Na segunda parte da entrevista à TVI, o internacional português abordou vários temas como João Félix na liga espanhola, a eventual saída de Bruno Fernandes do Sporting e até o seu eterno rival Lionel Messi.
Cristiano Ronaldo está convencido de que João Félix, jovem jogador do Benfica transferido para o Atlético Madrid, vai ter sucesso na liga espanhola. “Acredito muito. Acho que é um grande jogador, tem muito potencial, tem muito para evoluir ainda — tanto ele como o próprio Bernardo Silva, que já está mais maduro nesse aspeto —, não tenho dúvidas de que vão triunfar”, afirmou na segunda parte da entrevista à TVI.
Segundo Ronaldo, João Félix, avançado de 19 anos contratado pelos colchoneros por 120 milhões de euros, vai ter que se adaptar à La Liga, um dos campeonatos mais competitivos do mundo, sobretudo a nível psicológico.
“É uma liga diferente, é uma liga mais forte, é um povo diferente, tem que ter essa preparação mental para aguentar a crítica que vai surgir. Porque uma coisa são os jogos de preparação, em que esteve muito bem”, realçou.
E reforçou: “Aquilo que eu mais espero é que ele possa entrar com o pé direito e que possa brilhar, mas que esteja preparado mentalmente também, porque não é fácil”.
Saída de Bruno Fernandes
Questionado sobre o futuro da seleção, o capitão mostrou-se confiante, apontando para os jovens talentos com que Portugal conta que para além de João Félix e Bernardo Silva, tem ainda João Cancelo, Rúben Dias, Raphael Guerreiro e Bruno Fernandes.
Sobre o capitão leonino, CR7 disse mesmo não perceber “porque é que não sai” do Sporting, mostrando-se perplexo por ainda não ter havido negócio face à qualidade do jogador dos leões.
“Vejo ‘luz no fundo do túnel’ nesta nova geração. Vejo um grande potencial, porque temos muitos jogadores jovens que estão a aparecer e o futuro é risonho na seleção. Agora, temos o Europeu, que vamos tentar ganhar, como ganhámos a Liga das Nações, que foi super importante e deixou-nos muito contentes, a nós e a todos os portugueses”.
De resto, Ronaldo considerou que “o Europeu é para ganhar”, já que Portugal tem uma “excelente equipa”, pelo que antecipa que “esta nova geração será a melhor a nível de talento” do futebol português.
Ainda assim, o melhor marcador de sempre de Portugal, com 88 golos, deixa um alerta: “O talento não chega, esse é que é o grande problema, o talento não chega. Têm que querer”. E, para tal, podem contar com o seu apoio, que garantindo que é um capitão que “gosta de ajudar os mais jovens e que gosta de ser ajudado”.
Segundo o futebolista, “o ambiente na seleção é espetacular” e os créditos vão para o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, e para o selecionador Fernando Santos, que também conduziu Portugal à vitória no Euro 2016 em França.
“Adoro jogar na seleção”
Sobre a possibilidade de ainda disputar o próximo Mundial, no Catar, em 2022, o futebolista de 34 anos dá a entender que se sente capaz de continuar ao mais alto nível por mais alguns anos, chegando em forma a essa competição.
“Não fecho portas. Jogar na seleção para mim é sempre um orgulho e enquanto tiver forças e motivação fico sempre moralizado. Só quando não me quiserem. Não descarto. Eu vivo o futebol agora, sobretudo, depois de passar dos 30, para mim o futebol é o presente”, sublinhou.
“Tenho desfrutado imenso na seleção. Possivelmente, nos últimos cinco anos, foram os anos que eu desfrutei mais da seleção. Adoro jogar na seleção. Obviamente que tens que fazer opções, tens que cuidar de ti, tens que ver o que é melhor para ti e para a seleção, para os objetivos da seleção. A minha relação com Fernando Santos é top. Se a gestão de esforço for inteligente, a seleção é que tira proveito. Repito, jogar pela seleção para mim é a coisa mais bonita que pode haver”.
Rivalidade com Lionel Messi
“Não tenho dúvidas nenhumas de que ele me faz melhor jogador e que eu o faço melhor jogador a ele. As rivalidades são saudáveis”, afirmou Ronaldo.
“Eu admiro muito a carreira que tem feito e ele já disse publicamente, por exemplo, quando eu saí da liga espanhola, que lhe deu muita pena, entre aspas, porque era uma rivalidade que ele sentia. Mesmo em termos da rivalidade entre o próprio Real Madrid e o Barcelona, e ele gostava também dessa picardia”.
O capitão da seleção das quinas referiu ainda a título de exemplo que o astro argentino reconheceu que as últimas três ligas dos Campeões que o Real Madrid venceu, ainda antes de Ronaldo ser transferido para a Juventus, o deixaram “um pouco perturbado”, algo “normal”, segundo Ronaldo.
“Eu também fiquei se calhar com outras coisas que ele ganhou com o Barcelona e que eu também gostava de ter conquistado. Mas isso é a rivalidade boa que existe no futebol. Tenho uma excelente relação com ele, profissional, e são 15 anos a compartilhar” sucessos, assinalou.
Questionado sobre se já jantou com Messi, Ronaldo disse que não, mas deixou essa possibilidade em aberto: “Porque não? Não vejo qualquer problema. Ele é argentino, a minha namorada também é, por isso, não vejo qualquer problema”.
Ronaldo e Messi contam, cada um, com cinco Bolas de Ouro, o troféu que distingue anualmente o melhor futebolista do mundo, um feito que só os dois alcançaram até hoje na história do futebol.
Na primeira parte da entrevista ao canal televisivo, concedida a partir da sua casa em Turim, Ronaldo falou de outros temas, nomeadamente de 2018, marcado pela acusação de violação de que foi alvo, que considerou ter sido o ano mais difícil da sua vida.
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