Contas do Sporting aprovadas à tangente numa AG com assobios e pedidos de demissão

Os sócios do Sporting aprovaram, esta quinta-feira, por maioria de 52,95%, o relatório e contas do clube, relativo ao exercício de 2018/19, que apresenta um resultado líquido positivo a rondar os 141 mil euros.

A Assembleia-Geral, que decorreu no Pavilhão João Rocha, em Lisboa, contou com a participação de 1.352 sócios, representando um total de votos de 7.431. 52,95% dos sócios votou a favor da aprovação do relatório e contas de de 2018/19. No entanto, segundo A Bola, houve mais sócios a votar contra (756) do que favoravelmente (596).

Depois de em 2017/18 os leões terem apresentado um lucro a rondar os dois milhões de euros, o emblema de Alvalade mantém-se com saldo positivo, embora se verifique uma queda drástica.

Segundo o jornal desportivo, no caminho entre o estádio e o pavilhão onde decorreu a Assembleia-Geral, era possível ver tarjas com inscrições como “Varandas Out”, “Respeitem o Sporting» e “Amadores… não, obrigado!”. Depois do conselho das forças de segurança, os adeptos acabaram por as retirar dos passeios.

Já dentro da AG, no primeiro discurso do presidente, ouviram-se muitos assobios vindos das bancadas, assim como gritos a pedir a sua demissão.

Varandas lembrou as dificuldades neste primeiro ano de trabalho, mas congratulou-se por ter conseguido evitar a falência do Sporting, assegurando que o “trabalho muitas vezes invisível hoje, vai dar frutos daqui a dois, cinco, dez anos”.

De acordo com o mesmo jornal, o antigo presidente do Sporting, Sousa Cintra, tinha pedido para fazer uma intervenção na AG, mas recusou-se a falar, alegando falta de condições por causa da enorme confusão, tendo votado e saído do pavilhão.

Depois de já ter abandonado a AG, o ex-dirigente criticou a gestão e atitudes de Frederico Varandas em declarações aos jornalistas, considerando que “não tem jeito” para o cargo. “Varandas já mostrou que não tem jeito para isto. Ele faz o que quer, não dá satisfações. Não deu nem uma palavra de agradecimento à comissão de gestão (pelo seu trabalho). É lamentável. E toma decisões…”, desabafou.

“Não respeita minimamente os sócios. Não tem jeito para ser presidente do clube. Parece o dono da quinta. A grandeza do Sporting está entregue a presidente do quero, posso e mando. Não pode ser. Desejo maior sucesso a ele e ao treinador Silas, que consiga grandes êxitos, e gostaria que os sportinguista estivessem unidos, mas é preciso que ele dê essa palavra de união”, vincou.

O antigo dirigente, que liderou também a comissão de gestão de transição entre Bruno de Carvalho e Frederico Varandas, considera que o atual timoneiro leonino tem dito “um chorrilho de mentiras” sobre a realidade do Sporting e lamentou a saída de Bas Dost e Nani, entre “outros erros” da sua ação.

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Recordou que nos meses da sua gestão, “com uma comissão de sportinguistas que não ganharam um centavo, apenas por amor ao clube”, baixou a massa salarial em “algo mais do que dez milhões de euros” e criticou o facto de Varandas tentar ganhar ainda mais, já depois dos aumentos sucessivos de ordenado promovidos por Bruno de Carvalho. “Ao menos, devia respeitar as pessoas que estiveram aqui por amor e competência”, disse.

Questionado sobre uma eventual demissão, Varandas não escondeu a fúria. “Impera a democracia no Sporting. O Sporting é uma grande instituição, com mais de 160 mil sócios, com mais de 90 mil sócios pagantes. Vai sempre prevalecer a vontade da maioria dos sócios, quer gostem quer não. Apresentar a demissão? Essa pergunta é ridícula“, respondeu aos jornalistas à saída do pavilhão.

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