O Benfica pagou caro, com nova derrota em final europeia de futebol, a incapacidade de se assumir esta quarta-feira como favorito frente a um Sevilha que levou a decisão para as grandes penalidades e foi mais lúcido.
Os “encarnados” disputaram a décima final europeia da sua história, a segunda consecutiva na Liga Europa, e cumpriram, uma vez mais, um destino que se repete desde 1963, quando entraram num ciclo de várias derrotas nas finais da Europa.
Os comandados de Jorge Jesus deixaram pelo caminho a Juventus, nas meias-finais, e o Tottenham, nos “oitavos”, mas, no jogo do título, caíram perante o Sevilha, na “lotaria” (2-4), após 120 minutos sem golos.
Na final, em Turim, o Benfica jogou desfalcado de Enzo Perez, Markovic e Salvio, todos castigados, de Sílvio e Fejsa, ambos lesionados, sendo que ainda ficou sem Sulejmani, que saiu por lesão ainda na primeira metade.
Com um nulo no prolongamento, foi nas grandes penalidades que tudo se decidiu. O guarda-redes do Sevilha, Beto, defendeu os “penáltis” apontados por Cardozo (o segundo) e Rodrigo (o terceiro).
Os dois avançados mostraram-se muito hesitantes na hora de partir para a marca de grande penalidade e Beto evitou os golos, quando Lima já tinha marcado para o Benfica. Luisão ainda marcou a quarta grande penalidade, mas Kevin Gameiro apontou a quarta penalidade e decidiu o jogo.
O Benfica deixou assim fugir pela segunda vez consecutiva a Liga Europa – desta vez sem perder qualquer jogo.
A maldição de Guttman pelo mundo fora
Depois de vencer duas Taças dos Campeões na década de 60 com o Benfica, o treinador húngaro Bela Guttman não chegou a acordo para a renovação do seu contrato com o clube, e lançou uma maldição: “sem mim, o Benfica nos próximos 100 anos não vencerá a Taça dos Campeões”.
A maldição de Bela Guttmann não demorou a “propagar-se” nas notícias da imprensa estrangeira sobre a final da Liga Europa de futebol.
Para a Gazzetta dello Sport, “o tabu continua” e a “maldição de Gutmann atacou novamente”.
“Os portugueses jogaram melhor e tiveram o triplo de oportunidades, mas o futebol é assim. Foi o destino que ditou que o Sevilha ganhasse a Liga Europa. A maldição de Guttmann atacou novamente. A oitava final consecutiva perdida pelo Benfica”, escreve o jornal.
O outro diário desportivo italiano, o Corriere dello Sport, titula “Triunfo do Sevilha, maldição do Benfica”, clube que “acusou o peso da praga das últimas sete finais disputadas” e, pelo segundo ano consecutivo, “viu esfumar-se o troféu ‘nas últimas’”.
Em França, o L’Equipe considera que “o Benfica está definitivamente amaldiçoado” e perdeu uma final europeia “pelo segundo ano consecutivo e pela oitava vez desde 1962”, frente a um Sevilha que “mostrou uma notável regularidade com uma terceira vitória na Liga Europa em três finais disputadas”.
Para o diário alemão Bild, o guarda-redes dos espanhóis, o internacional português Beto, “tinha que ser o vencedor da competição”. “O herói do Sevilha chama-se Beto, que defendeu dois penaltis e garantiu o troféu para o clube espanhol”.
Em Inglaterra, o Daily Mail também escreveu que “a maldição de Bela Guttmann continua a assombrar o Benfica”, clube que “foi melhor nos 120 minutos, mas viu o coração despedaçado pela oitava vez consecutiva numa competição europeia”.
No outro lado do Atlântico, a Folha de São Paulo lembra que “o Benfica estendeu uma maldição de 52 anos atribuída ao técnico Bela Guttmann, treinador que conquistou o campeonato paulista de 1957 pelo São Paulo”.
“Com este revés, o clube português mantém o jejum de 52 anos sem conquistas europeias. Bicampeão da Taça dos Campeões em 1961 e 1962, quando Eusébio era o craque da equipa, o Benfica disputou e perdeu as oito finais seguintes”, recorda o jornal paulista.
Para o Estadão, “a maldição europeia continua” para o clube da Luz, num desfecho “resolvido nos penaltis que castigou o Benfica por não ter feito golos quando podia”.
Na Argentina, o Clarin escreve que “o Sevilha gritou campeão e a maldição do Benfica, que se arrasta há 52 anos sem títulos europeus, continua”.
PR, Futebol 365 / Lusa
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