Nacional vs FC Porto | Dragões levam decisão até ao fim

O FC Porto mantém-se vivo na luta pelo título. A vitória por 4-0 no terreno do Nacional da Madeira permite aos “dragões” sonhar com uma escorregadela do rival Benfica, ainda nesta jornada ou na próxima, e tem como consequência directa a despromoção dos insulares à Liga 2.

A equipa madeirense não foi capaz de conter o caudal ofensivo do FC Porto, que nem precisou de se esforçar para sair da Choupana com uma goleada.

Esta começou a ser construída logo no primeiro quarto-de-hora e terminou já perto do fim, da marca dos 11 metros.

O Jogo explicado em Números

  • Entrada forte da equipa do FC Porto, coroada com um golo aos 14 minutos, num livre batido por Alex Telles. Os “dragões” fecharam o quarto-de-hora inaugural com 77% de posse e 85% de eficácia de passe, mas era de enaltecer a atitude atrevida do Nacional, que até esteve à beira de inaugurar o marcador. Riascos não foi capaz de aproveitar uma hesitação entre Éder Militão e Vaná, rematando à malha lateral com a baliza à sua mercê.
  • Wilson Manafá deu mostras de alguma intranquilidade no início da partida. Nos primeiros 25 minutos, o lateral-direito portista venceu apenas dois duelos em sete e liderou a sua equipa em faltas cometidas (duas) e perdas de posse (seis).
  • De forma natural, o FC Porto chegou ao 2-0 ainda antes da meia-hora, numa jogada individual de Óliver Torres, que rompeu pelo corredor central e rematou rasteiro para o fundo da baliza perante a oposição de três defesas. Eficácia máxima da formação portista, que marcava nos dois únicos remates à baliza que levava na Madeira.
  • A cinco minutos do intervalo, os sinais não eram encorajadores para o Nacional. Os insulares não tinham sequer um jogador com um mínimo de dez passes para o meio-campo adversário e só contabilizavam dois toques na área contrária. Hamzaoui, uma das unidades ofensivas mais importantes dos madeirenses, levava oito perdas de posse e apenas um duelo ganho em oito disputados.
  • Vantagem tranquila e merecida do FC Porto ao intervalo, após uma primeira parte de um só sentido, controlada desde o apito inicial pelos visitantes. A equipa madeirense, obrigada a vencer, tentou surpreender mas acabou por ver as suas fragilidades serem expostas por um adversário superior, táctica e tecnicamente.
  • A falta de frieza na hora de rematar dos insulares ajuda a explicar o resultado desnivelado ao intervalo, quando as duas equipas apresentavam o mesmo valor de expected goals (xG).
  • Óliver regressou aos balneários na liderança dos GoalPoint Ratings, com 7.0, juntando ao golo apontado um passe para finalização, quatro desarmes e outras tantas recuperações de posse.
  • A segunda parte começou da mesma forma da primeira: com um golo do FC Porto no quarto-de-hora inicial. Desta vez foi Corona a fazer o gosto ao pé, num remate acrobático após um cruzamento de Marega desviado inicialmente por Daniel Guimarães. Os “dragões” fecharam os primeiros 15 minutos do segundo tempo a mandar (cinco remates, dois deles à baliza, 63% de posse e 80% de eficácia de passe), perante a resposta tímida do Nacional que, ainda assim, conseguiu fazer o seu primeiro disparo enquadrado.
  • Exibição absolutamente inconsequente de Riascos, que chegou aos 65 minutos da partida com apenas um passe (!). A contrastar com o baixo número de entregas, o colombiano tinha três remates, outras tantas faltas sofridas e quatro duelos ganhos em dez disputados.
  • A cinco minutos do final da partida, ainda não se havia registado um único cruzamento eficaz, após 14 tentativas. Alex Telles era o único jogador em campo com mais do que um passe para finalização, somando três, mais um do que a equipa inteira do Nacional. Do lado madeirense, o guarda-redes Daniel Guimarães era o jogador com mais passes para o meio-campo adversário, 23, mais oito do que qualquer outro jogador insular.
  • Ainda antes do tempo de descontos, Marega fechou as contas da partida ao fazer o 4-0 da marca de grande penalidade, na sequência de uma mão na bola de Alhassan. Décimo primeiro golo no campeonato do avançado maliano, que terminou o desafio com seis remates, o máximo da partida.

O Homem do Jogo

Numa partida sem grandes rasgos de génio, sobressaiu um dos suspeitos do costume. Alex Telles abriu caminho à goleada com um livre directo, no único remate à baliza que fez, e foi líder em passes para finalização, com quatro, embora nenhum deles tenha resultado em golo.

Das suas 40 entregas, apenas três não foram eficazes, e recuperou a bola em seis ocasiões. Tudo somado, o lateral-esquerdo brasileiro deixa a Madeira com o título de melhor da partida nos GoalPoint Ratings, com nota 6.9.

Jogadores em foco

  • Óliver Torres 6.8 – Deu nas vistas com um golo, dez recuperações de posse e cinco desarmes. Ainda assim, nem tudo foi positivo: falhou 13 passes, seis deles curtos, e consentiu três dribles.
  • Marega 6.6 – Ninguém rematou mais do que o maliano, que contabilizou seis disparos, acabando por marcar de grande penalidade. Sofreu uma falta em zona de perigo e venceu o único duelo aéreo ofensivo em que esteve envolvido.
  • Felipe 5.7 – O central brasileiro venceu três dos quatro duelos aéreos defensivos que disputou e realizou dez acções defensivas, sete delas alívios. Tentou por sete vezes o passe longo, fazendo três boas entregas.
  • Éder Militão 4.7 – Exibição cinzenta do brasileiro, que cometeu um erro resultante em remate e falhou seis passes no seu próprio meio-campo. Pela positiva, fez oito recuperações de bola e somou outras tantas acções defensivas.
  • Riascos 4.1 – Nos 90 minutos em que esteve em campo, o colombiano fez apenas oito passes, sete deles eficazes. Para além disso, desperdiçou uma ocasião flagrante, sofreu três desarmes e controlou mal a bola em cinco ocasiões. Foi, a par de Otávio, o jogador com mais faltas sofridas em zona de perigo (duas).

Resumo

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