Tribunal da Relação ordena prisão de Mustafá

O líder da Juve Leo, Nuno Miguel Mendes “Mustafá”, é apontado como suspeito de terror em Alcochete

“Mustafá”, líder da claque Juventude Leonina, vai ser preso no âmbito do processo que investiga o ataque à Alcochete, avança o Correio da Manhã.

De acordo com o diário, que avança a notícia esta quinta-feira, o Tribunal da Relação deu provimento ao recurso do Ministério Público. A autoridade policial tem ordens para prender de imediato Mustafá, que ficará em prisão preventiva.

Os juízes desembargadores do Tribunal da Relação revogam assim a decisão do juiz Carlos Delca que determinou que Mustafá ficasse apenas com uma caução de 70 mil euros e com termo de identidade e residência, enquanto aguardava julgamento.

O Tribunal considerou que Nuno Mendes deve ficar em prisão preventiva, ao contrário de Bruno de Carvalho que está sob termo de identidade e residência, uma vez que o líder da claque está também acusado do crime de tráfico de droga.

“Existem sérios perigos de continuação da atividade criminosa, de perturbação de inquérito, de fuga e de perturbação da ordem e tranquilidade públicas”, pode ler-se no despacho que revoga a decisão do Tribunal do Barreiro, a que o matutino teve acesso.

Após o ataque à Academia de Alcochete, as autoridades realizaram buscas na sede da Juve Leo, tendo encontrado droga que Mustafá disse não lhe pertencer. Segundo apurou a TVI, o MP tem uma testemunha que relacionou o líder da claque à droga encontrada.

O jornal recorda que Nuno Mendes não chegou a pagar a caução de 70 mil euros que lhe foi imposta, não tendo explicado ao tribunal porque não o fez.

Os primeiros 23 detidos pela invasão à academia e consequentes agressões a técnicos, jogadores e outros elementos da equipa ‘leonina’, ocorridas em 15 de maio do ano passado, ficaram todos sujeitos à medida de coação de prisão preventiva em 21 de maio.

A 15 de novembro, exatamente seis meses após o ataque à academia, em Alcochete, a procuradora Cândida Vilar, do Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, deduziu acusação contra 44 arguidos, incluindo o ex-presidente do Sporting Bruno de Carvalho e o líder da claque Juventude Leonina.

Aos arguidos, que participaram diretamente no ataque, o Ministério Público imputa-lhes a coautoria de crimes de terrorismo, 40 crimes de ameaça agravada, 38 crimes de sequestro, dois crimes de dano com violência, um crime de detenção de arma proibida agravado e um de introdução em lugar vedado ao público.

Bruno de Carvalho, ‘Mustafá’ e Bruno Jacinto estão acusados, como autores morais, de 40 crimes de ameaça agravada, 19 de ofensa à integridade física qualificada, 38 de sequestro, um de detenção de arma proibida e crimes que são classificados como terrorismo, não quantificados. O líder da claque está também acusado de um crime de tráfico de droga.

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