Em véspera de receber o Vitória de Setúbal, o treinador do FC Porto falou esta sexta-feira da eliminação da Liga dos Campeões e da contestação dos adeptos. “Tenho de ouvir e calar”, disse Sérgio Conceição.
O treinador dos dragões admitiu “mau momento” da equipa, mas manifestou-se confiante no seu trabalho e no dos jogadores. Depois da derrota na primeira jornada frente ao Gil Vicente (2-1), e do afastamento da Liga dos Campeões após a derrota em casa na terceira pré-eliminatória com os russos do Krasnodar (3-2, após vitória por 1-0 fora), o técnico acredita na recuperação imediata, salientando que o grupo “não está fragilizado”.
“É um mau momento, e que é natural. Estou cá há 2 anos e pouco e as coisas têm corrido de maneira positiva. Os momentos menos bons acontecem, em todo o lado e em todas a situações. Na vida das pessoas também acontece. Mas é importante perceber que é um momento, até porque tenho muita confiança no meu trabalho e dos meus jogadores”.
Sobre o estado de espírito dos jogadores, Sérgio Conceição disse ter encontrado hoje “um grupo com boa saúde mental”, jogadores com “uma saúde maravilhosa para fazer o que adoram fazer e com uma vontade enorme de darem a volta ao momento menos positivo, que é um momento, e prontos para o que vier” no sábado, na receção aos sadinos no Estádio do Dragão (21:30).
O presidente do FC Porto, Pinto da Costa, esteve presente no treino de quinta-feira, após a derrota com o Krasnodar, situação que Sérgio Conceição considerou normal, aproveitando um ‘slogan’ do departamento de marketing para resumir o momento: “Dragões juntos. Acrescento juntos como irmãos. Essa frase esteve em todos os balneários dos estádios em que jogámos e estará em todos aqueles que vamos jogar”.
“É o líder, e ficamos contentes de saber que ele vem cá. Às vezes, mesmo sem falar, só a sua presença é importante. É uma situação completamente normal nos ‘dragões’ que se querem juntos. É assim que vamos sair deste momento difícil e conquistar títulos”, disse.
Conceição foi ainda questionado sobre as implicações financeiras que o afastamento da fase de grupos da Liga dos Campeões pressupõe, o técnico lembrou que “em dois anos entraram mais de 100 milhões de euros no FC Porto” pela participação na prova.
“De qualquer forma, não sou diretor financeiro, não faço parte das finanças. O nosso grupo de trabalho tem é de ganhar títulos. Depois, obviamente, o que resulta desses títulos são situações como estar na Liga dos Campeões, que traz retorno financeiro e nós temos todo o gosto de contribuir para isso. Mas o nosso objetivo não é olhar para as contas, e sim para os resultados, títulos”, concluiu.
Sobre a postura dos adeptos, que no último jogo, frente ao Krasnodar, assobiaram o grupo, Sérgio Conceição disse que “faz parte da exigência do clube, da paixão dos adeptos”. “São eles a alma do clube, que fazem com que os clubes vivam. Tenho de ouvir e calar. Obviamente não sorrio quando me assobiam, mas também não fico eufórico quando ouço palmas. Ouço, vejo, estou atento, mas não interfere no meu trabalho e na vontade que tenho de vencer”, completou.
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