Jogadora do Sporting de Braga denuncia “insultos racistas”

Há um novo caso de racismo no mundo desportivo esta semana, denunciado esta quarta-feira pela própria visada: Shade Pratt.

Shade Pratt, jogadora norte-americana do Sporting de Braga, recorreu às redes sociais para garantir que foi visada devido à cor da sua pele durante o Cadima-Sporting de Braga (0-7), da Liga BPI em futebol feminino, no passado domingo.

Segundo Pratt, “uma adepta do Cadima”, equipa do concelho de Cantanhede, gritou “insultos racistas” durante o jogo, de acordo com o Tribuna Expresso. Mais tarde, aparentemente interpelada pela própria Pratt, a adepta terá “escolhido esconder-se entre o público, sem ter coragem para voltar a dizê-lo frente a frente”.

O público no local não terá reagido à situação, pelo que a jogadora de 26 anos diz que, assim, “escolheram um lado na luta contra o racismo, ficando silenciosos e permitindo o comportamento, que poderá ser repetido”.

Pratt garante que “o racismo existe em todo o mundo” e que esta é uma “batalha dura que todos têm de lutar”, acrescentando também que, ainda assim, este “incidente isolado” não muda a visão que tem das “pessoas incríveis” que conheceu desde que está em Portugal. A avançada dos EUA joga no Sporting de Braga, atual campeão nacional, desde o início de 2019/20.

O caso surge depois da polémica do jogo Bulgária-Inglaterra, que ficou marcado por cânticos racistas e saudações nazis, tendo a partida que ser interrompida por duas vezes na primeira parte.

Vasil Levski, Tyrone Mings e Marcus Rashford, jogadores titulares na partida, foram chamados de “macacos” e alvo de cânticos ofensivos que terão começado ainda no aquecimento.

O capitão da Bulgária, Ivelin Popov, foi visto numa discussão acesa com alguns adeptos perto do túnel, quando as equipas saiu para o intervalos. O treinador da seleção búlgara, Krasimir Balakov, negou as acusações de racismo, dizendo que não ouviu os cânticos e que estes alegados abusos devem ser, antes de mais, “provados”.

Além dos insultos contra alguns futebolistas ingleses, foram também visíveis nas imagens da transmissão televisiva que os adeptos da seleção anfitriã presentes no Estádio Nacional Vasil Levski, em Sófia, efetuaram saudações nazis.

Greg Clarke, presidente da Associação de Futebol, considerou que a noite desta segunda-feira foi “uma das noites mais terríveis” que já viu no futebol. A polémica levou mesmo à demissão do presidente da União Búlgara de Futebol, Borislav Mihaylo.

Já depois de Borislav Mihailov se ter demitido da presidência da federação da Bulgária, uma unidade da estrutura policial que luta contra o crime organizado no país entrou esta terça-feira na sede da federação, em Sófia, e após duas horas de buscas, saiu do edifício com cinco pessoas detidas.

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