O Benfica mantém a pressão sobre o FC Porto a dias de visitar o Dragão. Frente ao Chaves, penúltimo classificado do campeonato, os comandados de Bruno Lage foram melhores desde o minuto inicial, uma superioridade que se traduziu no primeiro golo ainda antes dos 20 minutos.
Ao todo foram quatro tentos, todos eles de autores diferentes, mas até podiam ter sido mais, não tivesse António Filipe, guarda-redes dos flavienses, rubricado uma boa exibição, completando sete defesas, o máximo desta jornada.
O Jogo explicado em Números
- Início de jogo muito vivo, com ambos os guarda-redes a serem chamados a actuar nos primeiros 15 minutos. Este foi, no entanto, o único ponto em que houve equilíbrio: a formação “encarnada” teve 81% de posse de bola e acertou 93% dos seus passes (contra 52% do adversário) – números que não deixavam dúvida quanto à superioridade dos da casa.
- Cheirava a golo na Luz e o nulo acabou por ser desfeito aos 19 minutos. Tudo começou numa brilhante recepção de pé direito de João Félix ao segundo poste após cruzamento de Pizzi. O jovem benfiquista tentou colocar na pequena área, onde Rafa Silva aproveitou um mau alívio da defesa flaviense para fazer o 1-0, chegando ao seu terceiro jogo consecutivo para o campeonato a marcar.
- Primeira meia-hora de jogo dominada pelo Benfica, que tinha quatro vezes mais passes do que o adversário (216-55), 80% de posse de bola e 87% de eficácia de passe. Apesar disso, ambas as equipas levavam dois remates à baliza, com o Benfica a ter ainda dois outros disparos desenquadrados e outros tantos bloqueados.
- O Benfica ampliou a vantagem ao minuto 37, através de João Félix. Lançado por Seferovic, o jovem português rematou uma primeira vez para defesa de António Filipe, acabando por fazer o golo na recarga, com um “míssil” que saiu do seu pé esquerdo. Oitavo golo no campeonato de João Félix, que já levava quatro remates nesta partida, três deles enquadrados com a baliza do Chaves.
- O terceiro golo do Benfica surgiu pouco antes do intervalo, por intermédio de Seferovic que, na cara de António Filipe e em esforço, não desperdiçou a oportunidade, após um passe longo de Gabriel, que desempenhava um papel fulcral nas transições “encarnadas”, terminando a primeira parte a liderar em número de passes (64), acções com bola (72) e duelos disputados (11).
- Primeira parte de sentido único, com o Benfica a dominar em todas as vertentes.
- As “águias” fecharam os primeiros 45 minutos com números impressionantes, entre os quais 76% de posse de bola, 348 passes (contra 108 do adversário), seis cruzamentos eficazes e 12 remates, metade dos quais enquadrados com a baliza. Rafa Silva, o autor do primeiro golo “encarnado”, liderava os GoalPoint Ratings ao intervalo com nota 7.2, mesmo com uma ocasião flagrante desperdiçada. O extremo benfiquista levava quatro remates, dois dos quais enquadrados, dois passes para finalização, dois dribles eficazes e outros tantos bloqueios de passe.
- A segunda parte trouxe mais do mesmo. No quarto-de-hora inicial, as “águias” tiveram 72% de posse de bola e remataram três vezes, uma delas à baliza, enquanto o Chaves não efectuou um único disparo. A equipa flaviense continuava a ter enormes dificuldades para transpor a linha do meio-campo, contabilizando apenas seis acções com bola na metade do campo adversário durante este período.
- Impressionante entrega de Gabriel Pires, que chegou aos 65 minutos da partida com dez duelos aéreos disputados, mais oito do que qualquer companheiro, tendo vencido nove deles. O médio brasileiro era ainda o único jogador das “águias” com um alívio feito, a que somava ainda uma intercepção e dois desarmes.
- Mesmo sem intervenção directa em nenhum dos três golos da sua equipa, Grimaldo era, aos 85 minutos, o jogador com mais passes para finalização, três, tantos quanto a equipa do Chaves. O lateral espanhol, que somava apenas uma acção defensiva, levava ainda dois cruzamentos eficazes em três tentativas e um disparo enquadrado.
- Ainda antes do apito final houve tempo para mais um golo, através de Jonas. João Félix descobriu o brasileiro com um excelente passe rasteiro e este, à segunda, conseguiu bater António Filipe, somando o seu nono golo do campeonato.
O Homem do Jogo
Gabriel foi um verdadeiro pensador no meio-campo benfiquista. O jogador brasileiro foi um trabalhador incansável do primeiro ao último minuto, terminando o desafio com o máximo de passes (106), acções com bola (123) e duelos aéreos defensivos (nove), dos quais perdeu apenas um. Deu também nas vistas com 18 bolas longas, 13 delas eficazes, cinco das quais para o último terço do campo, oito recuperações de bola e sete acções defensivas. Apesar de ter perdido a posse em 30 ocasiões, mais dez do que qualquer outro jogador, Gabriel conseguiu arrecadar a nota mais alta da noite nos GoalPoint Ratings, um valioso 7.1.
Jogadores em foco
- João Félix 7.1 – Ficou a apenas duas centésimas de Gabriel. Rematou sete vezes, três das quais de forma enquadrada, marcando um golo. Criou ainda uma ocasião flagrante. Foi o jogador com mais passes curtos falhados, oito.
- Samaris 6.9 – Chamado ao eixo da defesa, o grego completou sete desarmes, o máximo da jornada. Errou apenas um dos seus 12 passes longos e recuperou oito vezes a posse.
- Florentino Luís 6.6 – Mais uma grande exibição do jovem médio, que apenas falhou seis passes em 72 tentativas, recuperou dez vezes a bola, somou dez acções defensivas e sofreu três faltas, todas elas em zona de perigo.
- António Filipe 6.3 – Impediu que a goleada tomasse proporções mais dramáticas, com sete defesas, seis das quais a remates de dentro da área e duas aos ângulos superiores da baliza.
- Luther Singh 4.6 – O sul-africano teve o maior número de dribles eficazes, quatro, em seis tentativas. Contabilizou apenas 16 passes, 11 deles certos, e sofreu uma falta em zona de perigo, mas não fez nenhum disparo nem criou nenhuma situação de remate.
Resumo
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