“Prisão não é solução”. FC Barcelona reage à condenação dos independentistas catalães

O FC Barcelona criticou esta segunda-feora a decisão do Supremo Tribunal espanhol de condenar a penas de prisão efetiva os principais dirigentes políticos envolvidos na tentativa de independência da Catalunha, apelando ao diálogo.

“Do mesmo modo que a prisão preventiva não ajudou a resolver o conflito, tão pouco o fará a prisão efetiva decidida hoje, porque a prisão não é solução. A resolução do conflito na Catalunha passa, exclusivamente, pelo diálogo político”, refere o clube, no site oficial.

O Supremo Tribunal condenou esta segunda-feira os dirigentes políticos independentistas a penas que vão até um máximo de 13 anos de prisão, no caso de Oriol Junqueras, ex-vice-presidente do governo catalão.

As repercussões da sentença ‘atingiram’ também a Federação Catalã de Futebol que, em resultado da decisão e em solidariedade com os políticos e famílias, anunciou a suspensão de toda a sua atividade, que inclui os jogos.

“Como federação desportiva mais importante da Catalunha, a Federação Catalã de Futebol decreta a suspensão de toda a atividade“, indicou o organismo, acrescentando também que a solução passará pelo diálogo entre todas as partes.

Os independentistas foram na sua maioria condenados por crime de sedição e desvio de fundos públicos, uma decisão esperada, que afasta o crime de rebelião defendido pelo Ministério Público, que tinha penas de prisão maiores. Três outros membros do Governo regional no poder aquando da tentativa de autodeterminação, Raul Romeva, Jordi Turull e Dolors Bassa, foram condenados a 12 anos de prisão e de inabilitação.

Foram ainda condenados os conselheiros regionais Joaquim Forn e Josep Rull, a 10,5 anos de prisão e de inabilitação, e os líderes de associações independentistas Jordi Sánchez e Jordi Cuixart, a nove anos de prisão e de inabilitação.

O ‘Barça’ manifestou ainda “apoio e solidariedade às famílias” e pediu a todos os responsáveis políticos que iniciem “um processo de diálogo e negociação” para resolver o conflito, que conduza à libertação daqueles políticos.

A sentença mereceu igualmente a reação do Espanyol, segundo clube da região da Catalunha, que apelou a “soluções políticas e democráticas” para uma “crise social”, para a qual pediu diálogo dentro do respeito pela legalidade.

O clube referiu que é uma entidade “puramente desportiva” e que, como tal, não expressa sentimentos ou posicionamentos individuais dos seus associados.

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