Bruno de Carvalho foi ouvido esta quarta-feira em tribunal pelo juiz Carlos Delca. Numa das afirmações mais controversas, o ex-presidente leonino disse que o plantel sportinguista recusou um prémio de meio milhão de euros para derrotar o Benfica e o Marítimo.
O antigo presidente do Sporting CP foi recebido às portas do tribunal por várias pessoas que mostraram o seu apoio com tarjas e aplausos. Sem a presença de Nuno Saraiva, por problemas de saúde, também Mustafá esteve presente em tribunal.
Bruno de Carvalho começou por falar que na noite de 13 para 14 de maio, em 2018, recebeu uma chamada de vários elementos da claque a dizerem que queriam “apertar” com o então presidente e com os jogadores. Além disso, Bruno disse que falou abertamente com os jogadores e pediu para que eles o avisassem caso recebem qualquer tipo de ameaças – coisa que nunca fizeram.
“Suspeitava que tinha havido ali alguma coisa no aeroporto. Mas não sabia que estava a ser planeado um ataque. Dirigi-me ao Acuña, ao Bataglia, ao William e nenhum me alertou para absolutamente nada”, disse Bruno de Carvalho, citado pelo Correio da Manhã.
Na véspera do ataque, Bruno esteve em reunião na casa de André Geraldes, na qual os intervenientes não estavam contentes com ele. “Senti que me podia acontecer alguma coisa”, disse.
O antigo presidente do emblema de Alvalade nega ainda que alguma vez tenha dito “façam o que quiserem” aos jogadores. Bruno de Carvalho esclareceu que se estava apenas a referir às tarjas.
“Antes do jogo com o Benfica foi oferecido meio milhão aos jogadores, antes do jogo com a Madeira igual e os jogadores recusaram. Nunca tinha visto um funcionário a recusar um prémio. Coincidência ou não o Sporting não consegue cumprir os objetivos. Um destes jogos originou o episódio no aeroporto. Nunca tinha visto um funcionário ou jogador a recusar prémios de performance”, contou BdC a meio da audiência.
Em declarações ao juiz Carlos Delca explicou que nunca conversou com Nuno Mendes nem com ninguém sobre o que se passou no aeroporto. “E alguns tinham a obrigação de me dizer o que se tinha passado”, realçou.
Quanto ao ataque à academia, Bruno de Carvalho responsabiliza o responsável da segurança por permitir que membros da claque entrassem em Alcochete. “Penso que iam lá algumas vezes. Mas nunca dei indicações para isso. Só soube que acontecia. Uma vez até me foi solicitado que pessoas que estavam fora entrassem. Eu não autorizei mas o responsável da segurança sim”, disse em tribunal.
De acordo com o jornal OJOGO, uma vez, Jorge Jesus também chegou a dar autorização aos adeptos para entrarem na academia. “Depois teve de pedir desculpa ao presidente”, atirou. Depois do incidente, Bruno de Carvalho admite ter contado ao treinador e à equipa técnica que já não contaria mais com Jorge Jesus para o futuro.
Carlos Vieira, ex-vice presidente do Sporting e José Ribeiro, que avisou que a academia estava a ser atacada, também foram ouvidos esta tarde em tribunal.
[sc name=”assina” by=”ZAP”]
Deixe um comentário