A direção de Bruno de Carvalho pagou 330 mil euros pelo direito de preferência de sete jogadores, dos quais quatro podem nem existir, avança o Correio da Manhã. O protocolo foi assinado com o Batuque Futebol Clube, um clube cabo-verdiano.
A reportagem do Correio da Manhã dá conta que o antigo presidente leonino, Bruno de Carvalho, assinou um protocolo com o Batuque FC, em 2017, que lhes garantia o direito de preferência de sete jovens jogadores. Em Cabo Verde, o CM averiguou que não há documentos que provem a existência de quatro dos jogadores incluídos no acordo.
Confrontado pelo CM, o presidente do Batuque, João Cardoso, disse: “Um dia vocês vão saber quem são esses quatro jogadores. Vão jogar em grandes clubes. Agora não posso dizer”.
João Cardoso acrescentou ainda que esse quatros jogadores estão agora noutros países africanos, nomeadamente na Guiné-Conacri, Camarões, Guiné-Bissau e Costa do Marfim.
Dois anos e 330 mil euros depois, nenhuma das jovens promessas chegou a Alvalade. Os supostos jogadores “fantasma” são Julmiro da Silva, Admirson Soares, Widilton Santos Waxel e Walter dos Santos Waxel. Ou outros três jogadores — Fabricio Kone, Kevin Patrick Alves Fortes e Júnior Jorge Coelho da Cruz — existem e têm registo no Batuque.
Fabricio Kone, em declarações ao CM, admitiu nem saber que estava incluído no protocolo. “Agora fiquei surpreso. Nunca ninguém me disse nada“. O jovem jogador acabou por admitir que seria “uma honra servir um grande clube português” como o Sporting. Atualmente, o atleta alinha num clube do segundo escalão cabo-verdiano.
Outros dos jogadores encontrados e abordados na reportagem foi Kevin Fortes. O jogador de 18 anos de idade atua no Batuque FC, mas num dos jogos decisivos da liga insular cabo-verdiana, nem figurou nos convocados da equipa. Num dos treinos do clube, Kevin disse também não ter conhecimento de que constava no protocolo assinado com os “leões”.
Júnior da Cruz, o terceiro jogador identificado, foi aconselhado a não participar na reportagem sobre o protocolo, não tecendo quaisquer comentários. Com 21 anos de idade, o cabo-verdiano alinha agora no Atlético do Mindelo.
Esta não é a primeira vez que a direção de Bruno de Carvalho está mergulhada em controvérsia. No mês passado, o atual presidente leonino, Frederico Varandas, revelou que o clube gastou, em três anos, 1,7 milhões de euros em assuntos de advocacia, valor pago a uma empresa que tem ligações a um ex-sogro de Bruno de Carvalho.
O líder mencionou que Sporting também pagou 60 mil euros por “brindes e ofertas promocionais” e outros 20 mil euros “por serviços de divulgação da marca Sporting na comunidade chinesa” a uma empresa chamada Xao Limitada. “O departamento de merchandising não conhece a empresa, que fechou atividade após o pagamento“, revelou Frederico Varandas.
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