Os dois golos que o Eintracht de Frankfurt marcou em Lisboa, na semana passada, acabaram por ser decisivos nos quartos-de-final da Liga Europa.
Os alemães venceram o Benfica em casa por 2-0, num jogo em que foram quase sempre superiores e mais perigosos, pelo que a formação “encarnada” fica pelo caminho na prova. Filip Kostic, na primeira parte, e Sebastian Rodes, na segunda, fizeram os tentos dos homens da casa, que defrontam agora o Chelsea nas meias-finais.
O Jogo explicado em Números
- Como se previa, o Eintracht entrou forte no jogo, sendo dominador no primeiro quarto-de-hora, com 54% de posse de bola e os dois únicos remates do encontro, um enquadrado. O Benfica ia controlando o seu adversário através dos duelos individuais, ganhando 63% nesta fase.
- O cenário mudou pouco no quarto-de-hora seguinte. Aos 30 minutos o Benfica ainda não registava qualquer disparo nem sequer uma acção com bola na grande área dos alemães. Apenas Seferovic apresentava, nesta fase, uma posição média acima da linha de meio-campo, sendo que do lado do Eintracht o facto relevante era os 58% de ataques que realizara até então pelo flanco esquerdo, 20% pelo direito.
- Ante Rebic, com três passes para finalização e cinco duelos aéreos ofensivos ganhos em seis, era uma das principais ameaças da formação anfitriã, enquanto do lado benfiquista o destaque ia para Jardel, que ganhara os dois duelos aéreos defensivos em que participara e somava já sete acções defensivas.
- Até que, aos 36 minutos, o golo do Eintracht aconteceu mesmo, fruto da pressão alemã. Gacinovic rematou ao poste e, na recarga, Kostic atirou para o fundo da baliza. Um golo que surgiu ao sétimo disparo da equipa da casa, segundo com boa direcção.
- A primeira acção com bola do Benfica na área do Eintracht aconteceu apenas aos 39 minutos, por Rafa Silva, num lance inofensivo, apesar de ter assinalado também o primeiro remate “encarnado” (desenquadrado).
- Jogo difícil para os “encarnados” na primeira parte, mercê da grande pressão do Eintracht em busca do golo.
- Os alemães marcaram uma vez e dominaram esta etapa inicial, em posse e remates, com a formação lusa a sentir muitas dificuldades para sequer se aproximar da área de Trapp.
- O melhor em campo nesta fase era Kostic, o marcador do tento germânico, com um GoalPoint Rating de 6.7, ele que somava três remates, dois enquadrados, três passes para finalização e dois dribles eficazes em três tentativas.
- O melhor das “águias” era Jardel, com 5.8, ele que somava oito acções defensivas e dois duelos aéreos defensivos ganhos.
- O primeiro lance de perigo do Benfica no jogo aconteceu aos 47 minutos, com Gelson Fernandes quase a fazer autogolo após bom lance de João Félix na esquerda. E aos 52 minutos, a passe de Samaris, Haris Seferovic cabeceou para defesa de Kevin Trapp, num lance de muito perigo.
- A hora de jogo chegou com domínio benfiquista desde o intervalo, com 57% de posse e o único remate enquadrado do segundo tempo. Ainda assim não conseguia impedir os alemães de aproximar-se com perigo da área de Vlachodimos. Até que aos 67 minutos, os homens da casa colocaram-se na frente da eliminatória.
- A defesa benfiquista demorou a afastar a bola, esta chegou a Sebastian Rode e este, à entrada da área, rematou colocado. Ao quarto remate alemão na segunda parte, primeiro enquadrado, surgiu o 2-0, que obrigava o Benfica a reagir.
- A dez minutos do final da partida, o Benfica tinha 62% de posse de bola, mas continuava a sentir problemas para se aproximar da área contrária, pelo que registava apenas três remates no segundo tempo, dois enquadrados. Já com Jonas em campo, os “encarnados” procuravam o golo salvador. E quase aconteceu aos 85 minutos, quando um cruzamento de Grimaldo encontrou Salvio e este rematou ao ferro, com estrondo.
- Apesar da melhoria no segundo tempo, a reacção do Benfica chegava tarde demais, pelo que os alemães festejaram a passagem às meias-finais, fruto dos dois golos que marcaram na primeira mão.
O Homem do Jogo
O jogo só podia dar um MVP do Eintracht de Frankfurt, a não ser que os homens da casa tivessem enquadrado um número grande de remates e Vlachodimos tivesse realizado uma grande exibição. Nada disso aconteceu.
Os “encarnados” saem da prova perante a superioridade dos alemães, que tiveram em Filip Kostic o melhor em campo.
O sérvio terminou com um GoalPoint Rating de 7.9, ele que fez o 1-0 e terminou com dois remates enquadrados em três disparos. Para além disso somou cinco passes para finalização, fez oito cruzamentos (só um eficaz), completou três de cinco tentativas de drible e brilhou com o número máximo de desarmes, nada menos que sete.
Jogadores em foco
- Jardel 6.7 – O melhor do Benfica foi o defesa-central, que já havia estado uns furos acima dos companheiros no primeiro tempo. O brasileiro esteve envolvido em oito duelos aéreos defensivos e ganhou sete (também venceu os três ofensivos), recuperou 11 vezes a posse de bola e somou 13 acções defensivas.
- Andreas Samaris 6.3 – O grego saiu aos 70 minutos para ser rendido por Pizzi, mas estava a ser dos melhores do Benfica. Para além de uma ocasião flagrante criada (desperdiçada por Seferovic) em dois passes para finalização, o médio registou ainda oito recuperações de posse.
- Kevin Trapp 7.1 – Espantado por ver aqui o guarda-redes do Frankfurt? Não foi propriamente pelas defesas que realizou – duas, uma delas a remate ao ângulo -, mas pelos muitos passes longos que realizou, nada menos que 28, com sucesso em 13.
- Ante Rebic 7.1 – Grande jogo do croata, um verdadeiro perigo à solta. Só rematou uma vez, é certo, mas fez uma assistência em sete passes para finalização, completou três de quatro dribles e participou em 11 duelos aéreos ofensivos, embora tenha perdido os últimos cinco.
- Rafa Silva 3.1 – Uma das figuras do Benfica esta temporada, o extremo teve uma noite para esquecer em Frankfurt. Nos 71 minutos que esteve em campo, Rafa fez dois remates (desenquadrados), falhou as quatro tentativas de drible e foi driblado cinco vezes, máximo do jogo.
Resumo
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