O FC Porto alcançou uma vantagem confortável para a segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal, ante o Sporting de Braga.
Os “dragões” venceram por 3-0, numa partida em que foram sempre superiores, dominaram, remataram mais e melhor e mostraram um pragmatismo e eficácia a que os minhotos nunca se conseguiram opor, em especial no segundo tempo, altura em que os homens da casa marcaram dois golos.
Tudo muito difícil para os “arsenalistas”, tendo em vista a desvantagem ampla.
O Jogo explicado em Números
- Início de jogo atrevido por parte do Sporting de Braga. Os “dragões” chegaram ao primeiro quarto-de-hora do jogo com mais posse de bola (59%), mas os minhotos apresentavam os dois únicos remates, ambos desenquadrados, embora um, de Wilson Eduardo, tenha encontrado as malhas laterais da baliza de Fabiano.
- A prejudicar a posse bracarense estava a baixa eficácia de passe. Por volta dos 20 minutos, os “arsenalistas” haviam concluído menos de metade das suas 58 entregas. Enquanto isso, o primeiro disparo portista aconteceu aos 18 minutos, mas o remate de cabeça do central foi bloqueado pela defesa contrária.
- A meia-hora chegou com um jogo algo confuso, com domínio cada vez mais claro por parte do Porto (68% de posse), mas apenas dois remates, incluindo o único enquadrado. Os minhotos continuavam a pecar no passe (53% certos), mas já somavam quatro disparos, todos sem a melhor direcção (os expected goals destas tentativas não passavam de 0,16).
- Até que, aos 32 minutos, o árbitro assinalou grande penalidade para o Porto, por falta do guardião Marafona sobre Herrera. Alex Telles (37′), chamado à conversão, não desperdiçou, naquele que foi o terceiro disparo portista na partida. O brasileiro saltou de imediato para a liderança dos ratings, com 6.5.
- Vantagem portista no final da primeira parte, que se ajusta ao que se passou em campo.
- O Braga até rematou bastante, tendo em conta a baixa percentagem de posse de bola, liderando no número de finalizações durante grande parte do tempo, mas mostrou sempre uma eficácia de passe muito modesta.
- Contudo, o domínio dos “dragões” consubstanciou-se numa maior qualidade de remate, registando dois enquadrados, um deles, de penálti cobrado por Alex Telles, a dar cor ao marcador.
- O brasileiro foi o melhor até ao intervalo, com um GoalPoint Rating de 6.8, fruto, entre outros detalhes, do golo, de dois passes para finalização, três cruzamentos e outras tantas intercepções.
- Grande oportunidade para o Braga logo aos 53 minutos. Dyego Sousa ganhou ao marcador directo na grande área e, sem marcação, rematou para uma defesa extraordinária de Fabiano, a evitar o golo do atacante contrário (xG 0,33) – foi o primeiro disparo de Dyego, que finalmente se conseguiu libertar dos centrais portistas.
- Em cima dos 60 minutos foi a vez de Marafona evitar o tento de Jesús Corona, fazendo uma mancha providencial, numa altura em que o jogo começava a partir e as oportunidades a surgirem. O Porto, contudo, continuava a dominar amplamente, com 69% de posse desde o intervalo, três remates, dois enquadrados – os minhotos acertaram na baliza nas duas vezes que a tentaram alvejar.
- Por isso, não espantou o 2-0, aos 63 minutos. Otávio cruzou da direita, Tiquinho Soares dominou ao segundo poste e desviou a bola do guardião bracarense. Os portistas acabavam de enquadrar o seu quinto remate em oito tentativas, uma eficácia de finalização assinalável, a que os “arsenalistas” não conseguiam responder.
- Os minhotos deixaram de se aproximar com perigo da área portista e, por volta dos 70 minutos, registavam somente quatro acções com bola na área “azul-e-branca”, apesar de terem acertado na baliza apenas após o descanso. A eficácia de passe, contudo, melhorara bastante, para os 74% nesta fase, só que os “dragões” aproximavam-se dos 90%.
- O Porto tinha o jogo controlado, ao ponto de tirar um pouco o pé do acelerador. O Braga aproveitou para subir um pouco no terreno, conquistando o seu terceiro canto da segunda parte aos 80 minutos. Destaque, nesta altura, para os 11 passes longos certos de Óliver Torres, em 13 tentativas, sendo que sete chegaram a colegas seis no último terço do terreno.
- Com mais espaço, o recém-entrado Brahimi acabou por fazer estragos já nos descontos. Após receber um grande passe de Óliver Torres da direita, o argelino dominou, tirou Ricardo Esgaio da frente e rematou em jeito para um belo golo. E em seguida terminou o jogo.
O Homem do Jogo
O brasileiro Tiquinho Soares começou o jogo no banco e entrou apenas a seguir ao intervalo. Contudo, foi o suficiente para deixar uma marca forte no jogo.
O ponta-de-lança fez um golo, o 2-0, terminando a partida com dois remates enquadrados, nas duas vezes que tentou alvejar a baliza contrária.
Para além disso, concluiu duas de três tentativas de drible e ganhou os três duelos aéreos ofensivos em que participou. Uma exibição objectiva e extremamente eficaz, que lhe valeu um GoalPoint Rating de 7.2.
Jogadores em foco
- Óliver Torres 7.1 – O espanhol está feito um “patrão” desta equipa do Porto. Óliver esteve mais uma vez em todas, a atacar e a defender. O médio terminou o jogo com a assistência para o golo de Brahimi, ao cair do pano, tendo criado ainda uma ocasião flagrante em dois passes para finalização. Foi o mais interventivo em jogo, com 98 acções com bola, completou 88% dos passes que realizou – 12 de 15 longos – e ainda recuperou a posse de bola 13 vezes.
- Alex Telles 7.1 – Belíssima exibição do lateral brasileiro, que na primeira parte cobriu todo o flanco canhoto, subindo para realizar vários cruzamentos. Telles foi o autor do 1-0, de penálti, no único remate que fez, mas para os registos ficam ainda dois passes para finalização, dois dribles eficazes em três tentativas e sete acções defensivas, entre elas quatro intercepções.
- Pepe 6.5 – O primeiro remate portista coube ao central. Contudo, foi na retaguarda que brilhou, com nove acções defensivas, com destaque para quatro desarmes, e ainda ganhou dois de três duelos aéreos defensivos.
- Felipe 6.4 – Uma autêntica fortaleza voadora. O brasileiro ganhou os seis duelos aéreos defensivos em que participou, não dando hipóteses a Dyego Sousa, que perdeu os cinco ofensivos em que esteve envolvido. Felipe registou ainda oito alívios.
- Wilson Eduardo 6.1 – O avançado “arsenalista” foi o melhor da sua equipa, encostado ao lado direito do ataque para aproveitar as subidas de Alex Telles. Contudo, apenas enquadrou um dos seus dois remates, sendo que foi mais perigoso a servir os seus colegas de equipa – uma ocasião flagrante criada em quatro passes para finalização, dois cruzamentos eficazes em seis.
Resumo
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