O líder da Juventude Leonina, Nuno Mendes, falou pela primeira vez sobre a invasão a Alcochete, defendendo-se de todas as acusações de que é alvo. No entender de Mustafá, que chega a falar de perseguição, “a única maneira de retirar Bruno de Carvalho do Sporting era associar a Juve Leo à invasão”.
O líder da claque verde e branca, que está há três semanas em prisão preventiva, respondeu a mais 40 perguntas da revista Sábado a partir da sua cela no Estabelecimento Prisional anexo à Polícia Judiciária, no dia em que lhe foi negado o habeas corpus.
Mustafá nega qualquer tipo de premeditação na invasão à academia de Alcochete e refuta qualquer ligação de Bruno de Carvalho, ex-Presidente do clube. O líder da claque, recorde-se foi acusado como autor moral de 40 crimes de ameaça agravada, 19 de ofensa à integridade física, 38 de sequestro, tráfico de droga e terrorismo.
“Em relação a Alcochete, penso que a única maneira de retirar Bruno de Carvalho do Sporting era associar a Juve Leo à invasão. Bruno de Carvalho estava a ser um peso para muita gente. São 41 arguidos, dos quais 14 são da Juve Leo. Porque se diz que foi a Juve Leo? Quem são os outros? Já perguntaram?”, questionou
“O conhecimento que tinha dos acontecimentos de 15 de maio devia-se à violação do segredo de justiça. Depois vim a saber mais. Porque foram já de cara tapada? A única coisa que posso garantir é que comigo ninguém entrava de cara tapada. O porquê, terá de perguntar a quem o fez”, acrescentou.
Questionado sobre o seu passado de condenações na justiça, Mustafá diz não ser um homem perigoso e que já pagou pelos erros do passado. “Ao contrário da imagem que querem fazer passar, não sou um homem perigoso. Em relação ao meu passado, cometi erros fruto da idade, mas já paguei pelo que fiz. É pena que em Portugal mesmo depois de já ter pago por isso, o rótulo ninguém nos tira”.
“Quanto ao processo a que me encontro a responder em tribunal, nada tenho a acrescentar ao que já disse em sede de julgamento. [Sobre] Alcochete, a verdadeira novela que parou o País, é uma acusação fraquíssima, onde reina a mentira para português ver e a opinião pública condenar”, insistiu.
Relação de respeito com Bruno de Carvalho
Sobre a relação com Bruno de Carvalho, Mustafá frisou que ambos sempre se respeitaram. “Foi uma relação de presidente para presidente, com respeito de ambas as partes. Não havia uma frequência regular [de reuniões], reunimos várias vezes em várias ocasiões, sempre acompanhados”, contou o líder da Juve Leo.
Sobre o encontro de 7 de maio, no dia seguinte à derrota do Sporting frente ao Atlético de Madrid, Nuno Mendes falou sobre o pedido de alguns sócios, mas disse que nunca lhe foi pedido para agredir os jogadores do clube.
“Alguns sócios pediram-me para que o presidente estivesse presente para lhe demonstrarem o desagrado. Perante as respostas dele, houve reações e comentários menos bons contra o presidente. Isso levou-o a dizer ‘Façam o que quiserem’ mas em relação a ele, não tinha nada a ver com os jogadores (…) Nunca me foi pedido para bater em jogadores ou danificar seja o que for”, assegurou.
Mustafá relembrou que a claque “já por várias vezes se dirigiu à Academia para falar, incentivar, motivar os jogadores para dérbis, no Natal”, dando como exemplo uma visita em 2016 numa altura em que o Sporting passava um mau período. “Falámos e encorajámos os jogadores, ninguém entrou encapuzado e não houve agressões”, atirou.
“Nani frequentou a minha casa, já partilhei mesa de restaurante com William, João Mário, Rui Patrício, Marco Silva, Fábio Coentrão…”, referiu, falando de “laços de amizade” que se criaram com os jogadores.
“Ao contrário do que alguns dirigentes pensam, a Juve Leo não serve só para cantar e abanar a bandeira. Somos sócios do clube e também temos a nossa opinião (…) Seja quem for o presidente, a relação tem de ser boa. Em relação a Frederico Varandas, após uma reunião em que disse que contava comigo muitos anos comigo no Sporting, houve quem tentasse desestabilizar, criando guerras inexistentes”, rematou.
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