O primeiro lugar do Grupo B já não foge à Ucrânia. Portugal foi a Kiev dominar e atacar muito, com 24 remates e diversas oportunidades, mas esbarrou no guarda-redes Andriy Pyatov – tal como no jogo no Estádio da Luz – e na própria ineficácia ofensiva, apesar da exibição incansável de Cristiano Ronaldo.
O capitão fez o tento luso na derrota por 2-1 e chegou ao golo 700 na carreira, num jogo ingrato que começou mal e terminou com diversas ocasiões desperdiçadas pelos campeões europeus. Agora faltam dois jogos, com Lituânia e Luxemburgo – a 14 e 17 de novembro, respectivamente -, para Portugal garantir a presença no Euro 2020.
O jogo explicado em números
- Mau arranque de jogo para Portugal, que sofreu um golo logo aos seis minutos, por Roman Yaremchuk. Canto da direita cobrado por Marlos, Sergey Krivtsov cabeceou para grande defesa de Rui Patrício, mas na recarga, o ponta-de-lança facturou de forma oportuna. A Ucrânia enquadrou os seus três primeiros remates e marcou precisamente no terceiro.
- Portugal tinha um pouco mais bola à passagem do quarto-de-hora, cerca de 53%, e os mesmos três remates dos homens da casa, mas nenhum na direcção da baliza. Esta diferença de eficácia ia explicando o resultado, mas também as questões estratégicas, com os ucranianos a cortarem linhas de passe logo em zonas adiantadas e, quando recuperavam a bola, lançavam rápidos contra-ataques com futebol mais direto.
- E em mais uma rara subida, aos 27 minutos a Ucrânia fez o 2-0. Portugal ficou a olhar para o lateral-esquerdo Vitalii Mykolenko, que teve todo o tempo para cruzar para a grande área, onde Andriy Yarmolenko surgiu mais rápido que todos para encostar. Quatro remates (todos enquadrados), dois golos.
- Portugal reagiu de pronto por João Mário, a obrigar Andriy Pyatov a grande defesa. A meia-hora chegava com um resultado pesado para Portugal, que registava 60% de posse de bola, seis remates, mas só um com boa direcção, e as dificuldades mantiveram-se até ao intervalo, com pouco espaço para criar perigo.
- Intervalo Portugal chegou ao descanso a perder por 2-0, fruto de uma exibição de domínio (58% de posse de bola), qualidade de passe, o dobro dos remates da Ucrânia (10-5), mas uma eficácia ofensiva reduzida, apenas com três enquadrados contra quatro dos homens da casa. Os ucranianos colocavam muitos homens na sua grande área, pelo que Cristiano Ronaldo era presa fácil entre os centrais e os alas Bernardo Silva e Gonçalo Guedes chocavam contra um muro defensivo na tentativa de desequilibrar. O melhor em campo no primeiro tempo era Yaremchuk. O ponta-de-lança fez o 1-0, enquadrou os seis dois remates e fez um passe para finalização, chegando a esta fase com um GoalPoint Rating de 6.3. O melhor português era Cristiano Ronaldo, fruto de quatro remates (desenquadrados e todos de fora da área), três passes para finalização e dois dribles completos em três tentativas.
- Portugal teve menos bola no arranque do segundo tempo, mas mostrou-se mais objectivo no ataque, somando quatro disparos, dois deles enquadrados, no primeiro quarto-de-hora após o intervalo. Os ucranianos não registavam qualquer tentativa de alvejar a baliza de Rui Patrício nesta fase, mostrando superioridade na posse (53%).
- Até que, aos 71 minutos, Portugal usufruiu de uma grande penalidade. Bom trabalho do recém-entrado Bruma na esquerda, o extremo rematou forte e o árbitro assinalou braço na bola de Taras Stepanenko. Cristiano Ronaldo (72′) não desperdiçou da marca dos 11 metros, chegando ao golo 700 na carreira. Os campeões europeus ficavam com 20 minutos para tentar o empate e frente a uns anfitriões reduzidos a dez elementos, pois Stepanenko viu o segundo amarelo.
- Ronaldo era já antes do golo o líder dos ratings, por volta dos 70 minutos, e com o penálti convertido chegou aos 8.4, beneficiando também do facto de ter 22 passes, todos certos, mas também três passes para finalização e três dribles eficazes em quatro tentativas. O guardião Pyatov, com cinco defesas, era o melhor dos ucranianos, com um rating de 6.4.
- Os últimos dez minutos do jogo foram de intenso domínio português, chegando aos 60% de posse de bola no segundo tempo. Aos 85 minutos a formação das “quinas” somava 11 remates e cinco enquadrados na segunda parte contra nenhum da equipa da casa, que se mantinha nos cinco do primeiro tempo.
- Mas essa vontade não encontrou correspondência na qualidade ofensiva, e quando tal aconteceu, Pyatov ia mantendo a sua selecção em vantagem, como aconteceu num cabeceamento de Ronaldo nos descontos. E a seguir, Danilo Pereira ainda acertou no ferro. Não era dia de Portugal e a Ucrânia garantiu não só o apuramento como o primeiro lugar no Grupo B.
O melhor em campo GoalPoint
Portugal perdeu, já não pode chegar ao primeiro lugar, mas num jogo amargo para a formação lusa, fica o registo do golo 700 da carreira de Cristiano Ronaldo e a exibição de grande nível do capitão, que averbou um GoalPoint Rating de 9.1. Cristiano fez o golo português, de grande penalidade, mas terminou com números impressionantes, nomeadamente dez remates (sete de fora da área), seis deles enquadrados, três passes para finalização, 100% de passes certos (em 28) e três dribles completos, todos no último terço, em quatro tentativas. Merecia mais, muito mais.
Jogadores em foco
Portugal perdeu, já não pode chegar ao primeiro lugar, mas num jogo amargo para a formação lusa, fica o registo do golo 700 da carreira de Cristiano Ronaldo e a exibição de grande nível do capitão, que averbou um GoalPoint Rating de 9.1. Cristiano fez o golo português, de grande penalidade, mas terminou com números impressionantes, nomeadamente dez remates (sete de fora da área), seis deles enquadrados, três passes para finalização, 100% de passes certos (em 28) e três dribles completos, todos no último terço, em quatro tentativas. Merecia mais, muito mais.
Jogadores em foco 🔺🔻
- Andriy Pyatov 7.5 – Portugal rematou 24 vezes, dez delas enquadradas, pelo que a Ucrânia bem pode agradecer ao seu veterano guardião pela vitória obtida. Pyatov registou nove defesas, cinco a remates na sua grande área, e foi a última barreira, que só foi batida de penálti.
- Pepe 6.6 – Quando, na primeira parte, a Ucrânia causou problemas, o experiente central esteve em evidência. Pepe ganhou dois de quatro duelos aéreos defensivos, acertou 90% dos passes que fez, recuperou nove vezes a posse de bola e somou dois cortes decisivos.
- Danilo Pereira 6.4 – Aquele remate ao ferro já nos descontos… O “trinco” luso fez uma grande partida na Ucrânia, sendo, curiosamente, o segundo mais rematador do encontro, com quatro disparos, acertou 53 dos 54 passes que fez e recuperou nove vezes a posse de bola.
- Bernardo Silva 6.2 – O extremo voltou a ser um dos melhores, embora desta vez não tenha contribuído para golos. Bernardo criou uma ocasião flagrante, desperdiçada por Bruno Fernandes, somou três passes para finalização e completou quatro de seis tentativas de drible.
- Roman Yaremchuk 6.2 – O ponta-de-lança do Gent foi um perigo à solta, em especial no primeiro tempo, tendo saído aos 73 minutos, ainda assim com trabalho suficiente para terminar como o segundo melhor da Ucrânia. Para além do golo que marcou (o 1-0), Yaremchuk enquadrou os dois remates que realizou, fez um passe para finalização e teve sucesso na única tentativa de drible.
- Bruno Fernandes 5.9 – O médio entrou aos 56 minutos para dar maior poder de fogo a Portugal, que sentia dificuldades dentro da grande área. Mas o médio leonino não conseguiu esse objectivo, terminando a partida com dois remates apenas, um enquadrado, três passes para finalização e uma ocasião flagrante desperdiçada.
Resumo
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