Numa jornada negra dos clubes portugueses na Europa, destacou-se a vitória do Sporting. Porto, Benfica e Vitória de Guimarães perderam, enquanto o Braga empatou.
Depois de desaparecer na batalha de Alcácer Quibir, a lenda diz-nos que D. Sebastião regressaria um dia, numa manhã de nevoeiro, para salvar o país de todos os seus problemas. Se olharmos para o Sporting como sendo o antigo rei português, o mito do “Sebastianismo” pode-se bem aplicar àquilo que foi o desempenho dos clubes lusitanos na Europa esta semana.
Cinco jogos, uma vitória, um empate e três derrotas. Esta negra jornada europeia vem manchar a reputação dos clubes portugueses, que estiveram longe das expectativas. O derrocada começou na quarta-feira, com a derrota desastrosa do Benfica na Rússia, frente ao Zenit.
Depois de já ter perdido no primeiro encontro frente ao RB Leipzing, o Benfica voltou a desapontar. A derrota veio agravar o desempenho do emblema da Luz na Liga dos Campeões. Nos últimos 15 jogos na Champions, o Benfica soma 12 derrotas.
Ineficácia e passividade lesou ‘dragões’
O desaire da única equipa portuguesa na Liga dos Campeões foi o mote para o que viria esta quinta-feira.
Na viagem até Roterdão, o FC Porto perdeu 2-0 com o Feyenoord. Numa exibição sem brilho dos ‘dragões’, a falta de sorte não foi a única explicação para a derrota. Muitos remates, pouca eficácia e com ideias de jogo pouco irreverentes — apostando demasiadas vezes nos cruzamentos vindos das alas.
Toornstra e Karsdorp apontaram os golos dos holandeses, que derivaram principalmente de falhas defensivas dos ‘azuis e brancos’. No primeiro golo, um desentendimento entre Pepe e Manafá acabou por permitir ao Feyenoord marcar na insistência. Já no segundo tento, o quarteto defensivo impávido e sereno enquanto o lateral direito penetrava a área livremente.
Nas declarações feitas aos jornalistas no final do encontro, Sérgio Conceição falou numa derrota injusta. “Não merecíamos perder por esta diferença de dois golos. Em termos de ocasiões, o empate seria o mais justo”, disse.
O guarda-redes portista, Agustín Marchesín teve em grande plano no encontro, protagonizando um par de intervenções de grande classe. No final do jogo, admitiu uma sensação de frustração pelo resultado. “Tivemos muitas ocasiões de golo que acabámos por não concretizar. Fizemos um jogo com momentos bons, mas houve momentos de desconcentração que saíram caros“, reconheceu.
Minhotos bateram o pé, mas não chegou
O Vitória de Guimarães sofreu a segunda derrota no Grupo F da Liga Europa, ao perder em casa com o Eintracht Frankfurt, por 1-0, em jogo da segunda jornada. Os vimaranenses estiveram em bom plano frente a um adversário teoricamente mais forte, mas os seus esforços acabaram por ser em vão.
Os comandados de Ivo Vieira foram mais rematadores na primeira parte, mas acabariam por sofrer na sequência de um canto, aos 36 minutos. Ndicka ganhou nas alturas e cabeceou para o fundo da baliza, com Miguel Silva a não ter grandes hipóteses de intervir.
No final do encontro, o técnico Ivo Vieira congratulou os jogadores pela exibição conseguida e lamentou o resultado, que podia bem ter sido outro. “A sensação é a de que poderíamos ter feito mais, tal como no jogo anterior, para esta Liga. A realidade é que se vive de golos e de resultados”, disse.
O emblema de Guimarães ocupa o último lugar do grupo, com duas derrotas somadas em dois jogos. O próximo jogo que se avizinha não será menos complicado para os vimaranenses, que viajam até Londres para defrontar o Arsenal.
O SC Braga também ficou aquém das expectativas após ter empatado em casa com o Slovan Bratislava por 2-2. Depois da vitória na jornada inaugural frente ao Wolves, os bracarenses chegavam à ‘Predeira’ com a moral em alta, prontos para somar mais três pontos.
Os pupilos de Sá Pinto colocaram-se na frente do marcador aos 31 minutos, graças a um golo de Bruno Viana. O central viria a ser responsável pelo golo da igualdade dos visitantes, após ter cometido o penálti que originou o tento na recarga dos eslovacos. Mais tarde, aos 87 minutos, voltaria a ter infelicidade de colocar a bola dentro da própria baliza, numa altura em que o Braga estava na frente do marcador com um grande golo de Galeno.
“Temos de dar mérito ao adversário, mas é mais um resultado injusto porque fizemos mais do que devíamos para vencer”, confessou o técnico, citado pelo Record. Na opinião do técnico português, os eslovacos “não produziram o suficiente para fazer dois golos e arrecadar um ponto”.
Sporting foi D. Sebastião
Não é que os ‘leões’ tenham feito um jogo excecional, mas a exibição foi o suficiente para garantir os três pontos. A jogar em casa frente aos austríacos do LASK Linz, os adeptos sportinguistas pediam uma vitória após o desgosto no jogo frente ao PSV.
Os visitantes até começaram a ganhar, com um golo de Marko Raguz aos 16 minutos de jogo. A reviravolta do emblema de Alvalade só foi consumada nos segundos 45 minutos, com golos (e assistências) de Luiz Phellype e do suspeito do costume, Bruno Fernandes.
Este triunfo é também a continuação do bom trabalho de Silas até agora no clube, somando duas vitórias em dois jogos, numa altura em que o Sporting atravessava um momento gravoso de forma.
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Entre o nevoeiro que foi o desempenho dos clubes portugueses na Europa esta semana, o Sporting foi um verdadeiro D. Sebastião, que chegou para salvar o país dos seus problemas. Com esta vitória, Portugal está mais perto da Rússia no ranking da UEFA. A distância encurtou de 0,367 pontos para apenas 0,1. Isto significa que Portugal só precisava de mais um empate do que os russos para ultrapassá-los.
Caso isto aconteça, em 2021/22, Portugal poderá contar com duas equipas a garantirem acesso direto à Liga dos Campeões. Esta temporada, o FC Porto teve de participar no playoff de acesso, onde acabou por ser arrumado por, precisamente, uma equipa russa: o Krasnodar.
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