O FC Porto assumiu provisoriamente o comando da Liga NOS. No dérbi portuense com o Boavista, no Estádio do Dragão, os “azuis-e-brancos” foram sempre superiores, a espaços de forma sufocante, e venceram por 2-0.
Muita posse de bola, remates e intensidade valeram aos homens da casa um resultado sem contestação, abrilhantado pela grande facilidade em entrar na área “axadrezada” (14 remates na área em 17) e em driblar adversários, ao ponto de o Porto ter fixado um novo máximo de dribles eficazes num jogo da Liga em 2018/19, nada menos que 24.
O Jogo explicado em Números
- Muito boa entrada do FC Porto na partida, a conseguir penetrar com facilidade na área boavisteira e a criar perigo. Aos dez minutos, Tiquinho Soares viu Rafael Bracali negar-lhe o golo duas vezes no mesmo lance, numa demonstração de superioridade que garantia, à passagem do primeiro quarto-de-hora, 70% de posse de bola, 85% de eficácia de passe e seis remates, três deles enquadrados.
- A meia-hora não trouxe nada de novo, com o Boavista a registar apenas um remate, desenquadrado, e uma acção com bola dentro da grande área portista, protagonizada por Yusupha. Os “axadrezados” fechavam bem o jogo interior dos anfitriões, mas deixavam espaços nas alas, onde Yacine Brahimi, Otávio e Jesús Corona (este a lateral-direito) iam inventando espaços e lances que acabavam invariavelmente na área visitante.
- Daí que, em termos de remates, os portistas registassem, aos 30 minutos, nove remates, mas ainda os tais três enquadrados, dois deles pertencentes a Tiquinho Soares. O brasileiro começava a dar nas vistas também pelos passes para finalização, registando três nesta fase, bem como dois dribles eficazes – Brahimi contava quatro concluídos em quatro tentativas.
- Até que, aos 39 minutos, o árbitro assinalou uma grande penalidade, por falta de Raphael Silva sobre Yacine Brahimi e Soares, dos 11 metros, não desperdiçou. Um golo que surgiu ao 12º remate portista, quarto na direcção da baliza. Bracali ainda adivinhou o lado, mas nada pôde fazer para evitar a desvantagem da sua equipa.
- Nos descontos do primeiro tempo, Moussa Marega ainda fez o 2-0, mas o lance foi anulado por fora-de-jogo.
- Vantagem justa dos “dragões” na primeira parte pelo que fez em busca do primeiro golo, em contraponto com o posicionamento muito defensivo do Boavista, com três centrais e muitos elementos em frente à sua defesa.
- O Porto foi sempre superior, chegando ao intervalo com 75% de posse de bola, 12 remates, quatro enquadrados, marcando no último, por Soares, de penálti.
- O brasileiro era mesmo o melhor ao descanso, com um GoalPoint Rating de 7.3, fruto do tento, mas também dos quatro remates (três enquadrados), três passes para finalização e dois dribles completos.
- Reentrada perfeita do Porto no segundo tempo, com Otávio a fazer o 2-0 aos 48 minutos. O brasileiro rematou forte de fora da área e Bracali não conseguiu reagir a tempo para evitar que a bola chegasse ao fundo da sua baliza.
- Grande eficácia portista neste segundo tempo, chegando à hora de jogo com dois remates, ambos enquadrados, nesta segunda parte, num total de 14 disparos. Desses, 11 foram realizados na grande área boavisteira, demonstração das facilidades do “dragão” em romper linhas. Em contraponto, os dois disparos do Boavista aconteceram de fora da área.
- O jogo perdeu intensidade a partir do segundo golo, com o Porto a tirar o pé do acelerador e o Boavista incapaz de assumir verdadeiramente o jogo em busca de reduzir a desvantagem. Aos 70 minutos os “dragões” iam gerindo os acontecimentos, com 55% de posse de bola na segunda parte e muito menos procura de homens na área – somente um cruzamento de bola corrida na segunda metade, contra os dez da primeira.
- Muitas facilidades para o Porto na tentativa de ultrapassar os seus adversários. Por volta dos 80 minutos, os cinco portistas com mais dribles eficazes (Otávio, Soares, Brahimi, Corona e Herrera) somavam, entre todos, 21.
- O jogo foi-se arrastando até final, sem grandes lances de ataque e poucos remates, com o Porto a realizar quatro, três enquadrados – uma competência bem melhor que a do Boavista, que realizara três disparos desde o intervalo, nenhum que incomodasse Casillas.
O Homem do Jogo
A quarta nota mais elevada da época (em igualdade com a de Corona, na 26ª jornada) foi fixada por Otávio nesta partida com o Boavista. O brasileiro realizou uma exibição de grande nível, coroada com um belo golo e um GoalPoint Rating de 9.3.
O criativo teve números ofensivos de grande qualidade para além do tento, com dois remates, um passe para finalização, 88 acções com bola e o máximo de dribles eficazes na partida, nada menos que oito em nove tentativas. Quando sem bola, ajudou nas tarefas defensivas, com sete recuperações de posse, quatro desarmes e três intercepções.
Jogadores em foco
- Tiquinho Soares 7.7 – O avançado brasileiro realizou uma primeira parte de grande nível, que contribuiu decisivamente para o seu rating. Soares fez o 1-0, de penálti, e terminou com quatro remates, três enquadrados, quatro passes para finalização e dois dribles eficazes nas duas únicas tentativas. A nota acabou afectada por uma ocasião flagrante desperdiçada.
- Jubal 6.8 – Perante a avalancha ofensiva do “dragão”, só por milagre não seria um jogador da retaguarda o melhor dos boavisteiros. O brasileiro Jubal apenas registou um duelo aéreo ganho no que toca a lances ofensivos, focando-se nas tarefas de destruir jogo. Assim, somou impressionantes 22 acções defensivas, com destaque para os 11 alívios e os cinco desarmes.
- Jesús Corona 6.8 – O mexicano regressou à lateral-direita, posição que não ocupava há várias semanas, e esteve em bom plano, em parte devido à inoperância ofensiva do Boavista. Corona terminou com uma assistência em quatro passes para finalização, quatro dribles eficazes em seis tentativas e somente duas acções defensivas.
- Yacine Brahimi 6.4 – Regressado à titularidade, o argelino voltou a mostrar qualidade naquilo em que é melhor, o drible. Ao todo tentou nove e concluiu cinco com êxito, criando ainda uma ocasião flagrante em dois passes para finalização.
- Héctor Herrera 6.4 – Outro dos dribladores de serviço. O médio tentou cinco vezes este gesto, com sucesso em três, e ainda ganhou os quatro duelos aéreos defensivos em que participou e teve eficácia em 89% dos passes que realizou.
Resumo
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