais complicada ainda para o Vitória, que perdeu Éber Bessa por segundo amarelo, e respectiva expulsão, aos 54 minutos, por o árbitro considerar simulação de falta. E em cima da hora de jogo, Jesús Corona quase fez o segundo, a cabecear por cima da barra quando tinha tudo para facturar.
- Nesta fase, os “dragões” conseguiam ter, no segundo tempo, 86% de posse de bola, 91% de eficácia de passe, quatro remates, somente um enquadrado, contra o total vazio atacante dos forasteiros. O 2-0 era quase uma inevitabilidade, e este surgiu aos 65 minutos.
- Num lance conduzido pelo flanco direito, Alex Telles – que havia ficado desse lado após cobrar um canto – cruzou com a precisão do costume e Tiquinho Soares, de cabeça, fez o golo, ao quarto remate que realizou na partida, primeiro enquadrado com a baliza contrária. O jogo ficava praticamente sentenciado.
- O Vitória esboçou uma reacção após o golo, mas só conseguia colocar a bola na área portista através de lances de bola parada, algo de fácil resolução para os anfitriões, que ainda assim continuavam a registar 80% de posse de bola nesta fase.
- Assim, o jogo encaminhou-se para o fim de forma arrastada, sem mais lances de grande perigo, o Vitória resignado à derrota, o Porto a abrandar o ritmo para resguardar-se fisicamente.
O Homem do Jogo
O brasileiro Alex Telles voltou ao registo que mais nos habituou. Num jogo em que não teve grande trabalho a nível defensivo – somou apenas três desarmes – o lateral esteve em destaque nos momentos ofensivos, terminando a partida com um GoalPoint Rating de 7.5, fruto, acima de tudo, de uma assistência em quatro passes para finalização, dois cruzamentos eficazes em sete realizados e somente cinco passes errados em 47. Na ausência de Brahimi, Telles foi o desequilibrador de serviço.
Jogadores em foco
- Héctor Herrera 6.8 – O mexicano voltou a ser decisivo. Após garantir um ponto no terreno do Moreirense, com um golo ao cair do pano, o médio abriu o activo este sábado, sendo ainda o jogador mais activo, com 107 acções com bola. Para além disso, recuperou a posse sete vezes e acertou 95 dos 100 passes que tentou.
- Cristiano 6.8 – O melhor dos sadinos foi o seu guarda-redes. Cristiano teve muito trabalho e não foi por sua responsabilidade que o Vitória perdeu. Ao todo somou quatro defesas, três delas na primeira parte.
- Jesús Corona 6.3 – Poderia ter coroado uma exibição positiva com um golo, na segunda parte. Ainda assim, o seu desempenho apresenta três remates (um enquadrado), uma ocasião flagrante criada em três passes para finalização e um drible eficaz em três tentativas.
- Wilson Manafá 6.3 – O ex-Portimonense foi uma das surpresas no “onze” inicial dos portistas. E não se deu mal. Tal como Telles, o português teve liberdade para atacar, registando três passes para finalização, um cruzamento eficaz em sete e 97% de eficácia de passe (60 certos em 62).
- Adrián López 6.2 – Após marcar um golo potencialmente decisivo em Roma, o espanhol foi titular e não deslustrou. Um seu remate (bloqueado) esteve na origem da recarga vitoriosa de Herrera para o 1-0 e contribuiu ainda com dois passes para finalização, apesar de ter desperdiçado uma ocasião flagrante.
Resumo
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