O Benfica foi multado em 204 euros pela insistência dos advogados do clube em pedirem o segredo dos emails que foram divulgados no Porto Canal e em vários sites, com um puxão de orelhas do juiz no arranque do julgamento em que os encarnados pedem uma indemnização de 17,7 milhões de euros ao FC Porto.
O requerimento do Benfica, onde se pretendia que os emails do clube não fossem discutidos em audiência pública, foi definido pelo juiz como “impertinente” e “dilatório”, conforme cita o Jornal de Notícias.
“Estão preocupados com o segredo do negócio, mas já viram mais de 30 gigas de segredos de negócio divulgados”, chegou a dizer o magistrado Paulo Teixeira, de acordo com o mesmo diário.
Em causa estão emails que foram inicialmente divulgados no Porto Canal pelo director de Comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, e que depois foram publicados em vários sites na Internet.
Os advogados do Benfica pretendiam que os emails fossem usados, apenas, como prova a seu favor no processo movido contra o FC Porto, onde se reclama uma indemnização pela divulgação dos mesmos.
Associar Benfica a “polvo como o Apito Dourado”
No início do julgamento da acção cível, o director de comunicação do Benfica, Luís Bernardo, assinalou em tribunal a “estratégia montada pelo FC Porto“, com a divulgação dos emails, com o intuito de associar os ‘encarnados’ a um “polvo como o Apito Dourado”.
Segundo Luís Bernardo, a divulgação dos emails confidenciais, “de forma programada”, obedeceu a uma “estratégia de desgaste” que prejudicou o Benfica em mais de 17 milhões de euros, dos quais 200 mil só no departamento de comunicação.
Luís Bernardo considerou ser “óbvio e claro” que essa estratégia foi delineada pela estrutura dirigente do FC Porto e que o director de comunicação do clube “assumiu o compromisso” de a executar.
Este responsável destacou também que os árbitros começaram a ter “medo” de marcar faltas a favor do clube da Luz.
O Benfica imputa ao FC Porto responsabilidades por “danos de imagem”, causados pela divulgação dos e-mails, atribuindo ainda co-responsabilidades ao presidente do clube, Pinto da Costa, aos administradores Fernando Gomes e Adelino Caldeira, a Francisco J. Marques e à FCP Média, empresa detentora do Porto Canal.
A SAD encarnada alega que a divulgação dos e-mails afectou a credibilidade do clube, prejudicando os seus interesses comerciais e chegando a provocar a queda de cotação das acções da SAD na bolsa.
O FC Porto alega que se limitou a divulgar informação de interesse público e que as mensagens de correio electrónico em causa revelam práticas deturpadores da verdade desportiva.
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